IEDI na Imprensa - Exportação da indústria acelera e sinaliza bom desempenho para o 2º semestre, diz IEDI
Valor Econômico
Carnes congeladas, farelo de soja, semiacabados de ferro são destaques da indústria de transformação
Ana Conceição
As exportações da indústria de transformação sinalizaram um desempenho consistente para as vendas externas do setor no segundo semestre, afirma Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). “Houve um reforço do crescimento em julho, quando houve alta de 37,7%, depois de aumento de 22% no primeiro semestre”, afirmou.
Desde abril, diz Cagnin, as exportações do setor têm tido um ritmo constante de expansão, o que é notável dados os muitos empecilhos ainda no caminho das vendas da indústria, como a disparada dos fretes, a dificuldade de conseguir despachar produtos em contêineres e a escassez de insumos, que ainda persistem em alguns segmentos. “É uma boa sinalização para o resto do ano”, disse.
Como ocorreu em meses anteriores, as principais contribuições para as vendas do setor estão muito associadas ao início das cadeias produtivas, o que é influenciado pelos altos preços das commodities. Assim, os destaques nas exportações da indústria de transformação são carnes congeladas, farelo de soja, semiacabados de ferro. “Tem muito o fator preço, embora as quantidades também estejam em alta”, observou Cagnin.
Embora ainda não tenha desagregado os números de julho, o economista do IEDI observa que tem havido um reforço na exportação de produtos de maior intensidade tecnológica. “As contribuições positivas estão mais disseminadas [entre os segmentos industriais]”, diz. O câmbio desvalorizado tem ajudado; além de tornar o produto nacional mais competitivo lá fora, contribui para amortecer o impacto do aumento do custo do frete.
Uma mostra disso são as vendas para a Argentina, que vinham muito mal mesmo antes da pandemia, e agora respondem a uma normalização do comércio entre os dois países. A base de comparação é baixa, o que explica as altas taxas de crescimento – 49% no mês e 46% no ano. Mas não deixa de ser um fator positivo, afirma Cagnin.
As importações da indústria de transformação também seguiram em alta (+57%), devido a combustíveis, fertilizantes, veículos, autopeças e medicamentos, segundo o IEDI.