Carta IEDI
A Indústria de Transformação por Intensidade Tecnológica: Retrocedendo 10 Anos
Na primeira metade de 2015, a indústria de transformação viu sua produção cair 8,3%, ficando aquém do nível registrado em janeiro-junho de 2006, 2007 e 2008, tirando-se o ano atípico de 2009. Os segmentos de alta intensidade tecnológica e de baixa intensidade voltaram a patamares abaixo do primeiro semestre de 2005.
O declínio no primeiro semestre de 2015 concorreu para o retrocesso de 6,6% na comparação em doze meses. No contraponto entre meses de junho de 2015 e 2014, o declínio chegou a 4,7%. No contraponto entre abril-junho com igual período de 2014, o recuo foi ainda maior, de 8,7%. Acompanhando tanto, o déficit dos produtos típicos da indústria de transformação até diminuiu no primeiro semestre, ficando em US$ 23,5 bilhões, porém com as exportações em dólares correntes declinando 7,9%, o quarto recuo seguido por essa base de comparação.
O colapso da indústria de transformação pode ser apreendido pela classificação adotada pela OCDE na qual é dividida em quatro faixas de intensidade tecnológica: alta intensidade, média-alta, média-baixa e baixa intensidade tecnológica.
A indústria de alta intensidade foi a que sofreu a maior queda no contraponto: nada menos do que 20,6%. E tal queda não deve mais ser vista como decorrência simplesmente da base de comparação. De fato, o primeiro semestre de 2014 foi aquele de maior produção física dessa faixa para primeiro semestre na série iniciada em 2002. Mas a produção da metade inicial de 2015 retrocedeu dez anos, ficando aquém do que do semestre inicial de 2005, retração puxada pelas atividades do complexo eletrônico.
Na faixa de média-alta intensidade o encolhimento tem sido uma continuidade de processo iniciado no ano passado, com retrocesso tanto no acumulado do ano, de 12,3%, quanto em doze meses encerrados em junho, 10,9%. Voltou-se para o patamar de antes de janeiro-junho de 2010. A redução nessas bases comparativas foi generalizada, atingindo a produção de bens de capital, a indústria de material de transporte terrestre passando pela indústria química. As retrações mais expressivas ocorreram na fabricação de veículos automotores.
Já o segmento de média-baixa tecnologia produziu 6,5% menos em janeiro-junho vis-à-vis igual período de 2014. Houve queda generalizada. A produção física desse segmento tem seu comportamento ditado principalmente pela produção de bens metálicos, que inclui a siderurgia, e a de produtos de petróleo refinado, álcool e afins. A produção física nesses casos declinou 8,0% e 6,3%.
O segmento de baixa intensidade registrou os recuos menos agudos, mas ainda assim ocorreram em junho, em abril-junho, no acumulado do ano e em doze meses. No primeiro semestre, o declínio foi de 4,1%. Embora menos aguda, essa queda fez com que a produção física retornasse a nível inferior ao de 2005. Tais performances foram em muito afetadas pela menor produção das indústrias alimentícias, de bebidas e fumo, devido ao peso do ramo de alimentos industrializados. Também contribuiu para a retração, a forte queda na produção de produtos têxteis, artigos de vestuário, calçados e artigos de couro.
Tais números evidenciam o peso dos fatores de crise em pleno vigor na economia, assim como refletem as incertezas sobre o futuro próximo, ainda sem que a depreciação cambial tenha conseguido dinamizar as exportações para mitigar o mercado interno que vem encolhendo.
Uma Visão Geral da Indústria de Transformação. Na primeira metade de 2015, a indústria de transformação viu sua produção cair 8,3%, voltando a níveis pré-2010. E isso porque 2009 foi um ano atípico por conta da crise internacional. Tirando esse ano, a produção física ficou aquém do registrado em janeiro-junho de 2006, 2007 e 2008. O declínio em janeiro-junho concorreu para o retrocesso de 6,6% em doze meses. No contraponto entre meses de junho, o declínio chegou a 4,7%. No contraponto entre abril-junho com igual período de 2014, o recuo foi ainda maior, de 8,7%. Acompanhando tanto, o déficit dos produtos típicos da indústria de transformação até diminuiu no primeiro semestre, ficando em US$ 23,5 bilhões, porém com as exportações em dólares correntes declinando 7,9%, o quarto recuo seguido por essa base de comparação.
Tais números evidenciam o peso do ajuste e das incertezas sobre futuro próximo, ainda sem que a depreciação cambial tenha conseguido dinamizar as exportações para mitigar o mercado interno que vem encolhendo.
A Indústria de Transformação por Intensidade Tecnológica. Pode-se avaliar o comportamento da indústria de transformação, agrupando suas atividades em quatro faixas de intensidade tecnológica nos moldes da OCDE, a saber, alta intensidade, media-alta, média-baixa e baixa intensidade.
Antes de prosseguir, convém expor que, com as mudanças metodológicas da PIM-PF, utilizou-se a indústria de transformação sem computar a atividade de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Tal ramo passou a ser discriminado na versão mais recente da Classificação Industrial Internacional Uniforme (CIIU) e, por conseguinte, na versão 2 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Na sequência estão tabulados resultados selecionados para os segmentos de intensidade tecnológica, ressalvando-se que os números apresentados para a tipologia da OCDE continuam sujeitos a revisões.
O aspecto generalizado da crise em curso aparece em todas as bases de comparação acima, com os quatro segmentos de intensidade tecnológica se retraindo. O de alta intensidade sofreu a maior queda tanto no contraponto entre o semestre inicial do ano e igual período de 2014 quanto em doze meses. A faixa de média-alta também experimentou retrocesso de dois dígitos em ambas as formas de comparar.
A indústria de alta intensidade havia logrado excelente desempenho no primeiro trimestre de 2014 devido à produção de televisores puxada pela Copa do Mundo. No trimestre seguinte esse ímpeto já foi se perdendo. Assim, se por um lado, no primeiro trimestre a base de comparação era assaz elevada, o mesmo não pode ser dito ao contrastar abril-junho de 2015 com o mesmo período de 2014, muito menos no confronto entre meses de junho. Tanto na comparação entre segundos trimestres quanto entre acumulados até junho, o declínio foi de 20,6%.
O encolhimento da faixa de média-alta intensidade tem sido uma continuidade de um processo iniciado no ano passado, com retrocesso tanto no acumulado do ano, de 12,3%, quanto em doze meses encerrados em junho, de 10,9%, sendo que a retração ocorreu em todos os ramos nela abarcados, da produção de bens de capital à indústria de material de transporte terrestre passando pela indústria química. Apesar da queda no comparativo entre meses de junho ter sido menor, queda de 6,7%, no segundo trimestre frente a igual período de 2014, a produção caiu ainda mais, retrocedendo 13,0%.
O segmento de média-baixa declinou 6,5% em janeiro-junho vis-à-vis o mesmo semestre de 2014. Tal descenso contribuiu para o recuo de 4,7% em doze meses. Por sinal, segundo tais contrapontos, houve queda generalizada. A produção de bens metálicos, que inclui a siderurgia, e a de produtos de petróleo refinado, álcool e afins ditam o comportamento dessa faixa.
Já a faixa de baixa intensidade registrou os recuos menos agudos, com declínio de 4,1% no acumulado do ano, puxado pelo retrocesso de 4,8% no segundo trimestre frente a igual período de 2014. Em doze meses, o País produziu 3,7% menos nas atividades desse segmento. Essas taxas foram em muito decorrentes da menor produção das indústrias alimentícias, de bebidas e fumo, devido ao peso do ramo de alimentos industrializados.
Alta Intensidade Tecnológica. A faixa de maior intensidade tecnológica nos termos da OCDE logrou no primeiro semestre de 2014 uma expansão de 6,5%, sendo a única a não sofrer retração no ano passado. Mas o ímpeto foi se perdendo ainda no decorrer dos seis meses iniciais de 2014, culminando em retração nas comparações mês contra mesmo mês do ano anterior. Mais do que isso, se o primeiro semestre de 2014 registrou o maior nível de produção física para esse acumulado do ano na série iniciada em 2002, janeiro-junho de 2015, representou um retrocesso de dez anos voltando para patamar inferior ao da primeira metade de 2005. Foi a maior retração dentre as quatro faixas. O déficit comercial dos produtos tipicamente oriundos dessa faixa em janeiro-junho de 2015, de US$ 13,2 bilhões, significou um déficit menor, voltando ao patamar de quatro anos antes. A queda nas importações contribui muito para tanto, enquanto as exportações cresceram bem modestamente, destacando-se as vendas para o exterior da indústria aeronáutica. A maior parte das atividades do segmento de alta intensidade fabrica bens complexos com várias etapas e inseridos em extensas cadeias globais de valor, como os da a própria aeronáutica e os do complexo eletrônico.
O ramo farmacêutico se distingue dos demais por não produzir bens montados. Mas o menor dinamismo, já detectado no final de 2014, prosseguiu na metade inicial de 2015, culminando na retração de 15,8% frente ao mesmo acumulado do ano passado. Em junho, a queda na sua produção foi de 4,2%. Esses números concorreram para a variação negativa em doze meses, -7,4%. O déficit comercial de bens tipicamente produzidos por esse ramo chegou a US$ 3,0 bilhões, grandeza inferior à observada no mesmo período de 2014. Todavia tal melhora ocorreu por contas das menores importações, enquanto as vendas para o exterior caíram 10,6%, ficando em US$ 808 milhões.
Quanto ao complexo eletrônico, sua forte retração, de 27,8%, no primeiro semestre, é explicada em parte pelo ótimo resultado de janeiro-junho de 2014, com a forte redução no consumo doméstico dos produtos que lhe são típicos. As três atividades do complexo declinaram bastante em janeiro-junho. A maior das três no País é a fabricação de equipamentos de rádio, TV e comunicação, que abarca também partes e componentes eletrônicos usados não só nela, mas em uma miríade cada vez mais ampla de atividades. Sua retração foi de 27,0%, com junho tendo recuo de 11,6% vis-à-vis o mesmo mês de 2014. Em doze meses a variação foi de 22,5%. Em que pese o efeito da base de comparação devido à alta na produção de televisores no início de 2014 tendo em vista a Copa do Mundo, a produção declinou vertiginosamente também pela sensível queda no consumo. O menor consumo do País contribuiu ainda para uma redução no déficit dos produtos desse ramo do complexo eletrônico ante janeiro-junho do ano passado. Mas, mesmo caindo, o saldo ficou deficitário em US$ 5,2 bilhões, com as exportações tendo caído 1,4%.
A produção de equipamentos de informática e de escritório retrocedeu 37,2% no acumulado do ano, com quedas de 36,9% em junho e de 39,6% no segundo trimestre. Com isso, em doze meses experimentou recuo de 18,6%. À semelhança da fabricação de aparelhos de áudio, vídeo e de comunicações, a menor demanda interna culminou em menor déficit, ficando em US$ 2,7 bilhões, mas com exportações ainda menores do que no ano anterior.
Já a produção de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e material ótico e fotográfico teve em janeiro-junho retração menor do que os outros ramos do complexo eletrônico, porém mesmo assim expressiva: declínio de 18,3%. Notar que em junho logrou expansão de 5,1%. Por outro lado, foi de todas as atividades da indústria de transformação a que sofreu maior queda em doze meses, de 28,2%. O déficit em produtos típicos da atividade chegou a US$ 2,7 bilhões, com exportações cadentes.
Média-alta Intensidade Tecnológica. O segmento de média-alta experimentou queda de 12,3% no primeiro semestre de 2015, com recuo de 6,7% em junho e de 13% em abril-junho ante os mesmos períodos de 2014. Em doze meses, o retrocesso alcançou os dois dígitos, declínio de 10,9%. Em janeiro-junho, o déficit dos produtos típicos dessa faixa ficou em US$ 23,5 bilhões, magnitude menor do que a dos déficits recordes para tal acumulado de 2013 e de 2014. Contudo as exportações em dólares correntes declinaram 12,8% e o segmento permanece com o maior déficit dentre as quatro faixas de intensidade tecnológica.
A produção da indústria química retrocedeu 3,2% no semestre, com junho e abril-junho tendo recuado 1,1% e 2,7%, respectivamente. Em doze meses, sua produção diminuiu 2,9%. No acumulado do ano, o saldo comercial dos produtos químicos (exclusive farmacêuticos) registrou o maior déficit dentre todos os grupos de bens das quatro faixas de intensidade tecnológica, de US$ 10,7 bilhões, porém ficou menor do que os déficits observados em janeiro-junho de 2013 e de 2014. As exportações em dólares correntes recuaram 13,0%.
Dentro dessa faixa, a fabricação de veículos automotores teve a queda maior no acumulado do ano, variação de -20,7%. Junho e o segundo trimestre registraram retrocessos de 10,7% e de 20,6%, respectivamente. Tais resultados concorreram para a retração de 18,6% em doze meses. A contração na procura doméstica responde por esses números. Esse fator também explica a redução no déficit comercial de veículos na primeira metade, cuja magnitude saiu de US$ 5,0 bilhões para R$ 2,6 bilhões. Isso a despeito das exportações terem recuado 7,0%.
Já as atividades mais associadas à produção de bens de capital – fabricação de máquinas e equipamentos elétricos; e fabricação máquinas de equipamentos mecânicos e não especificados em outras atividades, estas produziram bem menos em janeiro-junho do ano, com recuos de 5,4% e 11,3%, respectivamente. No contraponto entre meses de junho, os declínios foram de 4,3% e de 14,2%. Ainda assim, as retrações em doze meses foram vultosas, de 6,0% e de 8,8%, respectivamente. Voltando ao primeiro semestre, a balança comercial de máquinas e equipamentos elétricos registrou déficit de US$ 3,2 bilhões, praticamente o mesmo saldo negativo de igual acumulado de 2014. Suas vendas externas em dólares correntes declinaram 19,4% no período. Quanto às máquinas mecânicas ou não especificadas, balança ficou deficitária em US$ 6,3 bilhões, abaixo do registrado no mesmo acumulado dos quatro anos anteriores, mas com declínio de 16,6% nas exportações.
Média-baixa Intensidade Tecnológica. Quanto à faixa de média-baixa intensidade, esta teve uma produção 6,5% menor em janeiro-junho de 2015 ante igual período de 2014. Em junho, a retração foi de 5,7%, enquanto, no segundo trimestre, a queda foi equivalente à do semestre. Em doze meses, a variação ficou em -4,7%. Nesse segmento, as exportações em dólares correntes 1,7% no semestre inicial. Ainda assim, o déficit retrocedeu de US$ 7,7 bilhões para US$ 2,7 bilhões. A produção de bens metálicos, que abrange a siderurgia, e a de derivados do refino de petróleo, álcool e afins têm sido as indústrias que ditam em larga medida a performance quer da produção física quer dos fluxos comerciais dos produtos típicos.
A produção de bens de petróleo refinado, álcool e outros combustíveis sofreu retração de 6,3% no acumulado do ano frente ao mesmo período de 2014. Junho contribuiu para tal queda, com declínio de 6,3%, sendo que, na comparação entre abril-junho, a taxa foi de -5,1%. Como decorrência, em doze meses, o ramo produziu 1,5% menos. O saldo comercial dos bens em pauta registrou déficit de US$ 5,4 bilhões em janeiro-junho de 2015, abaixo do observado no mesmo acumulado de 2014, déficit de US$ 7,7 bilhões. Suas exportações diminuíram sobremaneira, 58,3%, ficando em US$ 966 milhões, concorrendo para a contração da produção física.
Passando para a indústria de produtos metálicos, o País produziu 8,0% menos na primeira metade do ano em relação a igual período de 2014, com declínios de 7,2% e de 9,1% no sexto mês e no segundo trimestre, respectivamente. Em doze meses, a variação foi de -9,1%. Em janeiro-junho, o superávit alcançou US$ 3,7 bilhões, um aumento relevante frente ao que se observou no acumulado equivalente do ano passado. Ademais as vendas externas de produtos metálicos cresceram 6,4%. Ainda assim, esse saldo positivo continua aquém daqueles logrados em janeiro-junho de 2005, de 2006, 2007, 2008 e de 2011 e de 2012.
Passando para os demais ramos da faixa de média-baixa intensidade, a produção de outros produtos minerais não-metálicos retrocedeu 5,3%. De modo similar aos produtos metálicos, tal retrocesso foi acompanhado de aumento de 3,4% nas exportações dólares correntes. Tal incremento possibilitou que o resultado comercial dos produtos de minerais não metálicos voltasse a ficar superavitário no primeiro semestre, depois quatro anos de déficit. A fabricação de borracha e produtos plásticos registrou recuo de 6,3% na metade inicial do ano. As exportações em dólares correntes de borracha e produtos plásticos diminuíram 7,8%, sendo a terceira queda seguida na comparação entre primeiro semestre e mesmo acumulado do ano anterior. O intercâmbio desses itens experimentou déficit de US$ 1,4 bilhão.
Baixa Intensidade Tecnológica. Quanto à faixa de baixa intensidade tecnológica, sua produção física declinou 4,1% na primeira metade de 2015 vis-à-vis o acumulado equivalente de 2014. Tal patamar foi o menor registrado para janeiro-junho desde 2004: em termos de produção física voltamos dez anos. Em junho, a queda foi de 1,4%, mas, no segundo trimestre, a retração chegou a 4,8%. Em doze meses, a variação foi de -3,7%. O superávit das mercadorias tipicamente produzidas por atividades dessa faixa, de US$ 15,9 bilhões, apesar de expressivo e único dentre as faixas de intensidade tecnológica em janeiro-junho do ano, foi o pior resultado para primeiro semestre desde 2009, devido ao retrocesso 9,6% nas exportações.
O principal agrupamento de atividades desse segmento, as indústrias de alimentos, bebidas e de fumo produziu 4,3% menos do que semestre inicial de 2014. Junho registrou declínio de 2,5%, enquanto em abril-junho, queda de 5,6%. Seus produtos foram os principais responsáveis pelo superávit comercial dos bens típicos do segmento de baixa intensidade tecnológica, com saldo positivo de US$ 13,7 bilhões. Contudo esse superávit ficou abaixo do observado em igual acumulado dos anos de2008, 2010, 2011, 2012, 2013 e de 2014. Para agravar, as exportações das mercadorias em tela declinaram 12,2% em janeiro-junho de 2015.
Outro conjunto de ramos cujos produtos típicos registram superávits é aquele constituído de bens oriundos das indústrias madeireira, de papel e celulose, gráficas e afins. Este logrou superávit maior do que no ano anterior, US$ 3,8 bilhões, patamar recorde para janeiro-junho. Para tanto, colaborou o acréscimo de 2,0% nas exportações em dólares correntes. Esse número contrasta com a queda de 3,4% na produção física no primeiro semestre. Em junho, a produção física obteve taxa de 0,5%, mas insuficiente para impedir o recuo no segundo trimestre, de 3,5%. Em doze meses, a variação foi de -2,5%.
Os outros dois ramos são caracterizados por serem mais intensivos em força de trabalho que os demais de baixa intensidade. Ambos apresentaram déficit no semestre, mas os comportamentos da produção física foram distintos. As atividades de fabricação de manufaturados não especificados noutras indústrias e de produtos reciclados registraram saldo comercial negativo de US$ 422 milhões. Mais do que o déficit, também chama a atenção o recuo de 5,0% das exportações. Contudo a produção física cresceu 5,4% no acumulado até junho frente ao mesmo período de 2014. O conjunto das indústrias têxtil, de vestuário, calçados e artigos de couro sofreu queda na produção física de 8,1%, com junho caindo 1,9% e abril-junho declinando8,4%. Pari passu, o déficit de seus produtos típicos ficou em US$ 1,2 bilhão, o maior já registrado para janeiro-junho. A redução de 11,9% das exportações em dólares correntes contribuiu tanto para a piora do saldo comercial quanto para a diminuição da produção.