Carta IEDI
A Indústria em Junho de 2015: Crise Estrutural e Conjuntural
A crise da indústria brasileira continua e se torna cada vez mais aguda. Na avaliação trimestral, a produção no segundo trimestre de 2015 recuou 6,7% em relação a igual trimestre do ano anterior, a quinta perda consecutiva e a mais acentuada desde julho-setembro de 2009 (-8,1%) nesta comparação. A maior contração em abril-junho deste ano espelha a queda nas quatro grandes categorias econômicas: bens de capital (-22,5%), bens de consumo duráveis (-13,5%), bens de consumo semi e nãoduráveis (-7,6%) e bens intermediários (-3,5%).
No índice mensal, já são 16 meses consecutivos de queda nas categorias de bens de capital e de bens de consumo duráveis, 15 meses seguidos no caso de bens intermediários e 8 no caso de bens de consumo semi e não duráveis. Comparando junho de 2015 a junho de 2014, houve retração nas quatro categorias mesmo com um dia útil a mais no ano atual. A maior queda foi em bens de capital (-17,2%), seguida por bens de consumo duráveis (-2,4%), de bens de consumo semi e não-duráveis (-2,4%) e de bens intermediários (-1,7%).
Comparando junho a maio de 2015, a produção industrial se reduziu 0,3%, com variação negativa em três das quatro categorias: bens de consumo duráveis (-10,7%), bens de capital (-3,3%) e bens intermediários (-0,2%). Somente cresceram bens de consumo semi e não duráveis (1,2%), interrompendo sete meses consecutivos de perdas.
O decrescimento de 0,3% das atividades industriais em junho em relação a maio de 2015 atingiu 15 dos 24 ramos investigados, sendo as retrações mais expressivas de máquinas e equipamentos (-7,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,8%). Vale notar que informática, produtos eletrônicos e ópticos já acumula perdas de 29,1% desde fevereiro deste ano; enquanto veículos automotores, reboques e carroceiras caiu 25,1% no mesmo período. Entre os que cresceram, destacam-se gêneros alimentícios, que avançou 3,0%, eliminando assim parte da perda de 3,3% acumulada nos meses de abril e maio últimos.
Na queda acumulada de 6,3% da produção industrial entre janeiro e junho de 2015, em relação a igual período do ano anterior, destacam-se as expressivas reduções de bens de capital (-20,0%) e bens de consumo duráveis (-14,6%), graças fundamentalmente à menor fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-25,8%) na primeira, e de automóveis (-15,2%) na segunda. Bens de consumo semi e não-duráveis retraíram 6,7% e bens intermediários 3,1%. Em termos de gêneros da indústria, no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, 24 dos 26 ramos investigados, 67 dos 79 grupos e 70,1% dos 805 produtos pesquisados assinalaram variação negativa. A indústria que mais contribui para os resultados negativos dos índices gerais é o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,7%), seguida por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-27,8%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,3%), de máquinas e equipamentos (-11,3%). Por outro lado, contribuem positivamente as indústrias extrativas (9,4%), puxada pelos itens minérios de ferro pelotizados e em bruto e óleos brutos de petróleo.
A intensificação da crise da indústria brasileira continua se devendo aos fatores estruturais que acarretam problemas de competitividade, relacionados ao Custo Brasil e, ainda, a uma matriz produtiva engessada cuja fonte de dinamismo depende de um abatido setor automotivo e das indústrias extrativas. Por outro lado, os fatores da conjuntura macroeconômica externa e interna têm exacerbado a crise, tonificada ainda pela incerteza associada a inquietude política.
Enquanto a economia mundial retarda constantemente sua recuperação, embarreirando exportações, a nacional enfrenta um pesado ajuste fiscal e monetário, com juros se elevando, cortes nas despesas públicas – inclusive no investimento das estatais e em infraestrutura, entre outros. Tais medidas reduzem o consumo e o investimento, diminuindo todas as possibilidades de crescimento dos componentes da demanda nacional. Como resultado, o emprego se retrai, levando a uma espiral perversa de queda da renda e das perspectivas de vendas. Nesse contexto, os estoques aumentam, a utilização da capacidade desce para níveis cada vez mais baixos, conforme os indicadores dessazonalizados da CNI e FGV (respectivamente 80,1% e 78,2% em junho de 2015), e o investimento se retrai – fazendo com que a produção de bens de capital despenque.
Resultados da Indústria. De acordo os dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial de junho registrou variação de –0,3% frente a maio na série livre de influências sazonais. Na comparação com junho de 2014 a indústria assinalou queda de 3,2%. Assim, a indústria acumulou decréscimo de 6,3% no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2014. O indicador acumulado dos últimos doze meses frente a igual período imediatamente anterior apresentou variação negativa de 5,0%
O decrescimento da atividade em junho em relação a maio de 2015 atingiu 15 dos 24 ramos investigados, sendo as retrações mais expressivas de máquinas e equipamentos (-7,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), de metalurgia (-2,2%), de produtos diversos (-7,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-1,9%), de produtos de minerais não-metálicos (-1,4%) e de móveis (-3,8%). Entre os que cresceram, destacam-se alimentícios, bebidas (3,6%), de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (1,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,8%), de celulose, papel e produtos de papel (1,7%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (2,4%).
Em termos de categorias, a produção industrial se reduziu em três das quatro entre maio e junho de 2015: bens de consumo duráveis (-10,7%), bens de capital (-3,3%) e bens intermediários (-0,2%). Somente cresceram bens de consumo semi e não duráveis (1,2%), interrompendo sete meses consecutivos de perdas.
Comparando junho de 2015 a junho de 2014, a produção decresceu nas quatro categorias, mesmo tendo tido um dia útil a mais. A maior queda foi em bens de capital (-17,2%), seguida por bens de consumo duráveis (-2,4%), de bens de consumo semi e não-duráveis (-2,4%) e de bens intermediários (-1,7%). Já são 16 meses consecutivos de queda nas primeiras duas categorias, 15 meses seguidos no caso de bens intermediários e 8 no caso de bens de consumo semi e não duráveis.
Ainda no contraste entre junho de 2015 e junho de 2014 a redução de 3,2%, contou com retração da produção em 19 das 26 atividades pesquisadas. O principal recuo se fez valer em veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,7%), seguido de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,4%) e em máquinas e equipamentos (-14,2%), Por sua vez, cresceram outros equipamentos de transportes (15,8%), de celulose, papel e produtos de papel (4,5%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,5%).
Na avaliação trimestral, a indústria no segundo trimestre de 2015 recuou 6,7% em relação a igual trimestre do ano anterior, a quinta perda consecutiva e a mais acentuada desde julho-setembro de 2009 (-8,1%) nesta comparação. A maior contração em abril-junho deste ano foi resultado da queda nas quatro grandes categorias econômicas: bens de capital (-22,5%), bens de consumo duráveis (-13,5%), bens de consumo semi e não duráveis (-7,6%) e bens intermediários (-3,5%).
Considerando o índice acumulado entre janeiro e junho de 2015, em relação a igual período do ano anterior, houve expressiva redução na produção de bens de capital (-20,0%) e bens de consumo duráveis (-14,6%), graças fundamentalmente à menor fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-25,8%), na primeira, e de automóveis (-15,2%), na segunda. Bens de consumo semi e não-duráveis retraíram 6,7% e bens intermediários 3,1%.
Também comparando com igual período de 2014, em janeiro-junho de 2015 a produção industrial apresentou redução de 6,3% se explica pela queda em 24 dos 26 ramos investigados, 67 dos 79 grupos e 70,1% dos 805 produtos pesquisados. Segue liderando a retração o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,7%), mas também foram relevantes as variações negativas em equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-27,8%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,3%), de máquinas e equipamentos (-11,3%), de produtos alimentícios (-3,4%), de metalurgia (-7,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-15,8%), de produtos de metal (-8,8%), de bebidas (-7,0%), de produtos de borracha e de material plástico (-6,3%). A principal influência positiva foi indústrias extrativas (9,4%), impulsionada, em grande parte, pelos itens minérios de ferro pelotizados e em bruto e óleos brutos de petróleo.
Desempenho por Categoria de Uso. A produção industrial se reduziu em três das categorias de uso entre maio e junho de 2015: bens de consumo duráveis (-10,7%), bens de capital (-3,3%) e bens intermediários (-0,2%). Somente cresceram bens de consumo semi e não duráveis (1,2%), interrompendo sete meses consecutivos de perdas.
Comparando junho de 2015 a junho de 2014, a produção decresceu nas quatro categorias, mesmo tendo tido um dia útil a mais. A maior queda foi em bens de capital (-17,2%), seguida por bens de consumo duráveis (-2,4%), de bens de consumo semi e não-duráveis (-2,4%) e de bens intermediários (-1,7%). Já são 16 meses consecutivos de queda nas primeiras duas categorias, 15 meses seguidos no caso de bens intermediários e 8 no caso de bens de consumo semi e não duráveis.
A queda de 17,2% em bens de capital entre junho de 2015 e junho de 2014 se deu em todos os grupamentos, mas principalmente bens de capital para equipamentos de transporte, bens de capital para construção (-44,3%), de uso misto (-17,5%), agrícola (-23,7%), para fins industriais (-4,4%) e para energia elétrica (-20,1%).
Já, ainda nesta comparação, bens de consumo duráveis (-2,4%) teve a redução pressionada por automóveis (-10,3%), considerando aí as reduções de jornadas de trabalho e as férias coletivas em várias unidades produtivas. Também contribuíram negativamente eletrodomésticos da “linha marrom” (-1,0%) e de móveis (-4,3%). Por sua vez cresceram motocicletas (48,2%), eletrodomésticos da “linha branca” (0,4%) e pelo grupamento de outros eletrodomésticos (14,6%).
A menor produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-2,4%) em junho de 2015 versus junho de 2014 foi puxada pelos grupamentos de carburantes (-7,5%), de não-duráveis (-4,7%) e de semiduráveis (-1,1%). O subgrupo de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (0,3%) foi o único que cresceu, com avanço na produção de bombons e chocolates em barras, carnes e miudezas de aves congeladas, café torrado e moído, biscoitos e bolachas.
Também na comparação com mesmo mês do ano anterior, a redução de 1,7% em bens intermediários, em junho de 2015, foi liderada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,8%), de metalurgia (-7,5%), de produtos alimentícios (-5,4%), de produtos de metal (-9,2%), de máquinas e equipamentos (-10,4%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,7%), de produtos têxteis (-11,0%), de produtos de minerais não-metálicos (-2,7%) e de outros produtos químicos (-1,7%). Porém expandiram a produção das indústrias extrativas (8,1%), celulose, papel e produtos de papel (5,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (1,7%). Vale ressaltar a 16ª queda consecutiva do índice mensal dos grupamentos de insumos para construção civil (-8,6%), e o resultado positivo de embalagens (0,5%), o que não ocorria desde janeiro de 2015.
Na avaliação trimestral, a indústria no segundo trimestre de 2015 recuou 6,7% em relação a igual trimestre do ano anterior, a quinta perda consecutiva e a mais acentuada desde julho-setembro de 2009 (-8,1%) nesta comparação. A maior contração em abril-junho deste ano foi resultado da queda nas quatro grandes categorias econômicas: bens de capital (-22,5%), bens de consumo duráveis (-13,5%), bens de consumo semi e nãoduráveis (-7,6%) e bens intermediários (-3,5%).
Considerando o índice acumulado entre janeiro e junho de 2015, em relação a igual período do ano anterior, houve expressiva redução na produção de bens de capital (-20,0%) e bens de consumo duráveis (-14,6%), graças fundamentalmente à menor fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (-25,8%), na primeira, e de automóveis (-15,2%), na segunda. Bens de consumo semi e não-duráveis retraíram 6,7% e bens intermediários 3,1%.
Por Dentro da Indústria de Transformação: Gêneros e Subsetores. O decrescimento da atividade em junho em relação a maio de 2015 atingiu 15 dos 24 ramos investigados, sendo as retrações mais expressivas de máquinas e equipamentos (-7,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,8%). Vale notar que informática, produtos eletrônicos e ópticos já acumula perdas de 29,1% desde fevereiro deste ano; enquanto veículos automotores, reboques e carroceiras caiu 25,1% no mesmo período. Outros gêneros que apresentaram variações negativas foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), de metalurgia (-2,2%), de produtos diversos (-7,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-1,9%), de produtos de minerais não-metálicos (-1,4%) e de móveis (-3,8%). Entre os que cresceram, destacam-se alimentícios, que avançou 3,0%, eliminando assim parte da perda de 3,3% acumulada nos meses de abril e maio últimos. Vale citar também os impactos positivos vindos dos setores de bebidas (3,6%), de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (1,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,8%), de celulose, papel e produtos de papel (1,7%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (2,4%).
O contraste entre junho de 2015 e junho de 2014 denota redução de 3,2%, com retração da produção em 19 das 26 atividades pesquisadas. O principal recuo se fez valer em veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,7%), puxado pelas quedas na fabricação de automóveis, de caminhões, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, carrocerias para ônibus, autopeças e reboques e semirreboques. Também foi considerável a queda de em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,4%) e em máquinas e equipamentos (-14,2%), relativo à menor produção de de gasolina automotiva, óleo diesel, óleos combustíveis e asfalto de petróleo, no primeiro caso; e de brocas para perfuração ou sondagem de poços de petróleo e gás, motoniveladores, tratores agrícolas, escavadeiras, máquinas para colheita, compactadores e rolos ou cilindros compressores, carregadoras-transportadoras e semeadores, plantadeiras ou adubadores, no segundo. Também assinalaram reduções metalurgia (-7,5%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-17,1%), de produtos alimentícios (-2,1%), de produtos de metal (-6,8%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,8%), de produtos têxteis (-9,7%), de bebidas (-4,2%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,2%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,3%). Por sua vez, cresceram outros equipamentos de transportes (15,8%), de celulose, papel e produtos de papel (4,5%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,5%).
Comparando com igual período de 2014, em janeiro-junho de 2015 a produção industrial apresentou redução de 6,3% se explica pela queda em 24 dos 26 ramos investigados, 67 dos 79 grupos e 70,1% dos 805 produtos pesquisados. Segue liderando a retração o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-27,8%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,3%), de máquinas e equipamentos (-11,3%), de produtos alimentícios (-3,4%), de metalurgia (-7,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-15,8%), de produtos de metal (-8,8%), de bebidas (-7,0%), de produtos de borracha e de material plástico (-6,3%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-10,2%), de produtos de minerais não-metálicos (-5,2%), de outros produtos químicos (-3,0%), de produtos têxteis (-8,9%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-5,4%). A principal influência positiva foi indústrias extrativas (9,4%), impulsionada, em grande parte, pelos itens minérios de ferro pelotizados e em bruto e óleos brutos de petróleo.
Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais
Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)
Utilização de Capacidade. Em junho de 2015 a utilização média da capacidade instalada medida pela FGV, com ajuste sazonal, sofreu uma queda considerável, chegando a 78,2%, em níveis tão abissais quanto o da produção industrial. O indicador da CNI dessazonalizado também em níveis baixos, de 80,1% em junho de 2015, mas ligeiramente superior a maio.