Carta IEDI
A Indústria em Outubro de 2014: A Preocupação Continua
Os dados da pesquisa industrial do IBGE referentes a outubro mostram que a retração da indústria brasileira em 2014 em relação a 2013 é certa e agrava um quadro de perdas de 2,3% em 2012, apenas em parte compensadas pelo crescimento de 1,2% em 2013. Essa crise reflete problemas estruturais que minam a competitividade doméstica e internacional da nossa indústria, tanto pelo lado da oferta quanto da demanda.
Para 2015, o cenário continua complicado, a menos que se consiga avançar na redução do custo Brasil e driblar a maior concorrência com produtos de países desenvolvidos e em desenvolvimento – já que a crise internacional (que não sinaliza alívio significativo no curto e médio prazo) deve continuar provocando a deterioração da balança comercial pelo lado das exportações e das importações. E ainda, para que a situação não se torne mais aguda, será necessário que a política macroeconômica não “esfrie” os outros componentes da demanda: consumo, investimento e gastos do governo.
A produção industrial em outubro de 2014 teve variação nula (0,0%) frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. No confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria retraiu 3,6%. Dessa forma, de janeiro a outubro de 2014 a indústria registra variação negativa de 3,0%, comparado a igual período de 2013.
Essa estagnação da produção da indústria brasileira em outubro de 2014, comparando com o mês passado, foi o resultado das taxas de variação dos ramos pesquisados pelo IBGE, tendo sido 16 negativas, 6 positivas e 2 nulas. As reduções mais importantes ocorreram em produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-9,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,2%) As taxas positivas mais expressivas foram as de produtos alimentícios (2,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,9%) e de outros equipamentos de transporte (5,0%).
Também na comparação com setembro passado, em outubro de 2014 houve redução em duas das quatro categorias de uso, sendo que as outras ficaram estagnadas. Assim, bens intermediários (0,0%) e bens de capital (0,0%) repetiram o patamar da produção do mês anterior. Bens de consumo duráveis (-0,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,6%) eliminaram parte dos avanços assinalados em setembro, que tinham sido de 7,6% e 1,0%, respectivamente.
Já comparando com outubro de 2013, a produção industrial de outubro de 2014 caiu em todas as categorias econômicas, mais fortemente em bens de capital (-11,4%) e bens de consumo duráveis (-9,4%), seguida por bens intermediários (-2,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%). Cabe salientar que as três primeiras categorias acumulam perdas por oito meses consecutivos.
Para o acumulado de janeiro a outubro de 2014, comparado com o mesmo período de 2013, a indústria cai 3,0%, com perfil generalizado de taxas negativas, em 19 dos 26, 58 dos 79 grupos e 63,0% dos 805 produtos investigados. A queda mais forte advém de veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,0%), com redução na produção de aproximadamente 90% dos produtos investigados na atividade. Outras indústrias que vêm acumulando perdas expressivas são as de produtos de metal (-11,4%), de metalurgia (-6,6%), de máquinas e equipamentos (-5,3%), de outros produtos químicos (-4,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,7%) e de produtos de borracha e de material plástico (-3,9%). Já entre as atividades que tiveram crescimento na produção destacam-se indústrias extrativas (5,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,4%).
O índice de utilização da capacidade instalada da CNI, com ajustes sazonais, aponta uma nova redução em outubro de 2014, passando de 81,1% em setembro para 80,6%. Também de acordo com o indicador da FGV, com ajuste sazonal, em outubro a utilização média da capacidade instalada registrou baixa em relação ao mês anterior, de 83% para 82%.
Resultados da Indústria. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial apontou variação nula (0,0%) frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. No confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria mostrou queda de 3,6%, em outubro de 2014 (oitava taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação). Assim, para o acumulado dos dez meses do ano a variação foi de –3,0%. O indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 2,6%, em outubro de 2014, manteve a trajetória descendente iniciada em março último, assinalando o resultado negativo mais intenso desde dezembro de 2012 (–2,9%).
A manutenção da produção da indústria brasileira em outubro de 2014, comparando com o mês passado, foi o resultado médio ponderado das taxas de variação dos ramos pesquisados pelo IBGE: 16 negativas, 6 positivas e 2 nulas. As reduções mais importantes ocorreram em produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-9,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,2%) As taxas positivas mais expressivas foram as de produtos alimentícios (2,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,9%) e de outros equipamentos de transporte (5,0%).
Também na comparação com setembro passado, em outubro de 2014 houve redução em duas das quatro categorias de uso, sendo que as outras ficaram estagnadas. Assim, bens intermediários (0,0%) e bens de capital (0,0%) repetiram o patamar da produção do mês anterior. Bens de consumo duráveis (-0,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,6%) eliminaram parte dos avanços assinalados em setembro, que tinham sido de 7,6% e 1,0%, respectivamente.
Já comparando com outubro de 2013, a produção industrial de outubro de 2014 caiu em todas as categorias econômicas, mais fortemente em bens de capital (-11,4%) e bens de consumo duráveis (-9,4%), seguida por bens intermediários (-2,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%). Cabe salientar que as três primeiras categorias acumulam perdas por oito meses consecutivos.
Houve retração na produção industrial, também na comparação com igual mês do ano anterior, em 23 das 26 atividades avaliadas, puxada por veículos automotores, reboques e carrocerias (-16,5%), produtos de metal (-13,9%), de metalurgia (-8,3%), de máquinas e equipamentos (-8,0%), de outros produtos químicos (-5,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,5%) e de produtos de minerais não-metálicos (-4,6%). Por sua vez as três atividades que tiveram crescimento foram indústrias extrativas (6,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%).
Entre janeiro e outubro de 2014, a indústria diminuiu 3,0%, com taxas negativas em três das quatro categorias de uso: bens de capital (-8,8%) - especialmente puxado por bens de capital para equipamentos de transporte (-16,6%); consumo duráveis (-9,6%) - especialmente automóveis (16,7%); bens intermediários (-2,5%). Já bens de consumo semi e não duráveis registraram um aumento de 0,2% na produção.
Ainda comparando janeiro-outubro de 2014 com o mesmo período de 2013, constata-se um perfil generalizado de taxas negativas, em 19 dos 26, 58 dos 79 grupos e 63,0% dos 805 produtos investigados pelo IBGE. A queda mais forte advém de veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,0%), com redução na produção de aproximadamente 90% dos produtos investigados na atividade. Outras indústrias que vêm acumulando perdas expressivas são as de produtos de metal (-11,4%), de metalurgia (-6,6%), de máquinas e equipamentos (-5,3%), de outros produtos químicos (-4,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,7%) e de produtos de borracha e de material plástico (-3,9%). Já entre as atividades que tiveram crescimento na produção destacam-se indústrias extrativas (5,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,4%).
Desempenho por Categoria de Uso. Outubro de 2014, em comparação com setembro passado, registrou redução em duas das quatro categorias de uso, sendo que as outras ficaram estagnadas. Assim, bens intermediários (0,0%) e bens de capital (0,0%) repetiram o patamar da produção do mês anterior. Bens de consumo duráveis (-0,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-0,6%) eliminaram parte dos avanços assinalados em setembro, que tinham sido de 7,6% e 1,0%, respectivamente.
Comparando com outubro de 2013, a produção industrial de outubro de 2014 caiu em todas as categorias econômicas, mais fortemente em bens de capital (-11,4%) e bens de consumo duráveis (-9,4%), seguida por bens intermediários (-2,8%) e bens de consumo semi e nãoduráveis (-0,1%).
A queda de 11,4% em bens de capital foi a oitava taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto, com retração na maior parte dos seus grupamentos, principalmente de bens de capital para equipamentos de transporte (-19,8%), bens de capital agrícola (-18,5%), para construção (-19,5%), para fins industriais (-3,0%) e para energia elétrica (-3,6%). Bens de capital de uso misto, diferentemente, cresceram 6,6%.
Nessa comparação entre outubro de 2014 e de 2013, a produção de bens de consumo duráveis se reduziu em 9,4%, também assinalou o oitavo resultado negativo, particularmente puxado nesse mês pelas quedas na fabricação de automóveis (-13,3%), devido às reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Contribuíram para a média negativa desta categoria a redução em eletrodomésticos da “linha marrom” (-19,5%), puxada televisores, de motocicletas (-17,2%), de móveis (-5,3%) e de eletrodomésticos da “linha branca” (-4,2%). Por sua vez, os segmentos de outros eletrodomésticos cresceram 1,7%, graças à maior venda de ventiladores e de eletroportáteis domésticos.
Bens intermediários retraíram 2,8% em outubro de 2014 versus 2013, também neste caso o oitavo resultado negativo consecutivo, liderado pelas quedas em veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,2%), de produtos de metal (-16,1%), de metalurgia (-8,3%), de outros produtos químicos (-5,8%), de produtos de minerais não-metálicos (-4,6%), de produtos de borracha e de material plástico (-3,9%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,6%), de produtos alimentícios (-1,5%), de máquinas e equipamentos (-5,3%) e de produtos têxteis (-6,0%). Os grupamentos de insumos para construção civil (-6,0%), também tiveram a oitava diminuição seguida e embalagens (-3,3%) voltou a cair após ter crescido 0,6% em setembro último em comparação com igual período do ano passado. Por sua vez cresceram as produções das indústrias extrativas (6,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,4%).
Continuando o confronto com igual mês do ano anterior, resta comentar que bens de consumo semi e não-duráveis tiveram queda na produção de 0,1%, o que reverteu a expansão de 2,0%. Os principais grupamentos de produtos que levaram a esse resultado foram de semiduráveis (-3,0%), pressionado especialmente pela menor produção de calças compridas de uso feminino, calçados de couro e de material sintético de uso feminino e discos de vídeo (DVD). Não-duráveis (0,0%) e alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (0,0%) mantiveram o patamar da produção de outubro de 2013 e somente o subsetor de carburantes (3,9%) cresceu, devido sobretudo a álcool etílico.
Entre janeiro e outubro de 2014, a indústria diminuiu 3,0%, com taxas negativas em três das quatro categorias de uso: bens de capital (-8,8%) - especialmente puxado por bens de capital para equipamentos de transporte (-16,6%); consumo duráveis (-9,6%) - especialmente automóveis (16,7%); bens intermediários (-2,5%). Já bens de consumo semi e não duráveis registraram um aumento de 0,2% na produção.
Por Dentro da Indústria de Transformação: Gêneros e Subsetores. A manutenção da produção da indústria brasileira em outubro de 2014, comparando com o mês passado, foi o resultado médio ponderado das taxas de variação dos ramos pesquisados pelo IBGE: 16 negativas, 6 positivas e 2 nulas. As reduções mais importantes se ocorreram em produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-9,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,2%) – sendo que o primeiro neutralizou parte do avanço de 10,1% observado no mês anterior, e o segundo tendo registrado uma marca negativa após três meses de resultados positivos consecutivos. Também houve queda na fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-2,1%), de produtos de borracha e material plástico (-1,7%), de couro, artigos de viagem e calçados (-3,2%), de produtos do fumo (-6,2%) e de bebidas (-1,3%). As taxas positivas mais expressivas foram as de produtos alimentícios (2,5%) – que contrabalanceou parte da queda de 3,6% registrada em setembro deste ano, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,9%) e de outros equipamentos de transporte (5,0%).
Constatou-se uma retração na produção industrial na comparação com igual mês do ano anterior em 23 das 26 atividades avaliadas, puxada por veículos automotores, reboques e carrocerias (-16,5%), produtos de metal (-13,9%), de metalurgia (-8,3%), de máquinas e equipamentos (-8,0%), de outros produtos químicos (-5,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,5%) e de produtos de minerais não-metálicos (-4,6%). Por sua vez as três atividades que tiveram crescimento foram indústrias extrativas (6,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%).
No período janeiro-outubro de 2014, comparado com o mesmo período de 2013, a indústria cai 3,0%, com perfil generalizado de taxas negativas, em 19 dos 26, 58 dos 79 grupos e 63,0% dos 805 produtos investigados. A queda mais forte advém de veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,0%), com redução na produção de aproximadamente 90% dos produtos investigados na atividade, principalmente automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias com motor diesel, reboques e semirreboques e autopeças. Outras indústrias que vêm acumulando perdas mais expressivas são as de produtos de metal (-11,4%), de metalurgia (-6,6%), de máquinas e equipamentos (-5,3%), de outros produtos químicos (-4,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,7%) e de produtos de borracha e de material plástico (-3,9%). Segundo o IBGE, em termos de produtos, as influências negativas mais relevantes têm sido, respectivamente, estruturas de ferro e aço, artefatos diversos de ferro e aço estampado, esquadrias de ferro e aço, construções pré-fabricadas de metal, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço, pontes e elementos de pontes de ferro e aço e andaimes tubulares e material para andaimes; artefatos e peças diversas de ferro fundido, chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas, bobinas ou chapas de outras ligas de aço (inclusive tiras) e tubos de aços com costura; tratores agrícolas, válvulas, torneiras e registros, máquinas para colheita, retroescavadeiras, guindastes, pontes e vigas rolantes, pórticos, pontes-guindastes e carros-pórticos e rolamentos de esferas, agulhas e cilindros para equipamentos industriais; tintas e vernizes para usos em geral, impressão e construção, fungicidas para uso na agricultura, éteres e peróxidos orgânicos, propeno não-saturado, hexametilenodiamina e seus sais, aditivos para óleos lubrificantes, benzeno e etileno não-saturado; fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, interruptores, seccionadores e comutadores para tensão menor ou igual a 1kv, motores elétricos de corrente alternada ou contínua, aparelhos elétricos de alarme para proteção, eletroportáteis domésticos, máquinas de lavar ou secar roupas para uso doméstico e fogões de cozinha; e peças e acessórios de plástico e de borracha para indústria automobilística, borracha misturada não vulcanizada em formas primárias, cartuchos de plástico para embalagem, juntas, gaxetas e semelhantes de borracha vulcanizada não endurecida, garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes de plástico e filmes de material plástico (inclusive BOPP) para embalagem. Já entre as atividades que tiveram crescimento na produção destacam-se indústrias extrativas (5,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,4%), devido à elevação na produção de minérios de ferro em bruto ou beneficiado e pelotizados, óleos brutos de petróleo e gás natural, na primeira, de óleos combustíveis, álcool etílico, asfalto de petróleo e querosene de aviação, na segunda, e de medicamentos, na última.
Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais
Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)
Utilização de Capacidade. O índice de utilização da capacidade instalada da CNI, com ajustes sazonais, aponta uma nova redução em outubro de 2014, passando de 81,1% em setembro para 80,6%. Também de acordo com o indicador da FGV, com ajuste sazonal, em outubro a utilização média da capacidade instalada registrou baixa em relação ao mês anterior, de 83% para 82%.