Carta IEDI
Produtividade na Indústria no Primeiro Semestre de 2014: Quadro de Estagnação
Sumário
A produtividade industrial no primeiro semestre ficou estagnada, com variação de 0,3% em relação ao primeiro semestre de 2013. Esta taxa é resultado da queda de 2,6% na produção e de 2,9% nas horas pagas. Comparando os resultados destes três indicadores com os alcançados em 2013 - produção (2,0%), horas pagas (-1,3%) e produtividade (3,3%) - é claro o cenário de desaceleração da indústria no primeiro semestre. Numa perspectiva temporal mais longa, observa-se que indústria não apresenta crescimento da produção desde 2011, o que também ajuda a explicar o quadro de estagnação da produtividade industrial em 2014.
O quadro de estagnação da produtividade que persiste desde 2011 tem várias causas. A principal é o baixo crescimento da produção industrial, pois o comportamento da produtividade é pró-cíclico. Como os estímulos ao consumo das famílias não foram suficientes para alavancar o crescimento dos investimentos, o crescimento da produtividade a longo prazo, essencial para crescimento da renda per capita, fica comprometido. Acompanhando-se a evolução da produtividade da indústria geral trimestre contra trimestre do ano anterior e as taxas de crescimento da formação bruta de capital fixo observa-se que as da formação de capital foram decrescentes em 2011 até setembro de 2012 e voltaram a cair a partir do segundo trimestre de 2013. As taxas de variação da produtividade acompanharam as de investimento em todo o período, com exceção do segundo, terceiro e quarto trimestres de 2012.
Sem sinais claros de dinamismo da indústria, a expectativa é que a produtividade não cresça em 2014, e se ocorrer crescimento será acompanhado de um aprofundamento do desemprego industrial e queda nas horas pagas. Ademais, para a produtividade industrial crescer de forma sustentada depende da retomada dos investimentos, o que não parece estar ocorrendo, dado, dentre outros fatores, um cenário ainda nebuloso em termos de expectativas futuras sobre o desempenho das economias doméstica e mundial.
O agravante da situação de baixo crescimento da produtividade é que o processo de desindustrialização não deve retroceder se o crescimento industrial não ocorrer em bases sólidas. Em suma, não só fatores conjunturais irão ajudar o processo de retomada da produção e da produtividade na indústria, mas também uma política de desenvolvimento para o setor que apresente resultados com foco no investimento e inovação, na produtividade e na competitividade com vistas a melhor inserir as exportações industriais no mercado internacional.
O nível de emprego industrial se contraiu em 2,3% no primeiro semestre, porém a folha de pagamento média real registrou alta de 3,8%, indicando que a mão de obra retida é a de maior remuneração. Os custos associados à contratação e dispensa de mão de obra justificam este resultado. O aumento na remuneração média real juntamente com a não recuperação da produtividade implicou aumento no custo da mão de obra de 3,4% no semestre.
Dos setores com crescimento da produtividade acima da média da Indústria Geral - Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (7,7%), Indústrias extrativas (5,7%), Fumo (5,3%), Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (3,7%) e Madeira (2,2%), os três primeiros melhoraram a produtividade no semestre em relação a dezembro de 2013. Em Fumo, foi registrada a maior redução nas horas pagas de todos os segmentos da indústria (-11,6%). Em todos os setores observou-se queda no crescimento da produção industrial, à exceção de Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis e Indústrias extrativas. Seis setores da Indústria de transformação apresentaram queda na produtividade: Vestuário e acessórios (-0,5%); Textil (-1,0%); Metalurgia (-1,6%); Borracha e produtos de material plástico (-2,7%), Fabricação de produtos de metal (-2,9%) e Produtos de minerais não metálicos (-3,6%).
Do ponto de vista regional, nos três estados de maior peso da produção industrial nacional – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais - dois presentaram decréscimo na produtividade – São Paulo (-0,8%) e Rio de Janeiro (-3,8%). Os estados com maiores incrementos na produtividade industrial foram os de Pernambuco (4,7%), Espírito Santo (2,1%), Minas Gerais (1,7%) e Rio Grande do Sul (1,5%). Ceará ficou próximo à média nacional (0,6%). Paraná alcançou a mesma marca que a indústria nacional (0,3%). Apresentaram queda de produtividade, além de São Paulo e Rio de Janeiro, os estados de Santa Catarina (-1,4%) e Bahia (-1,5%). Todos os estados apontaram diminuição nas horas pagas e, com exceção de Pernambuco, também de produção industrial.
Produtividade na Indústria no Primeiro Semestre de 2014: Quadro de Estagnação. A produtividade no primeiro semestre de 2014 ficou estagnada – expansão de apenas 0,3% - resultado de queda de 2,6% na produção e de 2,9% nas horas pagas. Em junho, na comparação com igual mês de 2013, a produtividade apresentou retração de 2,9% devido à queda de 6,9% na produção física e de 4,2% nas horas pagas, consequência do menor número de dias trabalhados por conta do evento da Copa do Mundo. Ao longo do semestre, as taxas de crescimento da produtividade em relação ao mês imediatamente anterior apresentaram relativa estabilidade, com predomínio de taxas ligeiramente negativas. A exceção foi o mês de janeiro, quando a produtividade cresceu 2,5% em relação a dezembro de 2013. Estendendo o período de observação para janeiro de 2011 a comparação mês a mês revela que a produtividade não cresce desde então, com o nível de produção e de horas pagas mantidos constantes, na média. Assim, a estagnação da produtividade industrial no primeiro semestre de 2014 reflete a estagnação da produção industrial desde 2011.
Considerando o indicador de média móvel de 12 meses, a produtividade registrou expansão de 1,7% em junho, mas este resultado mostra forte desaceleração em relação a dezembro de 2013, quando fechou o ano com crescimento de 3,3%. O indicador de produção física e de horas pagas na mesma comparação em junho de 2014 registraram queda de 0,6% e de 2,3%, respectivamente. Estes resultados sinalizam que a manutenção de taxas positivas da produtividade em ambiente de retração na produção são devidas à contração mais que proporcional nas horas pagas. A contração nas horas pagas, por sua vez, é resultado da retração do mercado de trabalho industrial que registrou queda de 2,3% no primeiro semestre de 2014.
Dado os custos de contratação e dispensa da mão de obra, mesmo com retração na produção industrial, o indicador de folha de pagamento média real mostrou expansão fechando o semestre com crescimento de 3,8%. Este comportamento pode ser atribuído ao fato de as empresas tenderem a reter a mão de mais qualificada. No caso de grandes empresas, contribui para a retenção de mão de obra o receio de uma eventual repercussão negativa das demissões, dado que 2014 é um ano de eleições presidenciais. Na comparação do indicador acumulado de 12 meses o crescimento foi de 2,6%, ligeiramente acima do registrado em dezembro (2,5%). A evolução da folha de pagamento média real no primeiro semestre, superando o crescimento da produtividade, aponta aumento no custo unitário do trabalho. Em junho de 2014 este custo cresceu 3,4%, em média.
O movimento de desaceleração do crescimento da produção e da produtividade ao longo do primeiro semestre de 2014 pode ser acompanhado pela evolução das taxas de crescimento trimestre contra igual trimestre do ano anterior. Esta comparação mostra que produção no último trimestre de 2013 já apresentava retração em relação ao nível de produção do último trimestre de 2012, tendência que continuou no primeiro semestre de 2014. Desta forma, o efeito da Copa do Mundo em junho, acentuou a tendência de queda na produção industrial, que se refletiu em contração da produtividade no segundo trimestre de 2014.
A evolução do indicador de média móvel de 12 meses retroagindo a 2011 mostra que as taxas de crescimento da produtividade desde fevereiro de 2012 situam-se acima das de produção física, pois as taxas de crescimento das horas pagas foram decrescentes desde 2011, tornando-se negativas a partir daquele mês. Nesta comparação fica claro que a não recuperação da produção industrial de forma consistente, implica ajuste no emprego e nas horas pagas.
O quadro de estagnação da produtividade industrial desde 2011 tem várias causas. A principal é o baixo crescimento da produção industrial, pois o comportamento da produtividade é pró-cíclico. O baixo dinamismo da indústria, por sua vez, tem sido atribuído ao esgotamento do modelo de crescimento puxado pelo consumo, ao fim do boom das commodities, e à concorrência com produtos importados, principalmente da China. Como já mencionado, de 2011 até o primeiro semestre de 2014 a produção industrial não aumentou. Do ponto de vista dos estímulos da demanda, segundo as contas nacionais, a expansão do PIB nos últimos anos tem sido puxada pelos gastos em consumo, em particular das famílias, que no período 2011-1º. trimestre de 2014 expandiu-se em 3,2% ao ano, sendo superado apenas pelo crescimento das importações. A formação bruta de capital fixo, proxy do investimento em capital, cresceu em média 1,6% ao ano. No primeiro trimestre de 2014 recuou 2,1%.
Como os estímulos ao consumo das famílias não têm sido suficientes para alavancar o crescimento dos investimentos, o crescimento da produtividade a longo prazo, essencial para crescimento da renda per capita, fica comprometido. Acompanhando-se a evolução da produtividade da indústria geral trimestre contra trimestre do ano anterior e as taxas de crescimento da formação bruta de capital fixo observa-se que as da formação de capital foram decrescentes em 2011 até setembro de 2012 e voltaram a cair a partir do segundo trimestre de 2013. As taxas de variação da produtividade acompanharam as de investimento em todo o período, com exceção do segundo, terceiro e quarto trimestres de 2012.
Sem sinais claros de dinamismo da indústria, que não tem reagido às diversas medidas de incentivo do governo desde 2011, a expectativa é que a produtividade não cresça em 2014, e se ocorrer crescimento será acompanhado de um aprofundamento do desemprego industrial e queda nas horas pagas. Ademais, para a produtividade industrial crescer de forma sustentada depende da retomada dos investimentos, o que não parece estar ocorrendo, dado, dentre outros fatores, um cenário ainda nebuloso em termos de expectativas futuras sobre o desempenho das economias doméstica e mundial. O agravante da situação de baixo crescimento da produtividade é que o processo de desindustrialização não deve retroceder se o crescimento industrial não ocorrer em bases sólidas. Em suma, não só fatores conjunturais irão ajudar o processo de retomada da produção e da produtividade na indústria, mas também uma política de desenvolvimento para o setor que apresente resultados com foco no investimento e inovação, na produtividade e na competitividade com vistas a melhor inserir as exportações industriais no mercado internacional.
A Evolução Setorial da Produtividade. A pesquisa industrial de produção física (PIM-PF) sofreu reformulação metodológica que implicou, dentre outras mudanças, a adequação dos setores de atividade à classificação CNAE 2.0. Como a pesquisa de emprego e salário (PIMES) utiliza uma agregação de ramos de atividade da classificação CNAE 1.0, a compatibilização de setores entre as duas pesquisas para o cálculo da produtividade – obtido pela divisão do indicador de produção física (oriundo da PIM-PF) pelo de horas pagas (oriundo da PIMES)- ficou reduzida às indústrias extrativas e a apenas 10 setores na indústria de transformação. Assim, a análise que se segue irá se limitar aos setores possíveis de serem comparados. Vale observar que estes setores são de produção de bens de baixa intensidade tecnológica, o que limita ainda mais a análise da evolução da produtividade do setor industrial.
O setor com maior variação na produtividade no semestre foi o de Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, com expansão de 7,7%. Trata-se de um setor com baixo grau de empregabilidade e que obteve este resultado com queda de 5,2% nas horas pagas e de 8,4% no emprego, a maior contração dentre todos os setores da pesquisa.
O setor de Indústrias extrativas, com expansão de 5,7% na produtividade, apresentou a maior expansão de produção dentre os setores compatibilizados (4,1%). Mesmo com expansão na produção, registrou contração nas horas pagas (-1,5%) e no emprego (-1,3%). Em relação a dezembro de 2013 (-4,3%), o setor melhorou sua performance em junho de 2014.
Os setores de Fumo, de Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados e de Madeira, com taxas positivas de expansão da produtividade de respectivamente de 5,3%; de 3,7% e de 2,2%, apresentaram queda na produção física e nas horas pagas. O setor de Fumo foi o que mais contraiu as horas pagas (-11,6%) dentre todos os pesquisados e o de Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados o segundo que mais retraiu o nível de emprego (-7,6%) também dentre todos os pesquisados. O setor de Fumo, em relação a dezembro de 2013 (-9,8%), apresentou melhora na produtividade, e o de Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (11,9%) e Madeira (7,6%) piora em relação a performance de 2013.
O resultado da produtividade da Indústria de Transformação no semestre foi levemente negativo (-0,4%) com queda na produção de 3,4% e nas horas pagas de 3,0%. Mais seis setores apresentaram queda na produtividade: Vestuário e acessórios (-0,5%); Textil (-1,0%); Metalurgia (-1,6%); Borracha e produtos de material plástico (-2,7%), Fabricação de produtos de metal (-2,9%) e Produtos de minerais não metálicos (-3,6%). Todos registraram queda na produção física sendo o de Fabricação de produtos de metal decréscimo de 10,1%, a segunda maior queda dentre todos os setores da PIM-PF, sendo superado apenas por fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-16,9%). O setor de Borracha e produtos de material plástico foi o único de toda a lista de setores compatibilizados a apresentar manutenção das horas pagas (0,6%) e do emprego (0,6%) no semestre.
Em resumo, o fraco desempenho da produção industrial no semestre explica o fraco desempenho da produtividade setorial com o predomínio de atividades com taxas negativas de produtividade. Todos os setores compatibilizados contraíram o emprego e as horas pagas, com exceção do de Borracha e produtos de material plástico. Todos contraíram a produção, com exceção de Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis e de Indústrias extrativas. A relativa moderação na dispensa da mão de obra em um contexto de semi estagnação do setor produtivo revela um comportamento das empresas cauteloso, que pode ser atribuído ao fato de 2014 ser ano eleitoral.
A Evolução da Produtividade por Unidades da Federação e Setores de Atividade. Dos três estados de maior peso da produção industrial nacional- São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais - São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram queda na produtividade de 0,8% e 3,8% respectivamente. Minas Gerais registrou aumento de produtividade de 1,7%. Os maiores incrementos foram os das indústrias localizadas em Pernambuco (4,7%), Espírito Santo (2,1%), Minas Gerais (1,7%) e Rio Grande do Sul (1,5%). Ceará ficou próximo à média nacional (0,6%). Paraná alcançou a mesma marca que a indústria nacional (0,3%). Além das quedas de São Paulo e Rio de Janeiro, também retrairam a produtividade as indústrias de Santa Catarina (-1,4%) e Bahia (-1,5%).
Todos os estados apontaram diminuição nas horas pagas e, com exceção de Pernambuco, também de produção física. Como a evolução da produtividade é pró-cíclica, não é de se estranhar o predomínio de taxas baixas ou negativas de produtividade.
O maior aumento de produtividade foi da indústria de Pernambuco (4,7%). Esse desempenho foi principalmente fruto do crescimento da produção física (3,7%), o único dentre os locais pesquisados, que foi acompanhado de uma pequena diminuição (-1,0%) nas horas pagas. O setor de Produtos alimentícios (12,3%) foi principal responsável pelo aumento da produção física da indústria. Não é possível estimar índices de produtividade para esse segmento industrial. Os maiores acréscimo de produtividade verificaram-se em Produtos de metal- exclusive máquinas e equipamentos (17,1%) e Borracha e plástico (6,8%). Ambos tiveram aumentos de produção física – 2,7% e 3,6% respectivamente – acompanhados de contração nas horas pagas – -12,3% e -3,0% respectivamente.
O segundo maior incremento de produtividade industrial verificou-se no Espírito Santo (2,1%). Esse resultado é derivado, sobretudo, da contração das horas pagas (-4,0%), que foi o dobro da diminuição da produção física (-2,0%). Têxtil (-13,5%), Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-15,4%), e Vestuário e acessórios (-17,6%) tiveram expressivas diminuições nas horas pagas, mas não é possível o cálculo de produtividade para esses segmentos pela ausência de índices de produção física. O setor de Minerais não metálicos registrou aumento de produtividade (5,6%) e as indústrias extrativas (-1,8%) e principalmente a Metalurgia (-17,2%) apontaram quedas.
A indústria de Minas Gerais apontou o terceiro maior acréscimo de produtividade (1,7%) dentre os locais pesquisados. Também aqui a contração nas horas pagas (-2,6%) foi bem superior a da produção física (-0,9%). A maior taxa positiva foi a de Fumo (39,4%) e a negativa de Produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos (-16,5%). No caso do primeiro setor, o determinante foi o decréscimo nas horas pagas (-29,0%) e no segundo a queda na produção física (-14,0%). Setores de peso na indústria local registraram aumentos de produtividade: Coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (5,9%), Indústrias extrativas (8,2%) e Metalurgia (2,8%).
A indústria do Rio Grande do Sul registrou acréscimo de 1,5% da produtividade no primeiro semestre de 2014, contra igual período em 2013. Nesse local houve maior proximidade entre as taxas negativas de horas pagas (-5,3%) - a maior variação negativa dentre os locais pesquisado – e de produção física (-3,9%). Os mais expressivos aumentos de produtividade foram em Metalurgia (11,6%), Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (6,0%) e Produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos (5,7%). Todos esses setores tiveram diminuições de horas pagas bem superiores às de produção física.
A indústria do Ceará apresentou crescimento de 0,6% na produtividade. O setor de Coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis registrou um expressivo acréscimo de produtividade (20,0%), o maior para esse segmento em todos os locais pesquisados. Esse resultado foi fruto do grande crescimento da produção física (18,1%), combinado uma pequena queda nas horas pagas (-1,6%). Dois setores registraram diminuições significativas na produtividade: Minerais não-metálicos (-13,9%) e Têxtil (-13,5%).
A indústria do Paraná assinou estabilidade na produtividade (0,3%). Foram muito próximas as variações negativas de horas pagas (-4,6%) e produção física (-4,3%). O ramo que mais impactou na contração da produção física foi Automotores, reboques e carrocerias (-15,7%), para o qual não é possível estimar índice de produtividade. Os maiores acréscimos de produtividade ocorreram em: Minerais não metálicos (16,3%) e Madeira (12,3%).
A indústria de São Paulo apontou um decréscimo de -0,8% na produtividade. A diminuição da produção física (-5,0%), a maior dentre os locais pesquisados, foi um pouco acima da contração das horas pagas (-4,3%). O setor que mais impactou no decréscimo da produção física foi Automotores, reboques e carrocerias (-15,8%), para o qual não é possível calcular o índice de produtividade, por falta de informações sobre a evolução das horas pagas. As quedas mais expressivas de produtividade ocorreram em Borracha e plástico (-6,3%) e Metalurgia (-6,2%). O ramo com maior aumento de produtividade foi Têxtil (6,6%), cujo desempenho positivo foi consequência principalmente da expressiva diminuição nas horas pagas (-11,7%).
A indústria de Santa Catarina apresentou decréscimo de -1,4% na produtividade. As horas pagas ficaram praticamente estáveis (-0,3%), mas houve decréscimo de -1,7% na produção física. A maior diminuição de produtividade ocorreu na Metalurgia (-9,8%) e maior acréscimo foi em Vestuário e acessórios (3,2%). No caso do primeiro setor, o determinante foi a queda na produção física (-8,0%) e no segundo a diminuição nas horas pagas (-4,6%).
A indústria da Bahia apontou diminuição de -1,5% na produtividade, resultado de uma contração na produção física (-4,5%) superior à das horas pagas (-3,1%). A maior diminuição de produtividade ocorreu em Minerais não-metálicos (-2,0%), e o maior acréscimo nas Indústrias extrativas (13,1%). Houve forte queda da produção física em Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-43,2%) e em Automotores, reboques e carrocerias (-34,3%), o que deve ter impactado negativamente no desempenho da produtividade.
A indústria do Rio de Janeiro assinalou a maior diminuição de produtividade dentre os locais pesquisados (-3,8%). Apesar do decréscimo de -3,9% na produção física, as horas pagas permaneceram estáveis (-0,1%). A maior diminuição de produtividade ocorreu em Coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,8%), e maior acréscimo em Borracha e plástico (17,7%). O ramo de Madeira registrou um expressivo aumento das horas pagas (52,4%), o que deve ter influenciado negativamente na evolução da produtividade.