Carta IEDI
A Estratégia Norte-americana para Garantir a Liderança Mundial na Indústria
Para encerrar 2012, apresentamos como os EUA estão se mobilizando para garantir a liderança mundial na indústria da transformação, através de uma resenha do relatório “Report to the president on capturing domestic competitive advantage in advanced manufacturing”, recebido pelo presidente Barack Obama em julho deste ano.
O documento analisa as vantagens competitivas norte-americanas na indústria de transformação avançada. Tal indústria contempla não somente as novas tecnologias, como também todo o conjunto de fornecedores e produtores industriais locais que atuam globalmente através de processos eficientes, altamente integrados.
O documento partiu do conselho presidencial de Ciência e Tecnologia (President’s Council of Advisors on Science and Technology - PCAST) e foi preparado pelo Comitê de Parceria em Indústria de Transformação Avançada. Na apresentação do texto os autores esclarecem que o objetivo é identificar oportunidades de investimento no setor de ponta da indústria, para assim revolucionar a indústria americana.
A execução deste tipo de relatório evidencia a importância estratégica que o país mais poderoso do mundo atribui ao desenvolvimento industrial de ponta e serve de inspiração para o Brasil também pensar estrategicamente sua indústria como um setor fundamental para o sucesso da trajetória de desenvolvimento econômico.
As propostas estão organizadas em três pilares, reunindo ao todo 16 recomendações:
1) Possibilitar inovação
- Estabelecer uma estratégia nacional de indústria de transformação avançada;
- Elevar o financiamento de P&D nas mais importantes tecnologias de corte transversais;
- Estabelecer uma rede nacional de institutos de inovação industrial;
- Conferir mais poder à cooperação entre universidades e indústrias em pesquisas para a indústria de transformação avançada;
- Promover um ambiente mais robusto para a comercialização de tecnologias industriais avançadas;
- Estabelecer um portal nacional de indústria de transformação avançada
2) Assegurar a formação de talentos
- Corrigir conceitos populares inadequados sobre a indústria da transformação (gerar motivação para trabalhar na área);
- Aproveitar o talento de militares veteranos na indústria de transformação;
- Investir em educação ao nível médio das comunidades;
- Desenvolver parcerias para prover certificados e comprovantes de qualificação
- Ampliar programas de indústria de transformação avançada em universidades
- Inaugurar parcerias e intercâmbios nacionais de indústria
3) Melhorar o ambiente de negócios
- Viabilizar reforma tributária específica
- Agilizar políticas de regulação
- Melhorar políticas de comércio internacional
- Atualizar políticas de energia
O Relatório. Em julho deste ano o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu um relatório da Casa Branca analisando as vantagens competitivas norte-americanas na indústria de transformação avançada (intitulado “Report to the president on capturing domestic competitive advantage in advanced manufacturing).
Tal indústria não somente contempla as novas tecnologias, como também todo o conjunto de fornecedores e produtores industriais locais que atuam globalmente através de processos eficientes, altamente integrados e controlados. A indústria da transformação avançada engloba todos os aspectos da indústria de transformação em geral, incluindo a habilidade de responder às novas demandas através de inovações nos processos de produção e da cadeia produtiva.
O documento partiu do conselho presidencial de Ciência e Tecnologia (President’s Council of Advisors on Science and Technology - PCAST) e foi preparado pelo Comitê de Parceria em Indústria de Transformação Avançada. Na apresentação do texto ao presidente, os diretores do PCAST - John P. Holdren Diretor do Escritório de Ciência e Tecnologia, e Eric Lander, presidente do Instituto Geral de Harvard e MIT -, esclarecem que o objetivo é identificar oportunidades de investimento no setor de ponta da indústria, para assim revolucionar a indústria americana. O estudo é o resultado do debate entre mais de 1200 pessoas das universidades, empresas e governo, que se propuseram a pensar juntas em soluções para avançar no setor industrial de ponta de forma a possibilitar uma “economia constituída para durar”.
A execução deste tipo de relatório evidencia a importância e a crucialidade estratégica que o país mais poderoso do mundo atribui ao desenvolvimento industrial de ponta, sobretudo em época de dificuldades econômicas. Tanto que existe um conselho específico junto à presidência para consultoria em assuntos de Ciência e Tecnologia, composto pelos maiores cientistas e engenheiros daquele país, cujo escopo é prover ao presidente maior acesso às informações e recomendações de políticas sobre o tema.
Historicamente, a indústria de transformação sustentou o crescimento econômico norte-americano, as exportações e a produção de inovação e conhecimento. As estatísticas atestam que o setor é o que mais cria valor a partir de cada dólar investido, dinamizando toda a economia. Contudo, o estudo apresenta um diagnóstico pragmático de que a liderança industrial histórica dos Estados Unidos está em risco e, assim, a economia como um todo, prejudicando o comércio internacional e a capacidade de inovação necessária para o sucesso da nação no futuro.
A participação da indústria de transformação tem perdido parcela do produto e do emprego ano a ano, não somente em atividades de baixos salários e pouco intensivas em tecnologia, mas também em setores de altos salários – perdendo, assim, competitividade tanto para nações de baixos custos relativos em salários, quanto para altos, como o Japão e a Alemanha. E ainda, os EUA estão perdendo espaço em P&D de alta e média tecnologia.
Mas a análise pondera que o país ainda tem condições de manter a liderança dos últimos cem anos, caso adote uma estratégia nacional para a indústria de tecnologia avançada. A proposta do relatório para o fortalecimento dessa indústria está baseada em três pilares: possibilitar inovação, assegurar a formação de talentos e melhorar o ambiente de negócios. Sobre eles, estabeleceram 16 recomendações gerais:
1) Possibilitar inovação
- Estabelecer uma estratégia nacional de indústria de transformação avançada;
- Elevar o financiamento de P&D nas mais importantes tecnologias de corte transversais;
- Estabelecer uma rede nacional de institutos de inovação industrial;
- Conferir mais poder à cooperação entre universidades e indústrias em pesquisas para a indústria de transformação avançada;
- Promover um ambiente mais robusto para a comercialização de tecnologias industriais avançadas;
- Estabelecer um portal nacional de indústria de transformação avançada
2) Assegurar a formação de talentos
- Corrigir conceitos populares inadequados sobre a indústria da transformação (gerar motivação para trabalhar na área);
- Aproveitar o talento de militares veteranos na indústria de transformação;
- Investir em educação ao nível médio das comunidades;
- Desenvolver parcerias para prover certificados e comprovantes de qualificação
- Ampliar programas de indústria de transformação avançada em universidades
- Inaugurar parcerias e intercâmbios nacionais de indústria
3) Melhorar o ambiente de negócios
- Viabilizar reforma tributária específica
- Agilizar políticas de regulação
- Melhorar políticas de comércio internacional
- Atualizar políticas de energia
A seguir, apresentam-se as recomendações mais detalhadamente, explicando, antes, a importância da indústria de transformação avançada, segundo o relatório para o presidente Obama.
A Importância da Indústria de Transformação Avançada. A mão-de-obra norte-americana no setor de transformação em 2010 equivalia a cerca de 12 milhões de pessoas, sendo a metade empregada em pequenas e médias empresas – correspondentes a 85% de todas as empresas do setor. A produção da indústria da transformação dos EUA está estável por mais de uma década. Porém, houve uma retração de mais de 30% da força de trabalho no setor e no investimento em novas instalações de capacidade. Este movimento não se deu apenas por ganhos de produtividade, mas principalmente pela perda de competitividade das manufaturas estadunidenses. Os EUA perderam parcela na produção de manufaturados mundial (perdendo as posições de 1º e 2º maior exportador de manufaturados para a China e a Alemanha, de acordo com a OMC) e têm incorrido em elevados déficits na balança comercial de manufaturados, inclusive nos de alta tecnologia (desde 2002).
O relatório sublinha que este é um problema grave, dada a grande importância da indústria de transformação para a economia. Primeiro, porque o setor é o maior contribuinte para a geração de inovação na economia. Segundo, porque é também multiplicador de emprego: em média, cada emprego na indústria da transformação gera 2,5 empregos na economia, e essa relação sobre para 16 quando se trata da indústria de alta tecnologia. Aliás, o setor é também o de maior efeito multiplicador em geral. Terceiro, porque o emprego no setor de manufaturas afeta toda a cadeia produtiva, da produção para o mercado doméstico e para exportação.
Além disso, o setor de indústria de transformação avançada é crítico para a segurança nacional e para sustentar a competitividade internacional de um país. Esta produção é importante para a seguridade da defesa nacional e de outras questões geopolíticas e estratégicas, tais como a seguridade de energia, alimentar, de produtos relacionados à saúde e ao bem-estar, e até mesmo da internet e outros tópicos de tecnologia da informação.
Um dos problemas centrais da indústria americana é a realocação (outsourcing) de estágios da cadeia produtiva. A internacionalização de estágios produtivos, acelerada a partir dos anos oitenta, apresenta revezes relacionados à redução dos efeitos de encadeamento no território. Mais grave ainda é a internacionalização, em marcha nessa última década, dos setores relacionados à criação de novas tecnologias, inovação e P&D – o significa que os EUA não somente estão perdendo os benefícios dos avanços tecnológicos (principalmente o potencial de inovações), como também, estão repassando para as localidades onde suas multinacionais realocaram, alimentando os países concorrentes, em alguns casos.
Assim, para evitar a continuidade desse processo e fortalecer a indústria de transformação avançada nacional, a estratégia apresentada no relatório se baseia em três pilares, 1) possibilitar a inovação, 2) assegurar a formação de talentos, 3) melhorar o ambiente de negócios. Para cada pilar, foram feitas algumas recomendações, sintetizadas a seguir:
Possibilitando a Inovação.
- Estabelecer uma estratégia nacional de indústria de transformação avançada;
O maior objetivo das recomendações deste pilar é o estabelecimento de um mecanismo permanente para identificar as tecnologias industriais de nova geração que terão os maiores impactos nos crescimento e competitividade dos EUA.
Isso significa resgatar o sentido histórico da vibrante base industrial norte-americana e seus ativos programas de pesquisa básica e aplicada. Outras nações estão mais adiantadas no que se refere à identificação de novas oportunidades tecnológicas, de forma que os EUA precisam de uma estratégia que articule melhor suas próprias capacidades tecnológicas, para não ficar atrás dos competidores internacionais.
Assim, o processo de consolidação de um mecanismo para identificação de novas gerações de tecnologia deve ser constituído em quatro fases:
I. Criação de um plano estratégico com objetivos para a indústria de transformação avançada nacional: resulta desta fase o estabelecimento de uma lista com as necessidades estratégicas prioritárias e as tecnologias correspondentes.
II. Criar roteiro de tecnologias: resultam desta fase roteiros para viabilizar o desenvolvimento das tecnologias priorizadas.
III. Criar e administrar programas: o resultado desta fase é a formação e execução de programas tecnológicos
IV. Revisar os progressos e corrigir o andamento dos programas: os stakeholders devem avaliar periodicamente os programas para assegurar seu bom funcionamento.
- Elevar o financiamento de P&D nas mais importantes tecnologias de corte transversais;
Definiram-se 11 tecnologias transversais mais relevantes, que endereçam necessidades estratégicas como defesa, soberania energética, segurança alimentar, entre outros. São elas:
- Sensoriamento avançando, Medição e Controle de Processos;
- Criação de Materiais Avançados, síntese e processamento;
- Tecnologias digitais para a indústria de transformação e para a informática;
- Indústria de transformação Sustentável
- Nanoindústria
- Produção industrial eletrônica flexível
- Bioindústria e Bioinformática
- Indústria de transformação Aditiva
- Equipamentos para teste e para a indústria de transformaçao avançada
- Robótica Industrial
- Formação e conjunção de tecnologias da indústria de transformação avançada
- Estabelecer uma rede nacional de institutos de inovação industrial;
Os EUA possuem grande tradição em invenções e descobertas científicas, contando com centros universitários e laboratórios de excelência. Porém muitas descobertas não se tornam realidades comerciais, principalmente porque as pequenas e médias empresas não dispõem dos recursos necessários para investir em novas tecnologias. Essa defasagem entre a pesquisa e a produção é conhecida como “vale da morte”.
O vale decorre dos diferentes processos envolvidos na pesquisa e na transformação industrial: enquanto o primeiro é lento e moroso, livre e flexível, o segundo é competitivo, sistemático e rigoroso. Para reduzir o vale entre esses dois estágios, o relatório sugere uma série de medidas, a maioria destinada ao fortalecimento das redes de diálogo e parcerias entre a academia, o setor privado e o setor público.
- Conferir mais poder à cooperação entre universidades e indústrias em pesquisas para a indústria de transformação avançada;
Essa recomendação se dirige principalmente à agilização e aprovação dos projetos para a indústria de transformação avançada, nesse caso, especificamente à retirada de uma barreira de política federal (Revenue Procedure 2007-47), que vem retardando as colaborações de pesquisa entre a universidade e as empresas.
- Promover um ambiente mais robusto para a comercialização de tecnologias industriais avançadas;
Além de reduzir a distância entre a pesquisa e a produção manufatureira, recomenda-se melhorar a sinergia e a sustentação de projetos tecnológicos de start-ups e pequenas e médias empresas. Uma das maneiras seria introduzir a indústria da transformação nos ecossistemas de inovação das universidades – estimulando a transferência de tecnologia, inclusive, através de medidas de desempenho neste sentido. Outras ideias são apoiar as start-ups expandindo as parcerias de extensão com a indústria e melhorar o acesso a capital e financiamento para essas empresas.
- Estabelecer um portal nacional de indústria de transformação avançada
Diagnosticaram dificuldades e desinformação sobre tecnologia para as pequenas e médias empresas, especificamente sobre assistência técnica e de recursos. A criação de um portal na internet facilitaria o acesso a esses itens, provendo informações e dados atualizados e harmonizados, além de responder perguntas mais comuns sobre o tema, avisar sobre eventos e oportunidades de pesquisa, etc.
Assegurar a Formação de Talentos
- Corrigir conceitos populares inadequados sobre a indústria da transformação (gerar motivação para trabalhar na área);
O estudo identificou que o trabalho na indústria tem sido associado a tarefas repetitivas e tediosas, parecendo um jeito antigo de se trabalhar, além de aparentemente arriscado do ponto de vista da estabilidade (por causa do crescente desemprego no setor nos últimos anos). Assim os alunos de engenharia e outras ciências se sentem desestimulados a aprender tarefas para as indústrias, fazendo com que a produção de manufaturas tenha se tonado menos frequente nos programas de aula e cursos das instituições.
Recomenda-se, portanto, mudar essa percepção – principalmente entre os estudantes, mostrando que o setor pode ser dinâmico e instigante. Através de uma parceria de sucesso entre o governo, as empresas e as universidades, é preciso que a indústria adquira um novo perfil. Seus trabalhadores precisam compartilhar uma visão positiva para o futuro e a paixão pelo aprendizado, estejam abertos à mudanças, convoquem outras instituições para compartilhar conhecimento, colaborem para uma proposta em comum, tenham papéis claros e específicos e mantenham-se flexíveis. Além disso, poderiam ser feitas campanhas nacionais de motivação para trabalhar na indústria de transformação.
- Aproveitar o talento de militares veteranos na indústria de transformação;
A taxa de desemprego entre os militares que serviram após 2001 e se aposentaram (chamados de veteranos da era do Golfo II) é uma das mais altas do país, acima de 12% em 2011. Há dois obstáculos para trazer esse contingente de trabalhadores para a indústria: baixa percepção de oportunidades de trabalho no setor e dificuldade de equalizar a qualificação de um militar com a do setor privado. Assim, o relatório sugere que o departamento de Defesa promova um módulo de treinamento para esses veteranos conseguirem se recolocar na indústria da transformação.
- Investir na educação de nível médio, no âmbito das comunidades;
Os colégios de comunidades já realizam o esforço de dar aulas para formação de técnicos e operadores de equipamentos. Falta aumentar a ponte entre a formação desses técnicos e o setor público e o privado, por isso o relatório propõe políticas públicas de incentivo, como bolsas de estudo e prêmios, para as universidades demandarem mais técnicos; integrar programas nacionais de educação etc.
- Desenvolver parcerias para prover certificados e comprovantes de qualificação
A indústria de transformação avançada necessita de trabalhadores para operar equipamentos modernos. Eles poderiam ser treinados nos colégios das comunidades, para trabalhar em indústrias locais. Seriam necessárias a padronização e a certificação desses cursos em nível nacional, assegurando a qualidade dos programas.
- Ampliar programas de indústria de transformação avançada em universidades
- Inaugurar parcerias e intercâmbios nacionais de indústria
Inserir o tópico indústria de transformação nos programas e currículos dos cursos de engenharia, criando inclusive cursos de graduação somente para este fim – a serem desenvolvidos por técnicos do governo, pelas universidades e pela indústria.
Melhorar o Ambiente de Negócios
- Viabilizar reforma tributária específica
O objetivo é o de que o sistema tributário crie um ambiente mais atrativo para as empresas atuarem globalmente. Hoje, os EUA tem a maior carga tributária sobre as empresas dentre os países da OCDE, desencorajando investimentos na indústria da transformação. A reforma teria dois benefícios importantes: incentivar o investimento direto estrangeiro e aumentar o investimento doméstico, de forma a consolidar um sistema tributário mais competitivo para a manutenção e expansão da indústria de transformação.
A ideia é estabelecer políticas para alavancar a indústria no território norte-americano, priorizando:
- reconhecer a importância da indústria de transformação no código tributário
- fortalecer créditos tributários para P&D
- criar um sistema de taxas competitivo
- Agilizar políticas de regulação
Para alavancar a inovação e a competitividade das manufaturas norte-americanas, é necessária uma regulação eficaz, que tanto maior será quanto melhor o envolvimento do setor privado com o setor público no estabelecimento dessas políticas, através de análises custos-benefícios.
- Melhorar políticas de comércio internacional
Recomendam políticas progressivas, aos moldes dos recentes e bem-sucedidos acordos de livre comércio entre os EUA e a Colômbia, Coreia e Panamá ou a Parceria Transpacífica. Esses acordos permitem comércio sem barreiras e alargam os mercados norte-americanos – especialmente dos produtos de média e alta tecnologia. Defendem a garantia dos direitos de propriedade e de comércio, atuando contra subsídios que distorcem preços de mercado, violações de direitos intelectuais e práticas injustas de comércio. Assim as ações seriam voltadas, especificamente, para ampliar mercados, laçar novos negócios, reformar controles de exportação.
- Atualizar políticas de energia
Para que os EUA se tornem mais competitivos nesse quesito, o relatório sugere manter-se o foco em eficiência e conservação de energia, aumentar e diversificar ofertantes domésticos, desenvolver novas tecnologias de combustíveis renováveis, realizando a transição para um economia de baixo carbono.