IEDI na Imprensa - Serviços deve encolher 3,6% no ano
DCI
Queda de 0,8% no volume de negócios do segmento mostra que, ao contrário do comércio e da indústria, empresários ainda não viram 'luz no fim do túnel'
Paula Cristina
Serviços deve encolher 3,6% no ano
Após três altas consecutivas o setor de serviços voltou a recuarjulho, ante a junho. O resultado, que mostra a persistência da crise no setor, corrobora para a projeção de que o segmento encolha 3,6% ao longo deste ano.
No sexto mês do ano, o faturamento do setor de serviços recuou 0,8% em relação ao m?s anterior, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, o consumo de serviços por parte das famíliasfoi o único destaque positivo de julho, com alta mensal de 0,9%, o que impediu queda mais acentuadano setor como um todo. "Embora o avançodo consumo por parte das famílias propiciado pelas quedas da inflação e dos juros seja favorável no curto prazo, o nível de confiança do setor ainda não permitiu a materialização dos investimentos", afirmou o chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes.
Por Setor
Os números apontam ainda que queda mensal foi puxada em grande parte pelo fraco desempenho dos serviços técnicos administrativos e complementares (-2,0%) e, em especial, aos serviços técnico-profissionais (-2,2%), como engenharia, contabilidade, jurídicos dentre outros. "Mesmo diante do recuo nos preços nessa atividade (-0,8% em julho), a queda na geração de receita evidencia a contínua carência de investimentos na economia brasileira já denotada pelos últimos dados provenientes das contas nacionais", completa Fabio Bentes.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume de receitas recuou pela 28a vez seguida nessa base comparativa (-3,2 ante julho do ano passado). De acordo com Bentes, mesmo considerando a leve recuperação do períodocompreendido entre abril e junho, a recessão econômica dos dois últimos anos reduziu o volume mensal de receitas dos serviços a um nível semelhante ao da primeira metade de 2011.
Sem sinal de melhora
Para os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) o resultado do IBGE mostra que apesar dos sinais de melhor ambiente de negócios nos setores industriais e varejistas, o segmento de serviços ainda encontra muita dificuldade de operar. "Os dados divulgados não mostram melhora. No máximo, o que os serviços conseguiram em 2017 foi parar de aprofundar suas perdas", dis o instituto em relatório.
Com o resultado de julho, o segmento fechou os sete primeiros meses do ano com queda acumulada de 4%, e soma também encolhimento quando comparado com julho de 2016.
Puxado pela maior demanda da indústria e do varejo, os economistas do IEDI apontam que o segmento de transporte é um dos poucos a apresentar sinais de melhora. "São três meses de crescimento na comparação interanual, enquanto no acumulado de janeiro a julho de 2017 já se encontra em uma virtual estabilidade". Entre janeiro e julho, a queda foi de 0,2% sobre um ano antes.