IEDI na Imprensa - Serviços em leve reação confirmam dados da indústria e do varejo
O Estado de São Paulo
Editorial Econômico
O comportamen to do setor de serviços depende do comportamento da indústria e do comércio, o que explica por que a alta desses dois segmentos entre outubro e novembro permitiu modesta recuperação de 0,1% no volume e na receita nominal do setor terciário, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O peso dos serviços no Produto Interno Bruto (PIB), da ordem de 70%, justifica o interesse dos analistas que avaliam quando a economia dará sinais concretos de voltar a crescer.
Os números de novembro ainda são pouco alentadores, mas o momento mais crítico (em outubro houve queda de 2,3% no volume, em relação a setembro) parece estar em vias de superação. Na comparação com igual período de 2015, a queda no volume dos serviços sem ajuste sazonal foi de 7,6% em outubro para 4,6% em novembro. Esse porcentual também é inferior à queda de 5% registrada tanto na comparação entre os primeiros 11 meses de 2015 e de 2016 como entre períodos de 12 me-
ses, até novembro de 2016.
Um economista do IBGE, Roberto Saldanha, notou que, apesar da retração da economia, algumas empresas se convenceram de que investir em serviços de informática é não só necessário para manter a competitividade, como “fator de sobrevivência”. É o que ajuda a explicar o crescimento de 1% do volume de serviços de informação e comunicação entre outubro e novembro.
O mesmo raciocínio, porém, não se aplica às famílias, que dependem de emprego e renda para consumir.
Os dados sobre o desemprego e a queda da renda real média mostram as dificuldades das famílias. Além disso, pessoas físicas não têm poder idêntico ao das empresas para negociar preços, o que muitas vezes é essencial para que tenham capacidade de contratar o serviço.
Tanto analistas do IBGE quanto do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacaram o caráter sazonal dos dados. “Houve melhora, mas ela tem que ser constante”, diz Saldanha, avançando: “Não pode ser um mês de alta e outro de queda, tem de ser a recuperação gradativa que se espera. Essa recuperação constante da indústria é que propiciará a retomada também do setor de serviços”.
Em resumo, a retomada do setor de serviços só se confirmará com novos e promissores resultados da indústria e do comércio.