IEDI na Imprensa - Corte dos juros deve trazer novo ânimo à economia
Diário Catarinense
Estela Benetti
Como o ritmo da atividade econômica ficou aquém do esperado também no último trimestre do ano passado, a decisão mais aguardada para este início de ano é a redução da taxa básica de juros Selic, quarta-feira, pelo Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom). A maioria das instituições financeiras prevê corte de 0,5 ponto percentual na taxa que está em 13,75% ao ano. Mas uma boa parte dos analistas reviu projeção e prevê um corte de até 0,75 ponto percentual, reduzindo para 13% ao ano. Para o mercado que responde a pesquisa Focus do BC, a Selic deve fechar o ano em 10,5%, mas há os que projetam 9,5% diante da alta do juro real (Selic menos inflação).
Entre os dados dos últimos dias que reforçam esse apelo do mercado por corte maior dos juros estão a alta de apenas 0,2% na produção industrial de novembro frente a outubro, a queda de 7,1% no ano – de janeiro a novembro frente aos mesmos meses de 2015 – e a retração de 20,19% na venda de veículos novos em 2016 na comparação com 2015.
Considerada um dos principais motores da economia, a indústria brasileira enfrenta dificuldades desde 2011, ou seja, nos últimos seis anos. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), no período de 2011 a 2013, o setor registrou crescimento nulo. Depois, iniciou fase de retração e foi atingida em cheio pela recessão. Só no primeiro semestre do ano passado alcançou alguns resultados positivos, mas não o suficiente para reverter balanço vermelho no ano. Mas a queda dos juros não trará alívio apenas para a indústria. Os setores de comércio, serviços e agropecuária também não suportam mais as taxas nas alturas.