IEDI na Imprensa - Produção industrial voltou a recuar em novembro, diz IBGE
Publicado em: 09/01/2014
Produção industrial voltou a recuar em novembro, diz IBGE
O Estado de São Paulo – 09/01/2014
Queda de 0,2%, após três resultados positivos seguidos, ainda não é uma tendência, diz gerente do instituto
Daniela Amorim e Vinicius Neder
A indústria brasileira não sustentou o ritmo de recuperação ensaiado a partir de agosto do ano passado. A produção voltou a recuar em novembro, com queda de 0,2%, após três resultados positivos consecutivos, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, porém, veio melhor do que o esperado por economistas, que apostavam em uma queda maior.
Na passagem de outubro para novembro, a atividade de veículos automotores registrou perdas de 3,2%, o principal impacto negativo sobre o total nacional. Houve redução na produção de automóveis pelo segundo mês consecutivo, mas novembro trouxe também perdas na fabricação de caminhões, o que ajudou a derrubar o resultado da categoria de bens de capital (-2,6%).
No entanto, a informação ainda é pontual e não configura uma tendência, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. “Em outubro, a queda era mais (na produção de) automóveis. Em novembro, a queda ficou dividida entre automóveis e caminhões”, lembrou Macedo.
A retração na produção de bens de capital sofreu influência ainda da diminuição na fabricação de máquina sagrícolas. “É um segmento que teve um ano bastante favorável, não só por causa da supersafra. Também houve exportações importantes, especialmente para a América do Sul. Pode ser (uma queda motivada) por uma base de comparação muito alta”, ponderou o gerente do IBGE.
Por outro lado, a expansão de 1,2% na categoria de bens intermediários em novembro sinaliza que é possível esperar novos resultados positivos para a indústria em 2014, avaliou Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). “O ano de 2012 e o primeiro semestre de 2013 foram de ajuste de estoques na indústria. Mas podemos começar 2014 com a expectativa de resultados melhores, embora nada muito robusto”, previu Souza.
A produção da categoria de bens intermediários cresce há quatro meses consecutivos, de agosto a novembro. Os bens intermediários respondem por cerca de 55% da indústria nacional, e alguns ramos produzem insumos para outras atividades industriais. “Esse aumento de intermediários pode ser os primeiros sinais do efeito do câmbio (desvalorização do real ante o dólar) sobre a produção”, explicou o economista do IEDI. André Macedo, do IBGE, ressalta que a melhora na produção de bens intermediários é recente, puxada, principalmente, pelo setor de refino de petróleo e álcool.
Aloísio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), lembra que o ano passado começou com projeções de recuperação mais vigorosa e bom ritmo de atividade industrial. No entanto, a partir do fim do segundo trimestre, a situação se deteriorou, com piora nas expectativas em relação à economia nacional, levando o segundo