IEDI na Imprensa - Produção Industrial Cai em Novembro e Deve Ampliar Pouco em 2014
Publicado em: 09/01/2014
Produção Industrial Cai em Novembro e Deve Ampliar Pouco em 2014
DCI – 09/01/2014
Thais Carrança
A produção industrial registrou alta de 0,2% em novembro de 2013, em relação ao mês anterior, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado quebra sequência de três meses de taxas positivas, de agosto a outubro, mas ficou acima da expectativa de analistas, que estimavam recuo em torno de 1%.
Entre as categorias de uso, bens de capital sofreu queda de 2,6%, enquanto a produção de bens intermediários avançou 1,2% na base mensal. Na comparação com novembro de 2012, a produção industrial cresceu 0,4%. Já no índice acumulado dos 11 meses de 2013, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou crescimento de 1,4%.
Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério de Souza, o resultado negativo já era esperado para o mês, mas o avanço em intermediários traz bom sinal para 2014. "Esse segmento tem o maior peso no setor industrial e reflete as compras dentro da indústria", lembra Souza. "2013 vai ficar no zero a zero, mas o avanço em novembro traz expectativa positiva para o segmento em 2014, reflexo do efeito cambial", diz.
O economista afirma que a queda em bens de capital não deve afetar o desempenho positivo do segmento no ano - em 11 meses, a categoria acumula alta de 14,2%, reflexo da retomada na produção de caminhões, revertendo recuo de 11,8% no ano de 2012. Assim, o porta-voz do Iedi espera para 2014 uma sequência de variações positivas na produção industrial mensal.
"Não será nada exuberante, mas a forte oscilação registrada em 2013 deve ficar para trás, com impacto positivo do câmbio e do fim dos ajustes de estoques", prevê. O Iedi calcula alta em torno de 1,6% para a indústria em 2013 e de 2,3% para 2014.
Ao contrário de Souza, o economista da consultoria Pezco Microanalysis, João Ricardo Costa Filho, acredita que dezembro deve consolidar a trajetória de queda da produção industrial, diante do resultado mensal já divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), e vê em 2013 crescimento pouco acima de 1%.
"Em 2014 esperamos mais do mesmo: a indústria lutando para ter algum crescimento, mas nada muito forte. Com o cenário de crescimento baixo, inflação alta e com os impactos do aperto monetário que vão ser sentido este ano, não esperamos grandes saltos", pondera.
Segundo Costa Filho, o impacto positivo do câmbio é parcialmente corroído pela alta inflação. Já os grandes eventos do ano, a Copa do Mundo e as eleições, devem sustentar o nível de gastos, permitindo em 2014 um crescimento acima do ano passado. No entanto, as eleições trazem incertezas que devem deixar os industriais em espera.