IEDI na Imprensa - Para Iedi, Câmbio Vai Limitar Crescimento
Para Iedi, Câmbio Vai Limitar Crescimento
O Estado de São Paulo - 21/12/2006
Impacto só não é maior porque corrente de comércio ainda é pequena
Renée Pereira e Paula Puliti
O aumento das importações limitará o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não só neste ano, mas também em 2007. Segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a contribuição do saldo comercial no aumento do PIB no primeiro e segundo trimestres ficou negativa em 0,5% e 0,7%, respectivamente. No terceiro trimestre, o resultado foi neutro, mas espera-se novamente um resultado negativo nos últimos três meses do ano.
'As importações vão tirar o dinamismo do crescimento do PIB', afirmou Edgard Pereira, economista-chefe da entidade. Ele ressaltou que o impacto só não é maior porque o peso da corrente de comércio na formação do PIB ainda tem pouca expressão. Ele disse ainda que o saldo comercial da indústria tem se deteriorado por causa da exportação de produtos de baixa tecnologia. 'Estamos criando buracos na estrutura da indústria brasileira com a especialização de dois ou três setores. Isso é negativo. Queremos crescer como o resto do mundo', disse o presidente do Iedi, Josué Christiano Gomes da Silva.
Os conselheiros da entidade também reclamaram da falta de condições para um crescimento mais robusto. O economista Paulo Francine afirmou que é admirável os avanços feitos pelo governo Lula na área social. 'Mas agora o País precisa crescer. E, para isso, tem de se pagar um preço', destacou ele, referindo-se a medidas de redução dos gastos públicos. 'Às vezes essas medidas são desagradáveis e ferem o interesse da farra partidária. Mas é preciso fazer.' Eles reclamaram também dos juros elevados e da queda do dólar, que prejudicam a competitividade da indústria brasileira. 'O BC exagerou nos juros. Se a Selic estivesse dois pontos abaixo já daria para duplicar os investimentos públicos', diz Francine.