Prezados Conselheiros,

O momento mais dramático da produção industrial em 2013 veio em dezembro, quando a atividade industrial recuou 3,5% frente a novembro (com ajuste sazonal). Os números do IBGE mostraram que esse resultado do último mês de 2013 decorreu da queda da produção em todos os grandes setores e em vinte e dois dos vinte e sete ramos investigados pelo Instituto.

Portanto, uma retração de caráter generalizado. Hoje, com a divulgação da atividade industrial em diferentes localidades do país, confirmou-se esse traço: em onze dos catorze locais pesquisados, a produção recuou na passagem de novembro para dezembro.

Os principais destaques negativos vieram dos seguintes estados: Minas Gerais (cuja produção caiu 8,6%), Paraná (–7,3%), Ceará (–6,2%), São Paulo (–5,5%), Espírito Santo (–3,6%), Rio Grande do Sul (–3,2%) e Rio de Janeiro (–3,0%). Com menor queda, aparecem os estados da Bahia (–0,6%), do Amazonas (–0,6%) e de Santa Catarina (–0,1%).

No ano como um todo de 2013 os piores resultados ficaram para os estados do sudeste: no acumulado de 2013, a produção industrial assinalou retração em Minas Gerais (–1,3%) e no Espírito Santo (–6,7%), ficou quase estagnada no Rio de Janeiro (0,1%) e cresceu somente 0,7% em São Paulo – vale lembrar que, em 2012, a produção tinha apresentado os seguintes desempenhos nestes estados: +1,4% em Minas; –6,2% no Espírito Santo; –4,7% no Rio; e –3,8% em São Paulo.

Segue abaixo a nossa Análise completa sobre o tema.

Atenciosamente,

IEDI - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial


12 de junho de 2012

Emprego Industrial
Seguindo os passos da produção


   

 
O Governo deve, realmente, centrar seus esforços para destravar os investimentos públicos e favorecer o ambiente econômico para o planejamento e a realização dos investimentos privados. É fundamental que um novo padrão de crescimento da economia brasileira, cada vez mais assentado nos investimentos, comece desde já. Parece haver consenso sobre esta questão.

No entanto, as medidas mais pontuais que o Governo vem tomando com a finalidade de dar maior vigor à economia doméstica não devem ser menosprezadas. Entre tais medidas, tem–se levantado muitas duvidas a respeito dos efeitos dos estímulos ao consumo das famílias sobre a economia. É muito provável que tais estímulos não terão os mesmos impactos registrados em 2009, quando exerceram papel–chave para minimizar os efeitos negativos do agravamento da crise internacional iniciado em setembro de 2008 e para a recuperação das atividades econômicas do País já em 2010. Mas, com certeza, no contexto atual, o consumo interno cumprirá papel importante no desempenho do PIB deste ano.

O fato é que a economia está em trajetória descendente e os dados publicados hoje pelo IBGE reforçam essa análise. Eles mostram que o emprego industrial sofreu nova retração em abril (–0,3%), após recuar 0,5% em março – ambas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal. Com relação a igual mês de 2011, o número de ocupados na indústria foi 1,4% menor em abril deste ano. Nessa comparação (mês contra mesmo mês do ano anterior), o resultado negativo de abril é o sétimo consecutivo. Esse desempenho ruim fez com que o emprego industrial acumulasse queda de 0,9% no primeiro quadrimestre deste ano.

Nota-se que é um movimento mais geral de recuo do emprego na indústria. Neste acumulado dos primeiro quatro meses de 2012, o número de ocupados na indústria recuou em treze dos dezoito ramos pesquisados pelo IBGE. Em alguns segmentos, o emprego caiu de modo bem mais acentuado do que a média geral, destacando-se: vestuário (–7,9%), produtos de metal (–5,6%), têxtil (–6,2%), calçados e couro (–5,3%), papel e gráfica (–3,9%), madeira (–8,6%) e borracha e plástico (–3,4%). Já, em termos regionais, o emprego industrial apresentou queda, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2012, em oito dos catorze locais pesquisados. As retrações mais fortes ocorreram em São Paulo (–3,2%), Região Nordeste (–1,7%), Santa Catarina (–1,3%), Ceará (–3,3%) e Bahia (–2,5%).

Os dados do IBGE indicam que o emprego vem seguindo os passos da produção industrial – nítida desaceleração desde o segundo semestre de 2011 – e que suas perspectivas de curto prazo não são favoráveis, já que o número de horas pagas na indústria também voltou a cair no mês de abril (–0,8%), após queda de 1,3% em março (variações calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal), e já acumula recuo de 1,4% no primeiro quadrimestre deste ano.
 

 
Conforme a pesquisa PIMES publicada pelo IBGE, o pessoal ocupado assalariado na indústria geral apresentou um recuo de 0,3% na passagem de março para abril de 2012, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior) houve queda de 1,4%, sétima taxa negativa consecutiva. No acumulado do primeiro quadrimestre, comparado ao mesmo período de 2011, houve um decréscimo de 0,9%. Nos últimos 12 meses, o índice ainda registrou queda de 0,1%, a primeira variação negativa desde julho de 2010.

Em termos setoriais, frente ao mesmo mês do ano anterior, o emprego industrial recuou em treze dos dezoito ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de vestuário (–7,9%), produtos de metal (–5,6%), têxtil (–6,2%), calçados e couro (–5,3%), papel e gráfica (–3,9%), madeira (–8,6%) e borracha e plástico (–3,4%). Por outro lado, os principais impactos positivos sobre o total da indústria foram observados nos setores de alimentos e bebidas (3,4%), máquinas e equipamentos (3,0%), indústrias extrativas (4,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,0%).

No acumulado dos primeiros quatro meses de 2012, as contribuições negativas mais relevantes sobre o total da indústria vieram de vestuário (–6,8%), produtos de metal (–5,5%), calçados e couro (–6,6%), têxtil (–5,3%), madeira (–9,8%), borracha e plástico (–4,0%) e papel e gráfica (–3,8%), enquanto os setores de alimentos e bebidas (4,1%), máquinas e equipamentos (2,6%), indústrias extrativas (4,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,0%) e meios de transporte (1,3%) responderam pelos principais impactos positivos.

 

 
Já, em termos regionais, o emprego industrial recuou 1,4% em abril de 2012 no confronto com igual mês do ano passado, com queda do pessoal ocupado em nove dos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo sobre a média global foi observado em São Paulo (–3,6%), seguido da Região Nordeste (–2,5%), Ceará (–3,6%), Bahia (–3,7%) e Santa Catarina (–1,2%). Paraná (4,1%) e Minas Gerais (1,1%) apontaram as principais contribuições positivas sobre o emprego industrial do país. No índice acumulado do primeiro quadrimestre de 2012 o emprego industrial recuou em oito dos 14 locais. São Paulo (–3,2%) apontou o principal impacto negativo no total da indústria, seguido da Região Nordeste (–1,7%), Santa Catarina (–1,3%), Ceará (–3,3%) e Bahia (–2,5%).

Número de Horas Pagas. O número total de horas pagas pela indústria caiu 0,8% entre março e abril do presente ano na série com ajuste sazonal, após ter registrado recuo de 1,3% em março. No confronto com abril de 2011 houve decréscimo de 2,1%, o pior resultado desde novembro de 2009 (–3,1%) neste tipo de comparação. No acumulado do primeiro quadrimestre do ano frente a igual período de 2011, o recuo foi de 1,4%, enquanto que nos últimos 12 meses, houve queda de 0,8%.

Folha de Pagamento Real. A variável registrou na comparação com mês imediatamente anterior variação negativa de 0,5%, o segundo recuo consecutivo. Na comparação contra igual mês do ano anterior, o valor da folha de pagamento cresceu 4,2%, enquanto o indicador acumulado nos quatro primeiros meses do ano ficou em 4,5%. A taxa acumulada nos últimos dozes manteve a trajetória de taxas menos positivas registrando alta de 3,8%.

 

 

 

 

 

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