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O faturamento real do setor de serviços voltou a crescer
em julho na série com ajuste sazonal, prolongando a trajetória
de hesitação entre resultados positivos e negativos,
mas que, nos últimos três meses, sugere uma estabilização
das perdas do setor. Segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE,
frente ao mês anterior a alta em julho foi de 0,7%, após
-0,2% em junho e +0,2% em maio, já descontados os efeitos
sazonais.
Já
em relação ao mesmo mês do ano anterior, julho
apontou queda de 4,5% do faturamento real do setor, acumulando
nos sete meses de 2016 uma retração de 4,8%. Cabe
observar ainda que no ano passado o setor já havia caído
3,6%.
O resultado
favorável na comparação mês contra
mês anterior com ajuste sazonal vem sendo ensejado pelo
comportamento de três importantes segmentos do setor de
serviços, cujos resultados na margem estão já
há alguns meses muito próximos de zero. É
o caso de serviços de informação e comunicação
que ficou estável em julho frente a junho, sendo que tanto
em abril como em maio tinha caído apenas 0,1% e em junho
obtido uma alta de 0,3%.
Também
ronda a estabilidade o segmento de serviços profissionais,
administrativos e complementares. Seu desempenho com ajuste sazonal
nos três últimos meses foi de 0% em maio, -0,4% em
junho e +0,3% agora em julho frente ao mês anterior. Dentre
seus subsegmentos, quem mais tem influenciado essa trajetória
é o de serviços administrativos e complementares,
que incluem muitas atividades terceirizadas: +0,3%, +0,9% e -0,5%
nas mesmas comparações anteriores.
O terceiro
segmento de serviços a estancar sua deterioração
foi o de transportes e correio, fortemente relacionado ao nível
de atividade da economia como um todo. Neste caso, isso aparece
mais recentemente, nos últimos dois meses. O faturamento
real desse segmento cresceu 0,2% em junho e caiu 0,3% agora em
julho, frente ao mês anterior com ajuste.
O segmento
de serviços prestados às famílias, por sua
vez, vem apresentando resultados positivos mais expressivos, ao
menos na série com ajuste sazonal. Em junho cresceu 2,7%
e em julho, 3,2% sempre em relação ao mês
anterior.
Como este
segmento de serviços às famílias foi um dos
primeiros a entrar em crise, em meados de 2014, é possível
que já venha conseguindo reverter seu quadro, uma vez que
vai se estreitando a margem para cortes adicionais do consumo
desses serviços. Não pode ser descartado, contudo,
o risco de uma nova rodada de perdas, já que a situação
do emprego e da renda das famílias continua bastante adversa.
Em julho,
o segmento de outros serviços também teve alta digna
de nota: +1,9% frente a junho com ajuste sazonal. Este resultado
positivo veio depois de três meses seguidos de queda nessa
comparação e, por isso, é cedo para inferir
algum início de melhora nesse segmento, ainda mais porque
ele reúne um conjunto muito diversificado de serviços
que dificulta a interpretação de seus resultados.
Outros sinais
que também sugerem que o setor de serviços parou
de piorar. Por exemplo, a variação da média
móvel trimestral do faturamento real do setor como um todo,
tem ficado geralmente entre -5,0% e -4,5%. O declínio acumulado
no ano, a seu turno, permanece próximo de -5,0% (-4,8%
até jul/16).
O cenário
geral é então de estabilização, porém
em um patamar muito elevado de perdas e sem movimentos recentes
que possam sugerir o início de uma trajetória de
recuperação. O setor parece se encontrar no vale
da fase descendente do seu ciclo. Nesse sentido, a situação
dos serviços contrasta com aquela da indústria,
em que muitos setores já podem ter deixado para trás
o pior da crise.
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De acordo com dados divulgados pelo IBGE da Pesquisa Mensal de Serviços
para o mês de julho, o volume de serviços prestados aumentou
0,7% sobre o mês de junho, para dados com ajuste sazonal. Frente
ao mesmo mês do ano anterior, a oscilação negativa
foi de -4,5% enquanto que no acumulado do ano, de -4,8%, e na variação
dos últimos 12 meses, -4,9%.
Na comparação
com o mês de junho, na série com ajuste sazonal, a variação
do volume de serviços prestados pelos segmentos de serviços
prestados às famílias (3,2%), outros serviços (1,9%),
serviços profissionais, administrativos e complementares (0,3%)
registraram alta, enquanto serviços de informação
e comunicação apresentou estabilidade e transportes, serviços
auxiliares aos transportes e correios (-0,3%) teve retração.
A atividade turística, na mesma comparação, teve
avanço de 0,7%.
Em relação
ao mês de julho de 2015, todos os segmentos tiveram desempenho negativo,
puxados por transportes, serviços auxiliares dos transportes e
correio (-8,7%), serviços profissionais, administrativos e complementares
(-5,0%), serviços prestados às famílias (-2,2%),
serviços de informação e comunicação
(-1,5%) e outros serviços (-0,8%). Atividades turísticas
registraram queda de 0,2%.
No acumulado do ano,
todos os setores mantiveram desempenho negativo. A maior queda observada
foi no segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares
(-6,3%), transporte, serviços auxiliares dos transportes e correios
(-6,3%), serviços prestados às famílias (-4,1%),
outros serviços (-3,4%) e serviços de informação
e comunicação (-3,1%). Os serviços relacionados a
atividades turísticas tiveram retração de 1,9%.
Na variação
de 12 meses registrada em junho, todos os setores registraram queda. O
pior desempenho alcançado foi do grupo de outros serviços
(-6,7%), seguido por serviços profissionais, administrativos e
complementares (-6,7%), transportes, serviços de transportes e
correio (-6,4%), serviços prestados às famílias (-5,3%)
e serviços de informação e comunicação
(-2,5%). Nesta comparação, os serviços de atividades
turísticas retraíram 1,7%.
Na análise
por unidade federativa, no acumulado do ano, frente ao mesmo período
de 2015, as unidades federativas que tiveram variação positiva
são Roraima (5,3%), Distrito Federal (3,2%), Tocantins (1,8%),
Rondônia (1,0%), e Alagoas (0,2%). As maiores variações
negativas foram registradas nos estados do Amapá (-15,7%), Amazonas
(-14,8%), Maranhão (-10,7%), Pernambuco (-9,3%), Paraíba
(-9,2%), Sergipe (-8,7%), Bahia (-8,5%), e Santa Catarina (-7,2%).
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