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A virtual estagnação da produção industrial
brasileira em julho – alta de apenas 0,1% na série
com ajuste sazonal com relação ao mês anterior
– resultou em termos regionais de variações
positivas no volume de produção industrial em número
equivalente ao de variações negativas: 6 altas e
6 quedas. Dois estados, Amazonas e Goiás, nem cresceram
nem caíram (0%).
Vale notar
que dentre as localidades com produção em alta encontram-se
muitos dos maiores centros industriais. É especialmente
importante o caso de São Paulo, cujo parque industrial
é o mais moderno e complexo do país. A indústria
paulista cresceu 1,6% em julho frente ao mês anterior com
ajuste, depois de um desempenho semelhante em junho (+1,7%). Com
isso, já são 5 taxas positivas em 7 meses, um resultado
que reforça a percepção de que de fato está
em curso um processo de melhora do desempenho industrial.
Outras localidades
com crescimento industrial em julho foram Minas Gerais (+1,1%),
Espírito Santo (+2,3%), Paraná (+2,6%), Pernambuco
(+3,9%) e Ceará (+0,4%). A despeito dessas elevações
que, em algumas localidades, somaram-se a variações
positivas em meses anteriores de 2016, as perdas acumuladas a
serem compensadas ainda são muito grandes.
Como já
mencionamos em outra Análise IEDI, entre dez/13, início
da deterioração mais acentuada da indústria,
e dez/15, isto é, antes da etapa atual de moderação,
o recuo industrial do país como um todo chegou a 14,2%.
Já os sete meses de 2016 foram responsáveis por
uma compensação de perdas muito marginal: +1,6%
comparando jul/16 com dez/15 na série com ajuste sazonal.
Agora, vejamos o significado da melhora de 2016 para diferentes
localidades.
Tomado o período
de crise industrial intensa, isto é, a comparação
de dezembro de 2013 com o mesmo mês de 2015, duas localidades
despontam em função da magnitude de suas quedas:
Amazonas (-33,8%), refletindo a forte retração de
segmentos de bens de consumo duráveis, de peso importante
em sua indústria, e São Paulo (-19,1%), cuja presença
entre as maiores quedas deixa evidente o caráter sistêmico
da atual crise da indústria, não poupando praticamente
nenhum setor.
Em ambos os
casos, o ano de 2016 tem significado um retorno a variações
positivas. A produção industrial do Amazonas cresceu
11,6% e a de São Paulo, 6,9% na comparação
de jul/16 com dez/15 utilizando-se a série com ajuste sazonal.
São trajetórias favoráveis e expressivas
embora ainda insuficientes para compensar as grandes perdas anteriores
da produção.
Outros estados
com declínio substancial em 2014 e 2015, mas mais próximo
da média nacional (-14,2%), foram Paraná (-13,6%),
Rio de Janeiro (-12,5%), Santa Catarina (-12,3%) e Minas Gerais
(-12,2%). Todos eles voltaram para o azul quando tomamos o resultado
da comparação de jul/16 sobre dez/15, com destaque
para o Paraná (+7,9%) e Santa Cataria (+5,5%). Rio de Janeiro
(+3,2%) e Minas Gerais (+2,9%) vem tendo um resultado positivo
mais tímido em 2016.
A indústria
do Rio Grande do Sul também caiu bastante na pior fase
da crise (-12,7% para o período dez15/dez13), mas conseguiu
apenas arrefecer seu patamar de retração para -2,3%
na comparação de jul/16 com dez/15, diferentemente
dos demais estados do Sul do país. Pior ainda foi o Espírito
Santo, única localidade em que não houve melhora
de performance industrial em 2016; ao contrário, a retração
se agravou (-4,3% e -5,8% nas comparações de dez15/dez13
e jul16/dez15, respectivamente).
Para o Nordeste
como um todo, que caiu 6,5% entre dez/13 e dez/15, isto é,
bem menos que a média nacional (-14,2%), os primeiros sete
meses de 2016 trouxeram uma estabilização de perdas,
já que sua produção aumentou apenas 0,1%
entre jul/16 e dez/15.
Pará
e Goiás, devido sobretudo a seus ramos extrativos ou estreitamente
vinculados ao agrobusiness, têm sofrido menos com a crise
e continuam com um desempenho favorável em 2016. Em dez/15
frente a dez/13, Pará cresceu 5,2% e Goiás, 0,6%.
Já em 2016 (jul16/dez15), não só repetem
variações positivas como também apontam aceleração:
+8,1% e +1,1%, respectivamente.
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Resultados Gerais. De acordo com os dados divulgados
pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na comparação
de julho contra junho (com ajuste sazonal) a produção industrial
cresceu em seis dos catorze locais pesquisados. As variações
positivas mais intensas foram registradas em Pernambuco (3,9%), Paraná
(2,6%) e Espírito Santo (2,3%). São Paulo (1,6%), Minas
Gerais (1,1%) e Ceará (0,4%) também registraram variações
positivas. Por outro lado, Bahia (-11,2%) apontou o resultado negativo
mais acentuado nesse mês, seguida por Santa Catarina (-3,1%), Rio
Grande do Sul (-2,8%), Rio de Janeiro (-2,3%), região Nordeste
(-2,1%) e Pará (-2,0%). Amazonas (0,0%) e Goiás (0,0%) registraram
estabilidade frente ao mês anterior.
Na base de comparação
mês contra mesmo mês do ano anterior, 13 dos 15 locais pesquisados
apontando resultados negativos, com destaque para Espírito Santo
(-21,2%), Bahia (-19,2%), Rio Grande do Sul (-11,9%), Região Nordeste
(-8,1%) e Goiás (-6,8%). Com recuos abaixo da média nacional
(-6,6%) ficaram os estados: Santa Catarina (-5,5%), Rio de Janeiro (-5,0%),
Amazonas (-4,4%), Minas Gerais (-4,3%), Pernambuco (-3,7%), Ceará
(-2,0%), São Paulo (-1,8%) e Paraná (-0,1%). Por outro lado,
Pará (9,9%) e Mato Grosso (3,1%) assinalaram os avanços
em julho de 2016.
A produção
industrial acumulada entre janeiro e julho de 2016 apresentou queda em
13 das 15 localidades: Espírito Santo (-22,4%), Pernambuco (-15,7%)
e Amazonas (-15,0%) com recuo acima da média nacional (-8,7%).
Minas Gerais (-8,0%), Rio de Janeiro (-7,8%), São Paulo (-7,5%),
Goiás (-7,0%), Paraná (-6,9%), Santa Catarina (-5,9%), Rio
Grande do Sul (-5,7%), Ceará (-5,1%), região Nordeste (-3,8%)
e Bahia (-3,1%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos.
Por outro lado, Pará (10,2%) e Mato Grosso (9,9%) assinalaram os
avanços no índice acumulado no ano.
No acumulado dos últimos
12 meses, 13 dos 15 locais pesquisados mostraram taxas negativas em julho
de 2016, mas nove apontaram melhora frente ao índice de junho.
Os principais ganhos entre junho e julho foram registrados por Amazonas
(de -18,1% para -17,1%), Ceará (de -8,9% para -7,9%), São
Paulo (de -11,0% para -10,1%) e Paraná (de -10,0% para -9,1%),
enquanto Espírito Santo (de -14,4% para -16,5%), Bahia (de -2,8%
para -4,7%) e Goiás (de -3,4% para -4,8%) mostraram as maiores
perdas entre os dois períodos.
Minas Gerais.
Frente a junho deste ano, a produção industrial
mineira cresceu 1,1% (para dados dessazonalizados). Em comparação
a julho de 2015, a variação foi negativa em 4,3%, com sete
das treze atividades pesquisadas mostrando queda na produção.
O segmento de indústrias extrativas apresentou queda de -15,1%,
devido, principalmente, pelo impacto dos itens de minérios de ferro
em bruto ou beneficiados. Outras retrações foram observadas
no ramo de produtos de metal (-17,6%), de produtos de fumo (-27,7%), de
máquinas e equipamentos (-18,2%) e de produtos de minerais não-metálicos
(-4,8%). A maior variação positiva foi registrada no setor
de metalurgia (3,4%), causado pelo aumento na produção dos
itens fio-máquina de aços ao carbono, bobinas a frio de
aços ao carbono e chapas a quente de aços ao carbono.
São
Paulo. Em julho, a indústria paulista apresentou cresceu
1,6% na comparação com junho (dados livres de efeitos sazonais).
Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano
anterior), o estado registrou queda de 1,8%, sob influência de:
veículos automotores, reboques e carrocerias (-10,0%), coque, produtos
derivados de petróleo e biocombustíveis (-9,3%), produtos
de metal (-10,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(-8,1%), de produtos de minerais não-metálicos (-7,2%),
produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,9%), máquinas
e equipamentos (-3,0%) e outros equipamentos de transportes (-8,9%). Por
outro lado, principal contribuição positiva veio do setor
de produtos alimentícios (11,3%). No acumulado no ano de 2016 a
produção industrial recuou 7,5%, com destaque negativo para
os setores de: veículos automotores, reboques e carrocerias (-19,9%),
coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis
(-13,1%), máquinas e equipamentos (-10,1%), de produtos de metal
(-15,4%), de produtos de borracha e de material plástico (-9,6%),
de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos
(-18,9%), de produtos de minerais não-metálicos (-9,7%),
de metalurgia (-10,3%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(-7,2%).Por outro lado, o impacto positivo mais importante foi assinalado
pelo setor de produtos alimentícios (9,4%).
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