1º de setembro de 2016

Balança Comercial
As exportações neste início de semestre


   

 
O saldo da Balança Comercial de agosto foi positivo em US$ 4,1 bilhões, segundo os dados do Mdic divulgados hoje. As exportações fecharam o mês em US$ 16,9 bilhões e as importações em US$ 12,8 bilhões. Com isso, o país acumula no ano um nível de superávit comercial bastante confortável, de US$ 32,4 bilhões.

Esse desempenho positivo do comércio exterior continua sendo produzido da forma “mais fácil”, isto é, por meio da contração das importações devido à recessão da economia nacional, mas também por uma taxa de câmbio menos valorizada do que no passado. À medida que a economia se estabilize, é natural que as importações deixem de cair em ritmo acelerado, fazendo da evolução das exportações a variável fundamental para a continuidade do ajuste externo.

Tomadas as médias por dia útil, as importações totais continuam caindo muito mais do que as exportações, mas é verdade que a taxas cada vez menores: -33,4% e -24,0% nos dois primeiros trimestres de 2016 e -15,0% no bimestre formado pelos meses de julho e agosto, sempre em relação ao mesmo período do ano passado. No caso das exportações, essas mesmas comparações resultam nas seguintes variações: -5,1%, -6,7% e -2,1%.

O primeiro bimestre dessa segunda metade de 2016 aponta, então, para quedas menos acentuadas do valor das exportações, frente ao mesmo período do ano anterior e medidas a partir das médias por dia útil. Vejamos como se saíram os diferentes tipos de bens no acumulado desses dois meses.

O melhor resultado coube à exportação de bens semimanufaturados, cuja média diária do bimestre julho-agosto cresceu 11,9% frente ao mesmo período do ano anterior. O Mdic destaca o aumento dos embarques de açúcar bruto, madeira serrada e semimanufaturados de ferro, entre outros. Vale destacar que essa categoria já havia tido alta da média por dia útil de exportações no segundo trimestre de 2016 (+6,6%).

As exportações de bens manufaturados aparecem com a segunda maior alta no bimestre em questão. A média por dia útil das vendas externas desses bens cresceu 7,1%, revertendo a queda vista nos dois primeiros trimestres do ano (-2% e -5,8%, respectivamente). Entre os que mais exportaram no período estão automóveis, de carga e de passageiros, máquinas de terraplanagem, tratores e açúcar refinado, entre outros.

Em sentido oposto estão as exportações de bens básicos, em constante queda no ano. No bimestre julho-agosto, suas médias diárias de exportação contraíram 12,8%, isso porque já tinham caído 5,3% e 10% nos dois primeiros trimestres do ano, respectivamente. Não fossem os bens industrializados amortecerem essa retração dos bens básicos, a evolução recente das exportações não teria sido a mesma.
  

  
De acordo com dados divulgados pelo MDIC, o saldo da balança comercial brasileira em agosto apresentou superávit de US$ 4,140 bilhões frente a um saldo de US$ 2,691 bilhões no mesmo mês do ano passado. As exportações alcançaram US$ 16,989 bilhões, o que representa uma elevação no valor de 0,2% frente ao mesmo mês do ano passado. As importações, por sua vez, somaram US$ 12,849 bilhões, queda de 8,3% em relação a agosto do último ano.

Observa-se que para o acumulado do ano, o saldo comercial apresentou superávit de US$ 32,370 bilhões. No mesmo período de 2015, a balança comercial apresentou superávit de US$ 7,306 bilhões. As exportações, em 2016, apresentaram o valor de US$ 123,575 bilhões, queda de 4,9% frente a 2015. Quanto as importações vemos que estas somaram US$ 91,205 bilhões, recuo de 25,5% sobre igual período de 2015.

No mês, a média diária (medida por dia útil) das exportações foi de US$ 738,7 milhões, 0,2% superior ao mesmo mês do ano passado, quando atingiu US$ 737,4 milhões. A média diária das importações apresentou variação negativa, de 25,5%, registrando US$ 558,7 milhões, frente a US$ 609,3 milhões do mesmo mês do ano passado. A média diária do saldo comercial no mês foi de US$ 180,0 milhões, 40,5% maior que o do último mês de agosto, de US$ 128,1 milhões.

Exportações por Fator Agregado. As exportações em agosto atingiram US$ 16.989 bilhões. Deste valor, US$ 7,227 bilhões (-9,8%) corresponderam a exportação de produtos básicos, US$ 2,701 bilhões (13,6%) a produtos semimanufaturados, US$ US$ 6,622 bilhões (7,6%) a produtos manufaturados.

Em relação ao mês de agosto de 2015, a média diária das exportações teve redução de 0,2%. As principais variações vieram de operações especiais (7,1%), manufaturados (7,5%), básicos (-9,8%), semimanufaturados (13,6%).

Destaques Exportações. No grupo dos básicos na comparação com agosto de 2015 temos as seguintes variações: soja em grão (-27,6%), carne bovina (-20,8%), carne de frango (-14,4%), petróleo em bruto (-13,8%), café em grão (-9,1%), farelo de soja (-1,8%), vendas de fumo em folhas (20,1%), minério de ferro (18,1%), carne suína (9,4%), milho em grão (1,4%) e minério de cobre (0,4%).

Para os manufaturados, os destaques são os seguintes: Açúcar refinado (154,1%), veículos de carga (116,0%), aviões (102,3%), automóveis de passageiros (66,2%), máquinas p/terraplanagem (60,0%), tratores (25,1%), óxidos e hidróxidos de alumínio (19,2%), calçados (16,0%) e motores e geradores elétricos (0,05%, para US$ 127 milhões).

Para os semimanufaturados, quando comparado com junho do ano passado, temos as seguintes variações: Açúcar em bruto (72,2%), ouro em forma semimanufaturada (61,5%), alumínio em bruto (29,7%), madeira serrada (23,0%), ferro-ligas (8,8%) e semimanufaturados de ferro/aço (8,2%).

Importações por Categoria de Uso. As importações totais em agosto somaram US$ 12.849 bilhões, dos quais US$ 1,380 bilhão (-31,0%) referentes ao grupo de bens de capital, US$ 8,373 bilhões (-0,5%) a bens intermediários, US$ 2,088 bilhão a bens de consumo (-13,5%) e US$ 968 bilhão (-15,1%) a combustíveis e lubrificantes.

Na comparação com o mês de agosto de 2015, a média diária de importação caiu -8,3%, com queda em todos os segmentos. A maior variação negativa ficou por conta de bens de capital (-31,0%), seguido por combustíveis e lubrificantes (-15,1%), bens de consumo (-13,5%) e bens intermediários (-0,5%).

Destaques Importações. Para bens de capital, houve elevação dos seguintes itens: equipamentos de transporte industrial e bens de capital, exceto equipamentos de transporte industrial.

No segmento de bens intermediários decresceram as aquisições de peças e acessórios para bens de capital, insumos industriais básicos e insumos industriais elaborados.

No segmento bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de bens de consumo duráveis e bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a queda decore da diminuição dos preços de petróleo bruto, óleo diesel, gás natural, carvão, gasolina, querosene e óleos combustíveis.

 

 

 

 

 

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