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Maio não foi um bom mês para o setor de serviços,
cujas receitas reais apresentaram declínio de 0,1% frente
a abril, com ajuste sazonal. Depois de um arrefecimento das perdas
entre fevereiro a abril, o patamar de queda em maio frente ao
mesmo período do ano anterior, de -6,0%, voltou àquele
do final de 2015.
Esse comportamento
do setor também é evidenciado nas variações
das médias móveis trimestrais, a despeito do fato
de elas suavizarem a volatilidade dos resultados mensais. Nessa
comparação, as receitas reais do setor de serviços
como um todo caíram 5,6% frente a maio do ano passado,
resultado equivalente aos -5,7% do último trimestre de
2015. A tendência geral é, então, de estabilização
da crise, mas nas piores taxas de declínio.
Em termos
dos diferentes segmentos do setor de serviços, as situações
continuam antagônicas, com alguns mergulhando na crise e
outros lutando para sair dela. Voltaremos às médias
móveis trimestrais das receitas reais para analisar cada
um dos grandes segmentos.
O segmento
de serviços de informação e comunicação
está sensivelmente pior em 2016 do que em 2015, quando
apresentou variações mensais positivas na maior
parte do ano. A queda do trimestre móvel findo em maio
de 2016, frente ao mesmo período do ano anterior, foi de
-3,9%, enquanto entre nov/15 e fev/16 suas perdas oscilavam em
torno de -2,5%.
Outro segmento
que voltou a piorar em maio depois de alguma moderação
entre fevereiro e março foi o de transportes e correios,
cujo resultado no trimestre móvel de maio chegou a -7,8%.
Esse patamar retoma aquele do último trimestre de 2015
(-7,3%) e traz apreensões porque são serviços
muito relacionados com o nível geral da atividade econômica.
Quem está
um pouco melhor é o segmento de serviços profissionais,
administrativos e complementares, que são prestados às
empresas. No trimestre findo em maio, suas receitas reais caíram
6,6% frente ao mesmo período do ano anterior em contraste
com -7,7% dos últimos três meses de 2015. Isso se
deveu sobretudo ao subsegmento de serviços complementares,
que reúne os serviços terceirizados pelas empresas,
cuja contração vinha se agravando mas teve um alívio
em maio (-5,7% segundo a média móvel).
Outro segmento
a diminuir perdas foi o de serviços prestados às
famílias: -4,6% no trimestre findo em maio contra -6,2%
no último trimestre de 2015. Aqui, quem mais contribuiu
para esse comportamento foi o subsegmento de outros serviços
prestados às famílias, que inclui serviços
de educação, lazer e cultura, entre outros, cujas
receitas reais caíram -3,4% contra -7,2% nas mesmas comparações
anteriores.
Mas quem realmente
parece caminhar para o terreno positivo é o segmento de
outros serviços, que reúne uma diversidade grande
de serviços tais como atividades imobiliárias, serviços
de manutenção e reparação, serviços
auxiliares financeiros e etc. Este segmento que declinava 10,7%
no último trimestre de 2015 cai apenas 2,3% no trimestre
findo em maio de 2016.
Um último
comentário cabe aos serviços da atividade turística
que tiveram uma queda recorde em maio (-8,9% frente a mai/15),
fazendo com que a variação da média móvel
finda nesse mês atingisse -4,9% frente ao mesmo período
do ano passado. Isso depois de ter tido um desempenho de -1,0%
no último trimestre de 2015 e experimentado variações
positivas em janeiro (+0,5%) e fevereiro (+1,4%) de 2016, devido
muito provavelmente à ajuda vinda da desvalorização
do câmbio.
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De acordo com dados divulgados pelo IBGE da Pesquisa Mensal de Serviços
para o mês de maio, o volume de serviços prestados variou
-0,1% sobre o mês de abril, para dados com ajuste sazonal. Frente
ao mesmo mês do ano anterior, a oscilação negativa
foi de -6,1% enquanto que no acumulado do ano, de -5,1% e nos últimos
12 meses, -4,8%.
Na comparação
com o mês de abril, na série com ajuste sazonal, o volume
de serviços prestados às famílias permaneceu estável,
enquanto que os serviços de informação e comunicação
registraram retração de -0,2%. Os demais segmentos registraram
expansão, como os serviços de transportes, serviços
auxiliares dos transportes e correio expandiram (0,5%), serviços
profissionais, administrativos e complementares (0,7%) e outros serviços
(1,2%). Os serviços relacionados a atividade turística expandiram
0,4%.
Em relação
ao mês de maior de 2015, todos os segmentos tiveram desempenho negativo,
puxados por transportes, serviços auxiliares dos transportes e
correio (-9,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares
(-7,8%), serviços prestados às famílias (-7,0%),
outros serviços (-6,2%) e serviços de informação
e comunicação (-2,6%). A atividade turística retraiu
8,9%.
No acumulado do ano,
todos os setores mantiveram desempenho negativo. A maior queda observada
foi no segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares
(-6,4%), transporte, serviços auxiliares dos transportes e correios
(-5,5%), serviços de informação e comunicação
(-4,0%), outros serviços (-3,6%) e serviços prestados às
famílias (-3,1%). Os serviços relacionados a atividades
turísticas tiveram aumento da retração, alcançando
-1,0%.
Na variação
de 12 meses registrada em março, todos os setores registraram queda.
O pior desempenho alcançado foi do grupo de serviços profissionais,
administrativos e complementares (-6,7%), transportes, serviços
de transportes e correio (-6,4%), outros serviços (-4,2%), serviços
prestados às famílias (-3,9%) e serviços de informação
e comunicação (-3,7%). Nesta comparação, os
serviços de atividades turísticas retraíram 2,6%.
Na análise
por unidade federativa, no acumulado do ano, frente ao mesmo período
de 2015, as unidades federativas que tiveram variação positiva
estão Rondônia (5,9%), Roraima (5,2%), Distrito Federal (3,6%),
Tocantins (2,5%) e Mato Grosso (2,0%). As maiores variações
negativas foram registradas nos estados do Amapá (-16,5%), Amazonas
(-15,2%), Maranhão (-11,0%), Paraíba (-10,2%), Pernambuco
(-9,9%), Bahia (-9,3%), Sergipe (-7,7%) e Espírito Santo (-7,1%).
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