13 de julho de 2016

Serviços
Estabilização nas piores taxas


  

 
Maio não foi um bom mês para o setor de serviços, cujas receitas reais apresentaram declínio de 0,1% frente a abril, com ajuste sazonal. Depois de um arrefecimento das perdas entre fevereiro a abril, o patamar de queda em maio frente ao mesmo período do ano anterior, de -6,0%, voltou àquele do final de 2015.

Esse comportamento do setor também é evidenciado nas variações das médias móveis trimestrais, a despeito do fato de elas suavizarem a volatilidade dos resultados mensais. Nessa comparação, as receitas reais do setor de serviços como um todo caíram 5,6% frente a maio do ano passado, resultado equivalente aos -5,7% do último trimestre de 2015. A tendência geral é, então, de estabilização da crise, mas nas piores taxas de declínio.

Em termos dos diferentes segmentos do setor de serviços, as situações continuam antagônicas, com alguns mergulhando na crise e outros lutando para sair dela. Voltaremos às médias móveis trimestrais das receitas reais para analisar cada um dos grandes segmentos.

O segmento de serviços de informação e comunicação está sensivelmente pior em 2016 do que em 2015, quando apresentou variações mensais positivas na maior parte do ano. A queda do trimestre móvel findo em maio de 2016, frente ao mesmo período do ano anterior, foi de -3,9%, enquanto entre nov/15 e fev/16 suas perdas oscilavam em torno de -2,5%.

Outro segmento que voltou a piorar em maio depois de alguma moderação entre fevereiro e março foi o de transportes e correios, cujo resultado no trimestre móvel de maio chegou a -7,8%. Esse patamar retoma aquele do último trimestre de 2015 (-7,3%) e traz apreensões porque são serviços muito relacionados com o nível geral da atividade econômica.

Quem está um pouco melhor é o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares, que são prestados às empresas. No trimestre findo em maio, suas receitas reais caíram 6,6% frente ao mesmo período do ano anterior em contraste com -7,7% dos últimos três meses de 2015. Isso se deveu sobretudo ao subsegmento de serviços complementares, que reúne os serviços terceirizados pelas empresas, cuja contração vinha se agravando mas teve um alívio em maio (-5,7% segundo a média móvel).

Outro segmento a diminuir perdas foi o de serviços prestados às famílias: -4,6% no trimestre findo em maio contra -6,2% no último trimestre de 2015. Aqui, quem mais contribuiu para esse comportamento foi o subsegmento de outros serviços prestados às famílias, que inclui serviços de educação, lazer e cultura, entre outros, cujas receitas reais caíram -3,4% contra -7,2% nas mesmas comparações anteriores.

Mas quem realmente parece caminhar para o terreno positivo é o segmento de outros serviços, que reúne uma diversidade grande de serviços tais como atividades imobiliárias, serviços de manutenção e reparação, serviços auxiliares financeiros e etc. Este segmento que declinava 10,7% no último trimestre de 2015 cai apenas 2,3% no trimestre findo em maio de 2016.

Um último comentário cabe aos serviços da atividade turística que tiveram uma queda recorde em maio (-8,9% frente a mai/15), fazendo com que a variação da média móvel finda nesse mês atingisse -4,9% frente ao mesmo período do ano passado. Isso depois de ter tido um desempenho de -1,0% no último trimestre de 2015 e experimentado variações positivas em janeiro (+0,5%) e fevereiro (+1,4%) de 2016, devido muito provavelmente à ajuda vinda da desvalorização do câmbio.
   

 
De acordo com dados divulgados pelo IBGE da Pesquisa Mensal de Serviços para o mês de maio, o volume de serviços prestados variou -0,1% sobre o mês de abril, para dados com ajuste sazonal. Frente ao mesmo mês do ano anterior, a oscilação negativa foi de -6,1% enquanto que no acumulado do ano, de -5,1% e nos últimos 12 meses, -4,8%.

Na comparação com o mês de abril, na série com ajuste sazonal, o volume de serviços prestados às famílias permaneceu estável, enquanto que os serviços de informação e comunicação registraram retração de -0,2%. Os demais segmentos registraram expansão, como os serviços de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio expandiram (0,5%), serviços profissionais, administrativos e complementares (0,7%) e outros serviços (1,2%). Os serviços relacionados a atividade turística expandiram 0,4%.

Em relação ao mês de maior de 2015, todos os segmentos tiveram desempenho negativo, puxados por transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-9,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-7,8%), serviços prestados às famílias (-7,0%), outros serviços (-6,2%) e serviços de informação e comunicação (-2,6%). A atividade turística retraiu 8,9%.

No acumulado do ano, todos os setores mantiveram desempenho negativo. A maior queda observada foi no segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,4%), transporte, serviços auxiliares dos transportes e correios (-5,5%), serviços de informação e comunicação (-4,0%), outros serviços (-3,6%) e serviços prestados às famílias (-3,1%). Os serviços relacionados a atividades turísticas tiveram aumento da retração, alcançando -1,0%.

Na variação de 12 meses registrada em março, todos os setores registraram queda. O pior desempenho alcançado foi do grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,7%), transportes, serviços de transportes e correio (-6,4%), outros serviços (-4,2%), serviços prestados às famílias (-3,9%) e serviços de informação e comunicação (-3,7%). Nesta comparação, os serviços de atividades turísticas retraíram 2,6%.

Na análise por unidade federativa, no acumulado do ano, frente ao mesmo período de 2015, as unidades federativas que tiveram variação positiva estão Rondônia (5,9%), Roraima (5,2%), Distrito Federal (3,6%), Tocantins (2,5%) e Mato Grosso (2,0%). As maiores variações negativas foram registradas nos estados do Amapá (-16,5%), Amazonas (-15,2%), Maranhão (-11,0%), Paraíba (-10,2%), Pernambuco (-9,9%), Bahia (-9,3%), Sergipe (-7,7%) e Espírito Santo (-7,1%).

 

 

 

 

 

 

 

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