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O número de desempregados no Brasil chegou a 11,4 milhões
de pessoas no trimestre findo em maio de 2016, levando a taxa
de desocupação para 11,2%, a maior dos últimos
quatro anos segundo a Pnad Contínua.
Para entendermos
essa evolução do desemprego é preciso levar
em conta duas dinâmicas: por um lado, o aumento do número
de pessoas à procura de emprego e, por outro lado, o fechamento
de postos de trabalho.
A primeira
dessas dinâmicas, ou seja, a entrada de pessoas adicionais
no mercado de trabalho, é captada pela expansão
da força de trabalho. No trimestre findo em maio, foram
2,03 milhões a mais de demandantes de emprego em comparação
com o mesmo período do ano passado, configurando uma alta
de 2,0%.
Já
a redução de postos de trabalho é expressa
na queda da população ocupada. De fato, em relação
ao mesmo período do ano passado, foi 1,25 milhão
de postos a menos no trimestre findo em maio. Isso representa
uma retração de 1,4% do número de ocupados
em um ano.
Mais pessoas
buscando emprego e redução do contingente de ocupados
marcam o atual quadro do emprego no país. Há ainda
uma outra característica a destacar que diz respeito a
onde estão sendo fechados esses postos de trabalho.
Os dados deixam
claro que foi o emprego formal quem mais perdeu com a crise. É
o que mostra a redução da ocupação
com carteira assinada da ordem de 1,52 milhão de pessoas
na comparação do trimestre findo em maio de 2016
com o mesmo período do ano passado, representando uma queda
de 4,2%.
Isso se deu
porque os empregos com carteira assinada são mais caros
e porque estão mais associados ao setor da economia que
é o epicentro da crise atual, o setor industrial. Não
há dúvida de que é a indústria que
lidera disparado a queda do emprego: 1,4 milhão a menos
de ocupados nesse setor entre o trimestre findo em maio de 2016
e o mesmo período de 2015. Isso significou um declínio
de 10,7%.
Outros setores
onde também há grande formalização
seguiram a mesma tendência da indústria, mas de maneira
menos intensa. É o caso dos serviços de informação,
comunicação, atividades financeiras, imobiliárias,
profissionais e administrativas que, em seu todo, fechou 919 mil
postos de trabalho no trimestre findo em maio frente ao mesmo
período do ano passado (-8,6%).
Em contrapartida,
os setores que conseguiram aumentar o número de ocupados
foram justamente aqueles que, tradicionalmente, comportam empregos
informais e por conta própria, isto é, os conhecidos
“bicos”.
Encaixam-se
nessa situação os serviços domésticos
(+390 mil ocupados ou +6,5% frente a mar-abr-mai/2015), o setor
de transporte, armazenagem e correios (+236 mil ocupados ou +5,5%),
alojamento e alimentação (+180 mil ocupados ou +4,1%)
e construção (+164 mil ocupados ou +2,2%).
No setor do
comércio e reparação de veículos,
houve uma pequena queda de 80 mil ocupados (-0,5%) no trimestre
findo em maio de 2016 frente ao mesmo período de 2015.
Isso ocorre, muito provavelmente, porque há uma compensação
interna ao próprio setor da redução do emprego
nos segmentos mais formalizados pela expansão de atividades
informais.
Disso podemos
concluir que, além do expressivo aumento do desemprego,
o mercado de trabalho vem sofrendo, nos últimos meses,
uma clara deterioração da qualidade da ocupação
no país, fato que tem uma relação direta
com a crise e muito especialmente com a crise industrial.
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De acordo com dados da PNAD Contínua divulgados hoje pelo IBGE,
a taxa de desocupação permaneceu em 11,2% no trimestre encerrado
em maio de 2016, 3,1 p.p. maior que a taxa observada no mesmo trimestre
do ano passado (8,1%). No trimestre móvel anterior sem sobreposição
(dezembro de 2015 a fevereiro de 2016), a taxa foi de 10,2%.
O rendimento real
médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos foi de R$ 1.982,00,
o que representou aumento de 0,5% frente ao trimestre anterior sem sobreposição
e variação de -2,7% frente ao mesmo trimestre de referência
do ano anterior. Já o rendimento real médio do trabalho
principal habitualmente recebido alcançou R$ 1.930,00, que corresponde
a uma expansão de 0,4% frente ao trimestre anterior sem sobreposição
e retração de 2,5% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
A massa de rendimentos
reais de todos os trabalhos habitualmente recebidos por mês alcançou
R$ 175,6 bilhões, variação de 0,5% frente ao trimestre
anterior sem sobreposição e de -3,3% sobre o mesmo trimestre
de 2015.
No trimestre de referência,
a população ocupada alcançou 90,8 milhões
de pessoas, o que representou redução de 1,4% frente ao
mesmo trimestre do ano anterior. Na mesma comparação, o
número de pessoas dentro da força de trabalho teve aumento
de 2,0% atingindo 102,2 milhões de pessoas e o número de
desocupados aumentou 40,2%, o que representa 11,4 milhões de pessoas.
Frente ao mesmo trimestre
de 2015, o número de pessoas ocupadas dentre as posições
de ocupação apresentou crescimento nas categorias trabalhador
doméstico (5,1%) e trabalhador por conta própria (4,3%).
As demais tiveram retração: trabalho privado sem carteira
(-0,1%), setor público (-2,2%), trabalho privado com carteira (-4,2%),
empregador (-5,2%) e trabalho auxiliar familiar (-19,8%).
Dentre os setores
da economia que apresentaram maior aumento da ocupação na
comparação com o trimestre compreendido entre março
e maio de 2015, estão: serviços domésticos (6,5%),
transporte, armazenagem e correios (5,5%), alojamento e alimentação
(4,1%), administração pública, defesa e seguridade,
educação, saúde humana e serviços sociais
(2,5%) e construção (2,2%). Dentre os setores que tiveram
retração da população ocupada, estão:
comércio, reparação de veículos automotores
e motocicletas (-0,5%), agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aquicultura (-1,3%), outros serviços (-1,6%),
informação, comunicação e atividades financeiras
imobiliárias, profissionais e administrativas (-8,6%) e indústria
(-10,7%).
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