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Como é sabido, o resultado da indústria em abril
foi baixo porém positivo: +0,1% frente a março,
com ajuste sazonal. A reincidência de elevações
da produção neste início de ano, ao menos
na margem, dá esperanças de que tenhamos chegado
a uma fase menos aguda da crise. Os dados regionais divulgados
hoje mostram, contudo, que esse movimento, se estiver de fato
ocorrendo, não é em toda parte.
Das 14 localidades
acompanhadas pelo IBGE na série com ajuste sazonal apenas
4 tiveram desempenho positivo em abril frente a março.
A característica frisante delas é que compreendem
sobretudo os maiores centros industriais do país. De fato,
a produção cresceu em São Paulo (+2,6%),
Rio de Janeiro (+0,7%) e Minas Gerais (+2,4%). No entanto, todas
essas localidades continuam apresentando quedas na comparação
com abril de 2015, mas em um patamar menor.
Vejamos como
têm se saído esses grandes centros, buscando identificar,
em cada um deles, os ramos cujos resultados podem sugerir um arrefecimento
do ritmo de contração da produção.
Em São
Paulo, frente ao mesmo mês do ano anterior, o mês
de abril assinalou uma queda muito inferior ao que vínhamos
observando: -2,6% contra -13,8% do primeiro trimestre. Muito disso
tem a ver com a antecipação da moagem de cana de
açúcar no estado, o que levou a um crescimento de
nada menos de 44,2% da sua indústria alimentícia.
A despeito
disso, o ramo alimentício em São Paulo obteve crescimento
em todos os meses de 2016 frente ao mesmo período do ano
anterior. Este também foi o caso de farmoquímicos
e farmacêuticos (+3,0% em abril). Outros três ramos
saíram do terreno negativo e passaram igualmente a crescer
em abril: bebidas (+8,6%), sabões, detergentes e afins
(+1,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(+0,1%).
Mais significativo
é o número de ramos da indústria paulista
cujo desempenho tem sido “menos ruim”: 9 dos 19 ramos
pesquisados, dentro os quais estão produtos de borracha
e plástico, minerais não metálicos, máquinas
e equipamentos e produtos de informática e eletrônicos.
Em Minas Gerais,
por sua vez, o resultado -4,1% em abril, frente ao mesmo mês
do ano anterior, também foi bastante inferior aos -12,1%
do primeiro trimestre de 2016. Dos 13 ramos pesquisados no estado,
5 conseguiram crescer em abril: alimentos (+16,1%), bebidas (27,3%),
papel e celulose (+22%), outros produtos químicos (+6,0%)
e coque e derivados de petróleo (+5,4%). Outros 4 reduziram
suas perdas, como veículos, máquinas e equipamentos,
têxteis e minerais não-metálicos.
Já
no Rio de Janeiro, a queda foi de 9,5% frente a abril de 2015,
muito próximo do resultado do primeiro trimestre de 2016
(-10,0%). Mas dos 14 ramos acompanhados no estado, 6 obtiveram
crescimento da produção em abril. No caso de coque
e derivados de petróleo (+3,1%), de produtos de borracha
e plástico (+5,4%) e de produtos de metal (+8,7%) variações
positivas têm predominado neste começo de ano. Apesar
disso, a retração continua muito intensa em alguns
ramos, como em veículos (-34%), outros equipamentos de
transporte (-71%) e farmoquímicos e farmacêuticos
(-29,6%).
Se os dados
da indústria dos últimos meses podem ser lidos como
sinais de arrefecimento da crise, continuam válidas algumas
ressalvas. A primeira delas é que os resultados positivos
em alguns segmentos ou localidades podem ser passageiros, porque
ainda estamos longe de uma recuperação da economia.
A segunda
ressalva é que a despeito de algumas desacelerações,
muitas quedas continuam em patamares gravíssimos. Uma outra
ressalva é que tais desacelerações também
expressam um efeito estatístico, já que a base de
comparação foi ficando muito baixa.
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Resultados Gerais. De acordo com os dados divulgados
pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, entre março
e abril a produção industrial, com ajuste sazonal, cresceu
em cinco dos catorze locais pesquisados. O avanço mais significativo
foi registrado por Pernambuco (10,2%), seguido por São Paulo (2,6%),
Minas Gerais (2,4%), Goiás (0,8%) e Rio de Janeiro (0,7%). Por
outro lado, Amazonas (-13,5%), Rio Grande do Sul (-3,6%), Bahia (-2,5%),
Santa Catarina (-2,2%), Ceará (-2,1%), Espírito Santo (-1,4%),
Região Nordeste (-1,3%), Pará (-0,5%) e Paraná (-0,5%)
foram as quedas observadas em abril de 2016.
Na base de comparação
mês contra mesmo mês do ano anterior, a queda de 7,2% do índice
nacional contou com a influência da queda da produção
industrial em treze dos quinze locais pesquisados: Espírito Santo
(-21,9%), Amazonas (-21,3%), Rio de Janeiro (-9,5%), Pernambuco (-7,9%),
Rio Grande do Sul (-7,5%), Paraná (-7,5%), Santa Catarina (-5,9%),
Goiás (-5,5%), Minas Gerais (-4,1%), Região Nordeste (-2,7%),
São Paulo (-2,6%), Bahia (-1,1%) e Ceará (-0,6%). Por outro
lado, as taxas positivas ficaram por conta de Pará (8,2%) e Mato
Grosso (2,0%).
A produção
industrial acumulada entre janeiro e abril de 2016 apresentou crescimento
em apenas 3 das 15 localidades. As ampliações no desempenho
regional foram registradas pelos estados do Pará (10,1%), Mato
Grosso (5,3%) e Bahia (2,4%). As maiores quedas ficaram a cargo do estado
do Espírito Santo (-22,3%), Pernambuco (-22,1%), Amazonas (-21,7%)
e São Paulo (-11,0%). Minas Gerais (-10,1%), Rio de Janeiro (-9,9%),
Goiás (-8,4%), Paraná (-8,4%), Santa Catarina (-8,0%), Rio
Grande do Sul (-6,9%), Ceará (-6,7%) e Região Nordeste (-4,0%),
mas abaixo da queda do índice nacional.
Destaques
Minas Gerais.
Em abril, frente meio, com dados já descontados dos efeitos
sazonais, a produção industrial do estado apresentou alta
de 2,4%, uma das maiores variações positivas nesta comparação.
No confronto com abril de 2015, constatou-se redução de
4,1%, taxa influenciada principalmente pelos setores: indústrias
extrativas (-14,3%), metalurgia (-10,4%), veículos automotores,
reboques e carrocerias (-13,7%), produtos de metal (-15,3%) e máquinas
e equipamentos (-23,7%), enquanto os setores de bebidas (27,3%), coque,
produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,4%)
e celulose, papel e produtos de papel (22,0%) foram as influências
positivas. No acumulado do ano, por sua vez, a indústria mineira
recuou 10,1%, pressionada pela queda dos setores de indústrias
extrativas (-16,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias
(-29,3%), metalurgia (-10,3%), máquinas e equipamentos (-44,6%),
produtos de metal (-12,9%) e produtos de minerais não-metálicos
(-10,8%). Por outro lado, os setores de produtos alimentícios (8,3%)
e de produtos do fumo (37,4%) exerceram as principais contribuições
positivas.
São
Paulo. Em abril, a indústria paulista apresentou avanço
de 2,6% na comparação com maio (dados livres de efeitos
sazonais). Na comparação mensal (mês/ mesmo mês
do ano anterior), o estado registrou queda de 2,6%, taxa influenciada
pelos setores de: veículos automotores, reboques e carrocerias
(-18,8%), produtos de metal (-19,1%), coque, produtos derivados de petróleo
e biocombustíveis (-5,5%), equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos (-21,7%), metalurgia (-18,3%),
produtos de borracha e de material plástico (-11,2%), outros produtos
químicos (-6,4%), produtos de minerais não-metálicos
(-8,8%) e máquinas e equipamentos (-4,4%). Por outro lado, a principal
contribuição positiva veio do setor de produtos alimentícios
(44,2%). No acumulado no ano de 2016 a produção industrial
recuou 11,0%, com destaque para os setores de veículos automotores,
reboques e carrocerias (-26,0%), seguido por coque, produtos derivados
de petróleo e biocombustíveis (-12,2%), máquinas
e equipamentos (-15,6%), produtos de metal (-21,3%), equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos (-32,0%), produtos de borracha
e de material plástico (-15,5%), metalurgia (-15,8%), outros produtos
químicos (-7,4%), de produtos de minerais não-metálicos
(-12,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,3%).
Por outro lado, o impacto positivo mais importante foi assinalado pelo
setor de produtos alimentícios (16,8%).
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