1º de junho de 2016

Balança Comercial
Contínua melhora


   

 
O patamar competitivo da taxa de câmbio vai se mostrando um importante fator para ajudar o desempenho da economia, não só ao promover alguma substituição de importação por produção doméstica como também pelo estímulo às exportações.

Como mostram os dados divulgados hoje pelo Mdic, o superávit de US$ 6,4 bilhões da balança comercial em maio foi recorde. Com isso, o saldo acumulado de janeiro a maio (US$ 19,69 bilhões) já é superior àquele de 2015 como um todo (US$ 19,68 bilhões).

Em 2016, o desempenho exportador do país tem apresentando uma evolução bastante favorável. A média por dia útil das exportações no trimestre findo em maio apresentou queda de 1,5% frente ao mesmo período do ano anterior. Esse patamar é muito inferior àquele visto ao longo de 2015, quando chegou a beirar os -20%.

Melhor ainda, esse arrefecimento da queda das exportações, a despeito do baixo dinamismo do comercial internacional, tem sido disseminado em todos os segmentos. Em alguns casos, o desempenho tornou-se positivo.

Em produtos básicos, a média diária no trimestre findo em maio de 2016 caiu 2,7% frente ao mesmo período do ano anterior, depois de ter girado em torno de -13% no último trimestre do ano passado. Em produtos semimanufaturados, por sua vez, o recuo foi ainda menor: -0,3%, muito aquém das perdas em torno a 10% no final do ano passado.

É em produtos manufaturados, contudo, que o desempenho tem melhorado mais: a média diária de suas exportações cresceu 0,7% no trimestre findo em maio frente ao mesmo período do ano anterior. Sua trajetória ainda é um pouco volátil, mas claramente indica um quadro mais favorável do que em 2015.

Em comparação com maio de 2015, algumas das maiores contribuições às exportações de manufaturados vieram da cadeia automobilística, tanto de automóveis de passageiros (+39,8%) como de veículos de carga (+31,9%), da indústria alimentícia, com suco de laranja não congelado (+28,1%) e da indústria de bens de capital, com máquinas para terraplanagem (+6,4%). As vendas externas também estiveram sobre influência pontual da exportação de plataformas de petróleo (de US$ 24 milhões para US$ 807 milhões) e de aviões (+100,3%).

Do lado das importações, a retração continua aguda devido ao baixo dinamismo da economia brasileira, mas também pela troca de fornecedores estrangeiros por nacionais. A média por dia útil do trimestre findo em maio teve queda de 27,6% frente ao mesmo período do ano anterior.
  

  
De acordo com dados divulgados pelo MDIC, o saldo da balança comercial brasileira em maio atingiu R$ 6,437 bilhões frente a um saldo de 2,760 bilhões no mesmo mês do ano passado. As exportações alcançaram R$ $ 17,571 bilhões, o que representa uma elevação no valor de 4,8% frente ao mesmo mês do ano passado. As importações, por sua vez, somaram R$ 11,134 bilhões, valor -20,6%, menor que o de maio do último ano.

Observa-se que para o acumulado do ano, o saldo comercial apresentou superávit de US$ 19,681 bilhões. Para o mesmo período de 2015 a balança comercial apresentou déficit de US$ 2,301 bilhões. As exportações, para o mesmo período apresentaram valor de US$ 73,513 bilhões, queda de 2,6% frente a 2015. Quanto as importações vemos que estas somaram US$ 53,832 bilhões, declínio de 30,8% sobre igual período de 2015.

No mês, a média diária (medida por dia útil) das exportações foi de US$ 836,7 milhões, 0,2% inferior ao mesmo mês do ano passado, quando atingiu US$ 838,5 milhões. A média diária das importações apresentou variação negativa, de -24,3%, registrando US$ 530,2 milhões, frente a US$ 700,5 milhões do mesmo mês do ano passado. A média diária do saldo comercial no mês foi de US$ 306,5 milhões, 122,2% maior que o do último mês de maio, de US$ 137,9milhões.

Exportações por Fator Agregado. As exportações em maio atingiram US$ 17,571 bilhões. Deste valor, US$ 8,299 bilhões (47,0%) corresponderam a exportação de produtos básicos, US$ 2,278 bilhões (13,0%) a produtos semimanufaturados, US$ 6,643 bilhões (38,0%) a produtos manufaturados.

Em relação ao mês de maio de 2015, a média diária das exportações teve redução de 0,2% As principais variações vieram de operações especiais (-12,0), semimanufaturados (9,0%), manufaturados (8,9%) e básicos (-8,0%).

Importações por Categoria de Uso. As importações totais em maio somaram US$ 11,134 bilhões, dos quais US$ 1,420 bilhão (12,8%) referentes ao grupo de bens de capital, US$ 7,047 bilhões (63,3%) a bens intermediários, US$ 1.669 bilhão a bens de consumo (15,0%) e US$ 984 bilhão (8,8%) a combustíveis e lubrificantes.

Na comparação com o mês de maio de 2015, a média diária de importação caiu 24,3%, com queda em todos os segmentos. A maior variação negativa ficou por conta de combustíveis e lubrificantes (-44,2%), seguido por bens de capital (-27,1%), bens de consumo (-26,4%) e bens intermediários (-19,2%). 

 

 

 

 

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