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Na esteira do baixo volume de negócios das empresas, do
desemprego e da queda do rendimento das famílias, a receita
real do setor de serviços manteve a trajetória de
aceleração de sua retração.
De fato, no
primeiro trimestre de 2016, a queda avançou para 5,0% frente
ao mesmo período do ano anterior, depois de ter fechado
o ano de 2015 em -3,6%. A contar pelo resultado de março,
divulgado hoje pelo IBGE, a piora não deve parar por aí.
Com relação a março de 2015, a declínio
atingiu 5,8%, indicando um cenário bastante adverso nesse
início de ano.
Além
do agravamento, 2016 também trouxe mudança do eixo
da crise em serviços. Agora, encontram-se na linha de frente
das retrações aqueles ramos menos diretamente ligados
ao volume de negócios das empresas e de mais difícil
compressão pelas famílias.
Os resultados
dos principais segmentos de serviços neste primeiro trimestre
de 2016, frente ao mesmo trimestre do ano passado, permitem tratar
três situações. A primeira reúne segmentos
em que se assiste uma piora acentuada de desempenho.
É o
caso de serviços de informação e comunicação,
cujas receitas reais mantiveram-se estáveis em 2015, mas
mergulharam 4,4% no primeiro trimestre de 2016 (-5,9% só
em mar/16 contra mar/15). Tal resultado é revelador de
que, em 2016, a crise chegou com força nos serviços
modernos.
Foi o caso
também dos serviços administrativos e complementares
prestados às empresas, que compreendem sobretudo funções
terceirizadas. Aí a receita real mergulhou 6,4% nos primeiros
três meses deste ano; no ano como um todo de 2015 o declínio
tinha sido de 2,4%.
A segunda
situação reúne ramos que acusaram no primeiro
trimestre de 2016 desaceleração das quedas que vinham
sofrendo desde o ano passado. São exemplos, transportes
e afins, cujas receitas reais caíram 6,1% no acumulado
de 2015, desacelerando para -5,2% no primeiro trimestre de 2016,
e nos serviços de alojamento e alimentação
prestados às famílias, com retração
de 5,3% em 2015 e de 3,1% neste primeiro trimestre.
Cabe assinalar,
contudo, o risco de que essa melhora relativa tenha sido algo
passageira, concentrada apenas no primeiro bimestre do ano. Isso
porque os dados de mar/16 frente a mar/15 apontam quedas maiores:
de -7,2% para os transportes e de -4,6% para alojamento e alimentação
das famílias.
A terceira
situação agrupa os segmentos de melhora recente,
como outros serviços prestados às famílias
(educação, lazer, cultura etc), que conseguiram
reduzir suas perdas de -4,0% no acumulado de 2015 para -1,7% no
primeiro trimestre de 2016 frente ao mesmo período do ano
passado.
Outros serviços
também tiveram melhora surpreendente, passando de um revés
de -9,0% em 2015 para uma queda mais moderada de -3,8% no primeiro
trimestre de 2016. No mês de março, este ramo chegou
a registrar aumento de receita real de 2,6%. A diversidade de
serviços (financeiros, imobiliários, agropecuários
etc) que compõem esse segmento dificulta, contudo, a identificação
das razões específicas da mudança de trajetória.
Vale sublinhar
ainda o bom desempenho das atividades de turismo que, muito em
função da desvalorização do real,
conseguiram obter crescimento de suas receitas reais em jan/16
(+0,5% frente a jan/15) e fev/16 (+1,4% frente a fev/15). Em março,
porém sofreu nova queda (-2,2%), com o que fechou o trimestre
em -0,1%. Mesmo assim, 2016 tem sido mais favorável do
que 2015, cuja queda acumulada chegou -2,1%.
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De acordo com dados divulgados pelo IBGE da Pesquisa Mensal de Serviços
para o mês de março, a variação do volume de
serviços prestados sobre o mesmo mês do ano anterior foi
de -5,9%. No acumulado do ano, a retração de 5,0% e nos
últimos 12 meses, de -5,3%.
Aprofundando o desempenho
negativo dos últimos meses, frente a março de 2015, apenas
o segmento de outros serviços registrou expansão, de 2,6%.
Os demais grupos pesquisados apresentaram queda do volume de serviços
prestados, puxados por transporte, serviços auxiliares dos transportes
e correios (-7,2%), serviços profissionais, administrativos e complementares
(-6,8%), serviços de informação e comunicação
(-5,9%) e serviços prestados às famílias (-3,8%).
O volume de serviços de atividades turísticas retraiu 2,3%.
No acumulado do ano,
todos os setores tiveram desempenho negativo. A maior queda observada
foi no segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares
(-6,7%), transporte, serviços auxiliares dos transportes e correios
(-5,2%), serviços de informação e comunicação
(-4,4%), outros serviços (-3,7%) e serviços prestados às
famílias (-3,2%). Os serviços de atividades turísticas
tiveram pequena oscilação negativa, de -0,2%.
Na variação
de 12 meses registrada em março, todos os setores registraram queda.
O pior desempenho alcançado foi do grupo de outros serviços
(-8,4%), seguido por transportes, serviços de transportes e correio
(-6,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares
(-5,5%), serviços prestados às famílias (-5,3%) e
serviços de informação e comunicação
(-1,8%).
Na análise
por unidade federativa, frente ao mês de março de 2015, dentre
os estados que tiveram variação positiva estão Tocantins
(-9,3%), Roraima (-7,2%), Rondônia (-6,9%) e Distrito Federal (4,2%).
As maiores variações negativas foram registradas nos estados
do Amazonas (-16,3%), Amapá (-15,3%), Maranhão (-11,7%),
Paraíba (-10,9%), Pernambuco (-10,3%), Paraná (-9,7%), Sergipe
(-9,6%) e Espírito Santo (-9,3%).
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