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Para o comércio varejista, 2016 não começa
bem. É visível o contraste com o ano passado, quando
as vendas reais do comércio no conceito restrito caíam
módicos 0,8% no primeiro trimestre com relação
ao mesmo trimestre de 2014. Agora, no primeiro trimestre de 2016,
a retração do varejo gira em torno a 7,0% frente
ao mesmo período do ano anterior. Por isso, são
grandes as chances de o resultado acumulado em 2016 superar a
queda de 4,3% registrada no ano como um todo de 2015.
No conceito
ampliado, que inclui vendas de automóveis e autopeças
e materiais de construção, a diferença entre
as quedas dos primeiros trimestres de 2015 e 2016 também
é expressiva: -5,3% e -9,4%, respectivamente. Neste conceito,
o varejo teve variação no ano passado de -8,5%,
apresentando também tendência de aceleração
da queda no corrente ano.
A piora verificada
nas vendas em volume do varejo ao longo do segundo semestre do
ano passado adentrou o início de 2016, atingindo a maioria
dos seus segmentos. Mostramos a seguir como isso se processou
em alguns dos principais segmentos, segundo nos indicam as variações
trimestre contra trimestre anterior com ajuste sazonal.
O pior desempenho
nesses três meses iniciais do ano coube às vendas
reais de outros artigos de uso pessoal e doméstico, em
que pesam muito as lojas de departamento. Frente ao último
trimestre de 2015, a retração foi de 6,5%, muito
superior ao ritmo de queda dos dois trimestres anteriores (-2,8%
e -2,1%), sugerindo clara deterioração da evolução
das vendas.
Em outros
segmentos do comércio foi constado também agravamento
de seus resultados neste primeiro trimestre de 2016, mas nesses
casos, predominantemente a piora parece representar um retorno
ao padrão de quedas anteriores ao último trimestre
de 2015, quando houve melhora significativa de desempenho. Nesse
sentido, a melhora do final do ano passado funcionou mais como
um alívio passageiro do que como uma mudança de
rota.
Foram os casos:
1. Das vendas de hiper e supermercados, alimentos, bebidas e fumo,
cujo declínio de 2,3% no primeiro trimestre de 2016 mais
do que compensou a alta de 0,4% no trimestre anterior, aproximando-se
de -2,2% do terceiro trimestre de 2015.
2. Das vendas de móveis e eletrodomésticos, cuja
queda expressiva de 6,2% também mais do que compensou o
crescimento de 0,3% do quarto trimestre de 2015. Voltamos, de
fato, a ver um resultado que retoma aqueles dos três primeiros
trimestres do ano passado: -6,0%, -7,0% e -4,8%, respectivamente.
3. O mesmo ocorre para as vendas de tecidos, vestuário
e calçados: redução de -5,1% no primeiro
trimestre de 2016, contra -1,1% no quarto trimestre de 2015 e
-4,3% e -4,1% nos dois trimestres anteriores, respectivamente.
4. Idem para livros, jornais, revistas e papelaria, cujas vendas
caíram 4,4% neste início de 2016.
Há
também indicações de trajetórias positivas
ganhado força, como em:
1.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos,
de perfumaria e cosméticos, com vendas crescendo 2,0% e
1,0% no último trimestre de 2015 e no primeiro de 2016.
2. O quadro também perece estar melhorando em segmentos
que já sofreram longos períodos de perdas importantes.
É o caso de equipamentos e materiais para escritório,
informática e comunicação, cujo desempenho
trimestral do segundo trimestre de 2015 ao primeiro trimestre
de 2016 foi o seguinte: -11,8%, -6,5%, -2,6% e +0,5%.
3. O mesmo vale para as vendas de veículos, motos, partes
e peças, que depois de cair 10,5% no primeiro trimestre
de 2015, reduz suas perdas para algo como 5% nos demais trimestres
do ano para voltar a crescer 1,0% no trimestre findo em março
de 2016.
Já
os que estão “menos ruins” nesse início
de ano no varejo brasileiro incluem combustíveis e lubrificantes
e materiais de construção, ambos com retrações
menores em suas vendas. Os resultados no quarto trimestre de 2015
e no primeiro de 2016 foram, respectivamente, de -3,9% e -2,6%
no primeiro caso, e de -3,7% e -1,4%, no segundo caso.
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Resultados Gerais. Segundo dados divulgados pelo IBGE,
o volume de vendas do comércio varejista em março, com dados
ajustados sazonalmente, recuou 0,9%. No confronto com o mesmo mês
de 2015, o volume de vendas apresentou recuo de 5,7%. No acumulado do
primeiro trimestre de 2016, frente mesmo período do ano anterior,
a variação das vendas varejistas foi negativa em 7,0%. A
variação acumulada nos últimos 12 meses chegou a
-5,8%.
Setores. Em
março, apenas duas das dez atividades pesquisadas obtiveram resultados
positivos para o volume de vendas com ajuste sazonal (indicador mês/mês).
Os resultados negativos foram: hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%), móveis e eletrodomésticos
(-1,1%), combustíveis e lubrificantes (-1,2%), tecidos, vestuário
e calçados (-3,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico
(-2,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), veículos
e motos, partes e peças (-0,5%) e material de construção
(-0,3%). Por outro lado, as atividades que mostraram aumento do volume
de vendas entre fevereiro e março foram: equipamentos e material
para escritório, informática e comunicação
(6,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos,
de perfumaria e cosméticos (0,7%).
Na comparação
março 16/março 15, apenas a atividade de artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos,
foi a única a registrar variação positiva, com alta
de 2,0%. As demais atividades apresentaram o seguinte desempenho: móveis
e eletrodomésticos (-13,8%), outros artigos de uso pessoal e doméstico
(-11,9%); tecidos, vestuário e calçados(-14,1%), combustíveis
e lubrificantes (-10,1%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo (-1,2%); equipamentos e material para escritório,
informática e comunicação (-8,9%); livros, jornais,
revistas e papelaria (-16,2%), veículos e motos, partes e peças
(-11,1%) e material de construção (-14,6%).
No acumulado entre
janeiro e março em comparação ao mesmo período
de 2015, quase todos os setores registraram taxas de variação
negativa, com exceção de artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,4%). Os resultados
negativos foram: veículos e motos, partes e peças (-13,5%),
móveis e eletrodomésticos (-12,2%), equipamentos e material
para escritório, informática e comunicação
(-14,9%); material de construção (-14,7%), tecidos, vestuário
e calçados (-12,9%), %); livros, jornais, revistas e papelaria
(-16,8%), combustíveis e lubrificantes (-9,5%), outros artigos
de uso pessoal e doméstico (-12,8%) e supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo (-2,8%).
Regiões.
A partir dos dados de volume de vendas com ajuste sazonal, na
comparação de março de 2016 com fevereiro do mesmo
ano, verificou-se resultados negativos em 26 das 27 unidades da federação
assinalaram recuo com destaque para o Acre (-6,9%); Espírito Santo
(-5,2%); Amapá (-5,0%) e Rondônia (-4,8%). A única
taxa positiva foi registrada em Sergipe (0,7%).
Na comparação
com mesmo mês de 2015, 26 das 27 unidades da federação
registraram queda, com destaque para os maiores recuos: Amapá (-22,1%),
Acre (-16,7%), Bahia (-12,3%), Pará (-11,9%). Quanto às
maiores participações negativas na composição
da taxa do varejo, destacaram-se, pela ordem: São Paulo (-4,7%),
seguido por Rio de Janeiro, com -4,5%.
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