13 de abril de 2016

Serviços
Menores quedas


  

 
Em fevereiro, o nível de queda da receita real do setor de serviços tornou-se menos agudo. Segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE, o recuo foi de 4,0% frente ao mesmo mês do ano anterior, depois de ter ficado em torno de 5,0% nos dois meses precedentes.

Esse resultado menos ruim para o total do setor foi acompanhado pela desaceleração da queda de quase todos os segmentos, sendo que em alguns deles a intensidade em que isso ocorreu foi bastante expressiva. Por isso, o fato de fevereiro deste ano ter tido um dia útil a mais do que em 2015 pode ter ajudado, mas não explica totalmente o resultado do mês.

Este é o caso dos serviços prestados às famílias cujas receitas reais vêm caindo sistematicamente desde meados de 2014, mas que tiveram uma nítida piora no segundo semestre do ano passado. Depois de apresentar um resultado de -6,9% no último bimestre de 2015, frente ao mesmo período do ano anterior, caiu 4,1% em janeiro de 2016 e, agora, apenas 1,4%.

Este comportamento se deveu tanto à desaceleração dos serviços de alojamento e alimentação, que foram o primeiro item de ajuste do orçamento familiar, bem como de um crescimento de 6,4% em fevereiro de outros serviços prestados às famílias (educação, lazer, cultura, esportes, entre outros), compensando parcialmente as quedas profundas de dez/15 (-14,8%) e jan/16 (-11,6%).

A desaceleração da queda ocorrida nos serviços pessoais se deu também em outros segmentos, como em transporte, cujo desempenho em fevereiro foi de -2,1%, depois de -5,8% em janeiro e de -7,7% no último bimestre de 2015, e de forma menos intensa nos serviços profissionais prestados às empresas e em outros serviços.

O único segmento a caminhar em direção oposta foi o de serviços de informação e comunicação que tem tido perdas cada vez maiores. Vale notar que esse segmento foi um dos últimos a começar a apresentar variações negativas, devido não apenas à essencialidade que esses serviços passaram a ter para as famílias e para as empresas, mas também pela existência de contratos que dificultam um rápido ajuste com seus gastos.

Em fevereiro, o nível de contração de tais serviços chegou a 5,3% frente ao mesmo mês do ano anterior, mais do que o dobro do patamar verificado nos dois últimos bimestres de 2015 (-2,0% e -2,3%, respectivamente).

Quem está conseguindo melhorar sua situação de forma mais contundente, a despeito da crise, são as atividades turísticas, muito provavelmente devido ao estímulo dado pela desvalorização do câmbio ao turismo interno.

Em fevereiro, a alta dos serviços de turismo chegou a 1,4%, melhorando o desempenho também positivo de janeiro (+0,5%). A notícia é boa porque o setor é bastante empregador e é mais um motivo para se tomar cuidado para que a taxa de câmbio não volte a se apreciar novamente.
   

 
De acordo com dados divulgados pelo IBGE da Pesquisa Mensal de Serviços para o mês de fevereiro, a variação do volume de serviços prestados sobre o mesmo mês do ano anterior foi de -4,0%. No acumulado do ano, a retração de 4,5% e nos últimos 12 meses frente aos 12 meses anteriores, de -3,7%.

Persistindo o desempenho negativo do mês anterior, frente a fevereiro de 2015, todos os grupos pesquisados apresentaram queda do volume de serviços prestados. Os grupos que apresentaram maior oscilação negativa foram outros serviços (-6,1%), serviços de informação e comunicação (-5,3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-4,3%), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios (-2,0%) e serviços prestados às famílias (-1,4%).

No acumulado do ano, o predomínio das variações negativas se manteve, com retração de 7,0% de outros serviços, de -6,7% em serviços profissionais, administrativos e complementares, de -4,0% em transportes, serviços auxiliares de transportes e correios, de -3,7% em serviços de informação e comunicação e de -2,9% em serviços prestados às famílias.

Na variação de 12 meses registrada em fevereiro, novamente todos os setores registraram queda. O pior desempenho foi do grupo de outros serviços (-8,8%), seguido por serviços prestados às famílias (-5,5%), transportes, serviços de transportes e correio (-5,3%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-4,8%) e serviços de informação e comunicação (-0,8%).

Na análise por unidade federativa, frente ao mês de fevereiro de 2015, dentre os estados que tiveram variação positiva estão Mato Grosso (12,6%), Distrito Federal (10,7%), Roraima (10,5%), Rondônia (8,6%), Alagoas (5,8%) e Mato Grosso do Sul (2,4%). Dentre os que apresentaram desempenho negativo, destacaram-se os estados do Amapá (-18,7%), Amazonas (-16,1%), Maranhão (-10,3%), Pernambuco (-9,4%) e Bahia (-8,0%).

 

 

 

 

 

 

 

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