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O resultado das vendas reais do varejo (restrito) divulgado hoje
pelo IBGE mostra um crescimento de 1,2% no mês de fevereiro
frente a janeiro, sem efeitos sazonais. No caso do comércio
ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção,
a alta foi de 1,8%, puxada pela maioria dos ramos pesquisados.
O dado em
si é significativo, já que é o melhor desempenho
para este mês desde 2010, mas uma análise mais acurada
sugere cautela em sua interpretação devido à
volatilidade que vem acompanhando alguns dos principais ramos
do comercio varejista desde os meses finais do ano passado. Assim,
pode ser que o crescimento em fevereiro não esteja indicando
que o pior já passou para o comércio. Esse convencimento
ainda está por vir.
Vamos olhar
com mais vagar a evolução recente de três
dos ramos mais importantes, que tiveram crescimento em fevereiro,
mas que vêm apresentando volatilidade nos últimos
meses: hiper e supermercados, produtos alimentícios bebidas
e fumo, cujas vendas são mais influenciadas pelo rendimento
real das famílias, e móveis e eletrodomésticos
e veículos e autopeças, mais dependentes das condições
de crédito.
No primeiro
caso, as vendas tiveram queda importante no final do ano passado,
em muito, devido à forte elevação de preço
dos alimentos. Depois da maior contração em novembro
(-1,8%), os recuos foram se arrefecendo na série com ajuste
sazonal frente ao mês anterior: -1,1% e -0,8% em dez/15
e jan/16, voltando ao campo positivo em fevereiro (+0,8%).
As vendas
de móveis e eletrodomésticos vem tendo variações
frente ao mês anterior ainda mais bruscas: +4,9% e -8,1%
em novembro e dezembro do ano passado e -5,4% e +5,0% em janeiro
e fevereiro de 2016, sempre com ajuste. O crescimento do último
mês, que à primeira vista pode parecer expressivo,
decorre, então, de uma base baixa de comparação,
depois de dois meses consecutivos de quedas importantes.
Já
no caso de veículos e autopeças, a alta de 3,8%
em fevereiro frente a janeiro com ajuste sazonal deve ser avaliada
à luz da retração de 2,2%, em janeiro, depois
de o setor ter conseguido manter suas vendas no azul por dois
meses consecutivos (+1,5% em nov/15 e +0,4% em dez/15). Depois
de um mês de agosto bastante ruim (-6,1%), parece que o
comércio de veículos e peças se esforça,
mês após mês, para evitar novas quedas na margem.
Essas trajetórias
cheias de percalços também podem ser vistas, um
pouco mais suavizadas, nas variações em relação
ao mesmo período do ano anterior, indicando que aquilo
que já estava ruim, de fato, ficou pior no final de 2015,
voltando a ficar ruim em 2016.
Isso é
mais claro para as vendas de hiper e supermercados, produtos alimentícios
bebidas e fumo, cujas variações dos três últimos
bimestres de 2015 e do primeiro de 2016 foram, em ordem, as seguintes:
-3,8%, -3,8%, -4,6% e -3,7%, sempre em relação ao
mesmo período do ano anterior. E também para veículos
e autopeças, cujas variações foram: -14,4%,
-16,9%, -22,1% e -14,7%.
Para o comércio
de móveis e eletrodomésticos, por sua vez, o início
de 2016 não parece ter trazido alívio quando olhamos
para o desempenho do primeiro bimestre, -18,7%, e para os três
últimos bimestres de 2015, -15,7%, -18,3% e -17,0%, respectivamente.
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De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio de fevereiro
de 2016 divulgados hoje pelo IBGE, o índice de volume de vendas
do comércio varejista, a partir de dados dessazonalizados, registrou
expansão de 1,2% em relação a janeiro. Na comparação
com fevereiro do ano passado, a queda foi de 4,2% e nos últimos
12 meses, de -5,3%.
O comércio
varejista ampliado, que inclui vendas de veículos, motos, partes
e peças e de materiais de construção, registrou avanço
de 1,8% sobre janeiro, a partir de dados livres de influências sazonais
e apresentou decréscimo de 5,6% sobre fevereiro do ano passado.
Nos últimos 12 meses, a variação foi de -9,1%.
A partir de dados
dessazonalizados de fevereiro, frente ao mês anterior, apresentaram
expansão do volume de vendas os segmentos de móveis e eletrodomésticos
(5,0%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas
e fumo (0,8%), combustíveis e lubrificantes (0,6%) e artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
(0,3%). Responderam pelas variações negativas tecidos, vestuário
e calçados (-2,8%), equipamentos e material para escritório,
informática e comunicação (-2,4%), livros, jornais,
revistas e papelaria (-1,3%). No varejo ampliado, a venda de veículos
e motos, partes e peças apresentou aumento de 3,8% e a de material
de construção, 3,3%.
Em relação
ao mês de fevereiro de 2015, apenas o segmento de artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
registrou variação positiva, de 6,2%. Os demais contribuíram
negativamente para o índice, puxados por livros, jornais, revistas
e papelaria (-17,3%), equipamentos e material para escritório,
informática e comunicação (-16,3%), outros artigos
de uso pessoal e doméstico (-11,4%), móveis e eletrodomésticos
(-10,9%), combustíveis e lubrificantes (-4,1%) e hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,4%). No
varejo ampliado, a venda de material de construção retraiu
11,1% enquanto que a de veículos e motos, partes e peças
encolheu 6,6%.
Em relação
a fevereiro de 2015, apenas os estados de Minas Gerais (3,0%) e Roraima
(1,9%) apresentaram aumento do volume de vendas no varejo. Os estados
do Amapá (17,1%), Sergipe (-12,8%), Amazonas (-10,8%), Pernambuco
(-9,5%), Bahia (-9,5%), Acre (-8,5%), Rio Grande do Norte (-8,4%) registraram
as maiores variações.
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