11 de março de 2016

Serviços
Moderação do declínio


  

 
O resultado de janeiro deste ano para o setor de serviços, divulgado pelo IBGE hoje, não chega a ser uma boa notícia, porque continua havendo retração de 5% na receita em termos reais frente ao mesmo mês de 2015. Mas este patamar de queda foi o mesmo visto em dezembro e inferior àquele dos dois meses anteriores.

A primeira indicação é que talvez estejamos diante de alguma moderação do declínio do setor, a depender evidentemente da evolução dos meses seguintes. Isso porque, no cenário econômico e político delicado em que nos encontramos, nada impede uma nova rodada de perdas mais agudas, seja pelo lado da repercussão da crise empresarial, seja devido a um encolhimento adicional da renda e do emprego da população.

Quem motivou esse desempenho de janeiro foram alguns segmentos em particular, cujas quedas também parecem não estar se aprofundando ou mesmo estão recuando um pouco.

Entre aqueles que continuam em declínio, mas a taxas próximas em dezembro e janeiro, sempre em relação aos mesmos meses do ano anterior, podemos destacar dois, com contribuições importantes para o resultado geral.

É o caso de serviços administrativos e complementares, que reúnem muitas das atividades terceirizadas pelas empresas. Sua entrada no campo das variações negativas demorou um pouco, ocorrendo só a partir do segundo semestre de 2015, mas desde então se deu a taxas cada vez maiores. Em dezembro e em janeiro, contudo, repetiu resultado na faixa de -7%.

Outro caso a ser destacado é aquele de transporte terrestre, muito vinculado com o dinamismo geral da economia. Aqui as quedas continuam intensas, mas entre setembro de 2015 e janeiro de 2016 permanecem em torno de 12%, exceto novembro quando chegou a 14,3%.

Já evolução de dois outros segmentos aponta para uma situação menos desfavorável, porque aqui o ritmo de contração tem cedido um pouco. É o que ocorre com serviços de alojamento e de alimentação prestados às famílias que desde agosto de 2015 só apresentava quedas superiores a 5%. Pois bem, em janeiro houve um alívio e o resultado foi de -2,9%.

O segundo desses segmentos são os serviços de telecomunicações, que resistiram ao declínio até julho de 2015. Depois de caírem acima de 4% em outubro e novembro, recuaram para 3,2% em dezembro e finalmente para 3,0% em janeiro de 2016.

Melhora significativa de desempenho em segmentos importantes foi visto apenas em transporte aéreo, cujo crescimento em janeiro de 2016 chegou a 24,7% contra o mesmo mês do ano anterior. Essa taxa foi bastante superior àquela de dezembro (16,3%) e mais ainda com relação ao resultado acumulado no ano de 2015 (4,3%).

Para as atividades turísticas o mês de janeiro também foi melhor, possivelmente um resultado da reação do setor à taxa de câmbio mais desvalorizada, que desincentivou viagens internacionais. Depois de variações negativas em novembro e dezembro últimos, essas atividades voltaram ao campo positivo em janeiro (+0,5%).
   

 
De acordo com dados divulgados hoje pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE para o mês de janeiro último, houve queda de 5,0% do volume de serviços prestados sobre o mesmo mês do ano anterior. A variação acumulada para 12 meses, por sua vez, aponta retração de 3,7%.

Frente ao mês de janeiro de 2015, todos os grupos pesquisados apresentaram queda do volume de vendas. As maiores oscilações negativas ficaram por conta das categorias outros serviços (-7,9%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-9,1%), serviços prestados às famílias (-4,1%), transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-5,8%) e serviços de informação e comunicação (-2,1%).

 

 
A taxa de variação acumulada para 12 meses em janeiro, todos os setores registraram retração. O pior desempenho foi do grupo de outros serviços (-9,0%), seguido por transportes, serviços de transportes e correio (-6,1%), serviços prestados às famílias (-5,5%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-4,8%) enquanto que o segmento serviços de informação e comunicação apresentou apenas uma ligeira variação negativa de 0,2%.

Na análise por unidade federativa, para o mês de janeiro frente ao mesmo período do ano anterior, dentre os estados que tiveram variação positiva, Mato Grosso (17,5%) e Roraima (11,2%) registraram os maiores crescimentos do volume de serviços. Dentre os que apresentaram desempenho negativo, destacam-se os estados do Amapá (-19,1%), Amazonas (-14,0%), Pernambuco (-11,4%), Maranhão (11,3%), Espírito Santo (-11,2%), Goiás (-10,6 %) e Bahia (-8,3%). São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais tiveram oscilações negativas de -5,6%, -5,3% e -5,9%, respectivamente.

 

 

 

 

 

 

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