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Ainda que seja cedo para presumir a evolução do
comércio varejista em 2016, o fato é que o ano começou
acenando com a perspectiva de um declínio do volume de
vendas a taxas cada vez maiores, seja em relação
ao resultado acumulado em 2015, seja na série com ajuste
sazonal em relação aos meses anteriores. Segundo
o IBGE, a queda em janeiro foi de 10,3% frente a janeiro do ano
passado e de 1,5% frente a dezembro, com ajuste.
O mês
de janeiro de 2016 foi mais um capítulo da história
de piora do desempenho do comércio vivida desde o ano passado.
A comparação do resultado acumulado em 2015 com
a média do trimestre findo em janeiro de 2016, frente ao
mesmo período do ano passado, ilustra bem essa história:
-4,3%, para 2015 como um todo, contra -8,3%, nos últimos
três meses, para o comércio restrito e -8,6% contra
-12,4% para o comércio ampliado (inclui automóveis
e materiais de construção).
Em resumo,
aquilo que já não era bom continua piorando. E isso
tem acontecido para quase todos os setores do comércio.
Mudança positiva não há nenhuma. Em função
do grande peso que têm no comércio como um todo,
o destaque vai para as vendas de hiper e supermercados, alimentos,
bebidas e fumo, cuja retração da média de
nov/15 a jan/16 (-4,9%) foi quase o dobro daquela acumulada em
2015 (-2,5%).
Mas nem de
longe essas variações foram as mais dramáticas.
Vejamos os três setores que tiveram quedas de dois dígitos
em 2015: veículos e peças (-17,8%), móveis
e eletrodomésticos (-14,1%) e livros, jornais, revistas
e papelaria (-10,9%). No trimestre findo em janeiro todos ampliaram
suas perdas: -21,2%, -19,2% e -15,0%. No caso dos dois primeiros,
a escassez e o encarecimento do crédito têm forte
poder explicativo em suas evoluções.
Além
disso, no início deste ano a lista de setores com forte
declínio contava com outros três devido ao agravamento
dos últimos meses: material de construção,
cuja retração evoluiu de 8,4% na média de
2015 para 14,9% na média dos três meses compreendidos
entre de nov/15 e jan/16, seguido de tecidos, vestuário
e calçados (de -8,6% para -12,3%) e combustíveis
e lubrificantes (de -6,1% para -11,9%).
Todos esses
resultados reportados até aqui vão na direção
de que o comercio varejista começa mal em 2016, mas ainda
não são os piores. Os campeões da derrocada
das vendas foram equipamentos de informática e comunicação
e outros artigos de uso pessoal e doméstico, porque no
primeiro semestre de 2015 ainda conservavam taxas positivas de
crescimento.
No primeiro
caso, as vendas mergulharam de um patamar de -1,5%, no acumulado
do ano passado, para -15,3%, no trimestre findo em janeiro de
2016. Já no segundo caso a mudança do nível
de retração foi de -1,3% para -8,4%, respectivamente.
A situação
é cada vez mais grave inclusive para o único setor
que era exceção em meio a tantas quedas. As vendas
de produtos farmacêuticos, cosméticos e de perfumaria
desaceleraram de 3,0% em 2015 para 1,7% na média dos três
últimos meses. Vale notar que, em janeiro de 2016, o setor
não se livrou de apresentar variação negativa
(-0,2%) frente ao mesmo mês do ano passado.
Os sinais
são negativos não só para o varejo, mas também
para o emprego, já que o comércio é responsável
por muitos postos de trabalho, e para os setores que se nutrem
dele para colocar seus produtos no mercado interno, notadamente
a indústria, seja de bens duráveis, seja de bens
não duráveis, além da agricultura produtora
de alimentos.
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Resultados Gerais. Em janeiro, o volume de vendas do
comércio varejista brasileiro registrou decréscimo de 1,5%
com relação ao mês imediatamente anterior, na série
com ajuste sazonal. Frente ao mesmo mês do ano anterior, as vendas
no varejo recuaram 10,3%. Nos últimos 12 meses frente a igual período
imediatamente anterior, o recuo do volume de vendas foi de 5,2%.
Setores. Na
comparação entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, das
dez atividades pesquisadas, o perfil de queda foi generalizado: móveis
e eletrodomésticos (-4,3%), hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%), combustíveis e lubrificantes
(-3,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), tecidos,
vestuário e calçados (-0,5%) e livros, jornais, revistas
e papelarias (-0,1%). O único setor a assinalar alta em janeiro
de 2016 foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos,
de perfumaria e cosméticos, com pequeno avanço de 0,1%.
No varejo ampliado, a redução de 1,6% deveu-se a material
de construção, (-6,6%), seguido por Veículos e motos,
partes e peças (-0,4%).
Na comparação
mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o comércio
varejista acusou resultado negativo em todas as atividades do comércio
varejista restrito: móveis e eletrodomésticos (-24,3%),
hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e
fumo (-5,8%), combustíveis e lubrificantes (-14,1%), outros artigos
de uso pessoal e doméstico (-12,5%), tecidos, vestuário
e calçados (-13,8%), equipamentos e material para escritório,
informática e comunicação (-24,0%), livros, jornais,
revistas e papelaria (-13,3%) e artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%). Veículos,
motos, partes e peças (-18,9%) e Material de construção
18,5%) registraram queda também nessa comparação.
Regiões.
Frente a dezembro de 2015 na série com ajuste sazonal,
das 27 Unidades da Federação, o volume das vendas varejistas
recuou em 17 estados, com destaque para o Espírito Santo e Rio
de Janeiro, ambos com taxa de -3,1%.
Em relação
a janeiro do ano anterior, todos os estados apresentaram variações
negativas na comparação com o mesmo período do ano
anterior. Podemos destacar o resultado do Amapá, com queda acentuada
de 24,4%. Quanto à participação na composição
da taxa negativa do varejo, destacaram-se, pela ordem: São Paulo
(-9,7%) e Rio de Janeiro (-10,4%).
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