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Os dados de comércio exterior do MDIC mostram que o saldo
da balança comercial em fevereiro foi superavitário
em US$ 3,04 bilhões, devido a exportações
de US$ 13,34 bilhões e a importações de US$
10,3 bilhões. Esse resultado foi bastante superior aos
US$ 923 milhões de janeiro e mais ainda àquele de
fevereiro de 2015, quando houve déficit de US$ 2,84 bilhões.
Mais importante
que o saldo em si é o fato de que as exportações
foram responsáveis pelo reforço do superávit.
Entre janeiro e fevereiro o valor médio diário dos
produtos exportados avançou 8,1%, já descontados
os efeitos sazonais, enquanto as importações se
mantiveram relativamente estáveis (+1,1%).
Depois de
algum tempo de uma taxa de câmbio mais competitiva e de
reiteradas declarações do meio empresarial sobre
os esforços empreendidos para ampliar suas vendas externas
e promover a substituição de importações
de certos insumos ou de produtos acabados, essa evolução
pode significar algum indício de reviravolta.
Vejamos o
quadro com mais detalhes. Em relação ao mesmo mês
do ano anterior, pela primeira vez depois de quase um ano e meio
de taxas negativas, a média diária das exportações
totais cresceu 4,6% em fevereiro.
A exportação
de produtos básicos, medida pela média diária,
continuou apresentando queda neste mês, mas de apenas 0,5%,
um patamar bastante inferior àqueles verificados nos meses
anteriores. Foram, contudo, os bens industrializados que tiveram
um desempenho mais vigoroso: alta de 9,6% frente a fevereiro de
2015, puxados tanto pelos bens intermediários (+14,0%)
como pelos manufaturados (+7,9%).
No caso de
manufaturados, a média diária das exportações
já tinha sido positiva em dezembro de 2015 (+8,7%), dando
mais força à hipótese de um ensaio do drive
exportador. Com isso, sua média móvel trimestral
de fevereiro voltou a apresentar variação positiva
(3,5%) após dois anos de quedas consecutivas. Para quem
está acostumado a só receber más notícias
esses dados não deixam de trazer alguma esperança.
Dentre os
produtos que mais contribuíram para esse impulso positivo
destacam-se três grupos. O primeiro deles associado à
indústria automotiva (automóveis e veículos
de carga), o segundo à agroindústria (suco de laranja,
etanol e açúcar refinado) e o terceiro à
metalurgia (tubos flexíveis de ferro e aço e laminados
planos).
Nosso último
comentário, entretanto, não dá margem ao
otimismo. No que tange os níveis internos de investimento
e da atividade geral, os dados de comércio exterior estão
a indicar agravamento da situação. A média
diária das importações de bens de capital
caíram 33,3% em fevereiro frente ao mesmo mês de
2015. No caso de bens intermediários, cuja demanda é
influenciada pelo dinamismo de vários setores da economia,
as quedas já têm sido superiores a 30% nos últimos
meses (-32,5%).
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De acordo com dados divulgados pelo MDIC, a balança comercial brasileira
atingiu, no mês de fevereiro, saldo de US$ 3,043 bilhões,
frente a um déficit de 2,840 bilhões no mesmo mês
do ano passado. Enquanto as exportações alcançaram
US$ 13,348 bilhões, valor 10,4% maior que o último mês
de fevereiro (US$ 12,092 bilhões), as importações
foram de US$ 10,305 bilhões, valor -31,0% menor que em fevereiro
último (US$ 14,932 bilhões).
No mês, a média
diária (medida por dia útil) das exportações
foi de US$ 702 milhões, 4,6% inferior ao mesmo mês do ano
passado, quando atingiu US$ 671,8 milhões. A média diária
das importações apresentou variação negativa
maior, de -34,6%, ao atingir US$ 542 milhões, frente a US$ 829,6
milhões do mesmo mês do ano passado. A média diária
do saldo comercial no mês foi de US$ 160 milhões enquanto
em fevereiro passado, foi registrado saldo médio diário
de US$ -157,8 milhões.
Exportações por Fator Agregado. As exportações
em fevereiro atingiram US$ 13,348 bilhões. Deste valor, US$ 5,245
bilhões (39,3%) dizem respeito à exportação
de produtos básicos, US$ 2,283 bilhões (17,1%) a produtos
semimanufaturados e US$ 5,543 bilhões (41,5%) a produtos manufaturados.
A partir de dados
dessazonalizados pela metodologia X-12 ARIMA, frente ao mês de janeiro,
a exportação total apresentou expansão de 19,0%,
puxada pelos aumentos de 23,9% da categoria de produtos manufaturados,
de 31,5% de industrializados, de 50,7% de produtos semimanufaturados e
de 4,6% de produtos básicos.
Em relação
ao mês de janeiro de 2015, as exportações tiveram
aumento de 10,6%. As principais variações vieram de produtos
básicos (4,9%), manufaturados (14,0%), industrializados (15,6%)
e semimanufaturados (20,0%).
Importações
por Categoria de Uso. As importações totais em
janeiro somaram US$ 10,305 bilhões, dos quais US$ 1,195 bilhões
(11,6%) referentes ao grupo de bens de capital, US$ 6,027 bilhões
(58,5%) a matérias-primas e intermediários, US$ 696,0 milhões
(6,8%) a bens de consumo não-duráveis, US$ 301,0 milhões
(2,9%) a bens de consumo duráveis e US$ 1,234 bilhão (12,0%)
a combustíveis.
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