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O emprego industrial em 2015 regrediu mais uma vez, atingindo
uma queda de 6,2%, segundo pesquisa divulgada hoje pelo IBGE.
Este foi o quarto ano seguido de perdas de emprego da indústria,
depois dos resultados de -1,2%, -1,1% e -3,2% entre 2012 e 2014.
No total, a regressão do emprego industrial no último
quadriênio chegou a quase 12%. É muita coisa e só
de modo muito gradativo será recuperado.
A outra notícia
ruim é que, a contar pelos resultados dos últimos
meses do ano passado, o quadro não deve ficar melhor nesse
início de 2016. As variações em relação
ao mesmo período do ano anterior para os meses de outubro
(-7,4%), novembro (-7,2%) e dezembro (-7,9%) indicam uma aceleração
da redução do pessoal ocupado, denotando que pelo
menos nos primeiros meses de 2016 teremos demissões em
percentuais maiores do que a média de 2015.
Cabem os seguintes
comentários sobre este quadro negativo em 2015. O primeiro
deles destaca suas causas, em que pesou a forte retração
da produção industrial no último ano. Era
inevitável que os cortes sucessivos e cada vez maiores
da produção atingissem a capacidade de geração
de empregos da indústria. Lembremos que a indústria
encolheu 8,3% no ano, sendo 11,8% só no quarto trimestre.
Mas também
não deve ser descartada a possibilidade do avanço
do processo de automação da indústria, como
meio de racionalização de custos. Essa estratégia
pode ter ganhado importância justamente porque 2015 foi
um ano em que se avolumaram as adversidades impostas ao setor.
Vale notar que a parcela do emprego reduzida por esse motivo será
mais difícil de ser recuperada.
O segundo
comentário chama atenção para seu perfil
setorial. Ainda que todos os 18 setores pesquisados pelo IBGE
tenham apresentado variações negativas no acumulado
do último ano, três deles atingiram patamares de
dois dígitos: máquinas e aparelhos elétricos,
eletrônicos e de comunicação (-13,9%), fabricação
de meios de transporte (-11,4%) e produtos de metal (-10,7%).
Máquinas e equipamentos (-8,3%) e metalurgia básica
(-7,5%) também apresentaram redução importante
do emprego.
Esses setores
são representativos do núcleo industrial que mais
sofreu em 2015, despontando também no ranking de queda
da produção industrial. Seus produtos compreendem
tanto bens de capital como bens de consumo duráveis cuja
produção regrediu na esteira dos investimentos e
do crédito. Ademais, o segmento de metalurgia básica,
onde se destacada a produção de aço, sofre
o impacto da supercapacidade de produção em nível
global.
O desempenho
do mês de dezembro, frente ao mesmo mês de 2014, pior
do que o resultado anual, sugere ainda que a redução
do emprego nesses setores continua em processo: Máquinas
e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicação
(-16,2%), meios de transporte (-14,3%), máquinas e equipamentos
(-11,3%), produtos de metal (-10,5%) e metalurgia básica
(-9,4%).
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Resultados Gerais. Em dezembro de 2015, o total do pessoal
ocupado assalariado na indústria mostrou variação
negativa de 0,6% frente ao patamar do mês imediatamente anterior,
na série livre de influências sazonais, a 12ª queda
consecutiva. Na comparação com dezembro de 2014, o emprego
industrial mostrou queda de 7,9%. Já o índice acumulado
no ano de 2015 ficou em -6,2%.
Setores.
Na comparação com mesmo mês do ano anterior, o total
do pessoal ocupado assalariado recuou nos 18 ramos pesquisados, com destaque
para as pressões negativas vindas de meios de transporte (-14,3%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(-16,2%), máquinas e equipamentos (-11,3%), borracha e plástico
(-12,7%), vestuário (-9,8%), produtos de metal (-10,5%), minerais
não-metálicos (-9,8%), outros produtos da indústria
de transformação (-11,2%), alimentos e bebidas (-2,2%),
produtos têxteis (-9,2%), metalurgia básica (-9,4%), calçados
e couro (-5,3%), papel e gráfica (-3,6%), madeira (-7,9%), indústrias
extrativas (-4,4%) e produtos químicos (-1,9%).
No acumulado nos 12
meses do ano de 2015, o emprego industrial mostrou queda de 6,2%, com
taxas negativas em todos os setores investigados, com destaque para: meios
de transporte (-11,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (-13,9%), produtos de metal (-10,7%),
máquinas e equipamentos (-8,3%), alimentos e bebidas (-2,2%), outros
produtos da indústria de transformação (-9,7%), vestuário
(-6,4%), borracha e plástico (-5,7%), calçados e couro (-6,8%),
metalurgia básica (-7,5%), minerais não-metálicos
(-4,8%), produtos têxteis (-5,7%), papel e gráfica (-3,5%)
e indústrias extrativas (-4,7%).
Número de Horas Pagas. Em dezembro de 2015, o número
de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas
as influências sazonais, apontou variação negativa
de 0,1% frente ao mês imediatamente anterior. Na comparação
com dezembro de 2014, o número de horas pagas aos trabalhadores
da indústria recuou 7,4%. Com isso, o total do número de
horas pagas apontou perda de 6,7% no índice acumulado de janeiro
a dezembro.
Folha de Pagamento
Real. Em dezembro de 2015, o valor da folha de pagamento real
dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente ficou estável
frente ao mês imediatamente anterior. Na comparação
com dezembro de 2014, o valor da folha de pagamento real recuou 11,5%
em dezembro de 2015, sendo que as principais influências negativas
foram assinaladas por meios de transporte (-18,1%), máquinas e
equipamentos (-14,4%), alimentos e bebidas (-8,3%), produtos de metal
(-16,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(-15,3%), borracha e plástico (-11,6%), metalurgia básica
(-12,4%), outros produtos da indústria de transformação
(-16,6%), produtos têxteis (-14,9%), minerais não-metálicos
(-10,3%), indústrias extrativas (-6,4%), calçados e couro
(-11,8%), vestuário (-9,4%), produtos químicos (-3,5%),
papel e gráfica (-3,8%) e refino de petróleo e produção
de álcool (-7,6%). Em 2015, frente aos dados de 2014, a folha de
pagamento assinalou recuo de 7,9%, especialmente devido aos setores produtores
de meios de transporte (-13,4%), máquinas e equipamentos (-8,1%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(-12,8%), alimentos e bebidas (-4,1%), produtos de metal (-12,3%), metalurgia
básica (-11,0%), indústrias extrativas (-7,3%), borracha
e plástico (-7,5%), outros produtos da indústria de transformação
(-10,6%), papel e gráfica (-4,3%), calçados e couro (-9,8%),
minerais não-metálicos (-5,4%), produtos têxteis (-7,6%),
refino de petróleo e produção de álcool (-6,8%),
produtos químicos (-2,0%) e vestuário (-3,7%).
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