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A divulgação pelo IBGE dos dados regionais da produção
industrial para o mês de dezembro encerra a análise
conjuntural de um ano que muitos sonham em esquecer. Conforme
vínhamos destacando, a crise foi generalizada, atingindo
a grande maioria das localidades pesquisadas. Poucos foram aqueles
que, apoiados no setor extrativo, conseguiram resistir à
retração.
Em 2015 houve
queda da produção em 12 das 15 localidades pesquisadas.
Dentre elas, algumas localidades com parques industriais importantes
tiveram recuos muito superiores ao agregado nacional (-8,3%).
São os casos de Amazonas (-16,8%), Rio Grande do Sul (-11,8%)
e São Paulo (-11,0%), indicando a gravidade da crise enfrentada
no ano passado.
O desempenho
de Amazonas e Rio Grande do Sul está fortemente associado
aos setores mais atingidos pela crise, a saber, bens de consumo
duráveis e bens de capital, com fortes representações
nas indústrias desses estados. As principais contribuições
negativas para a produção industrial amazonense
vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos
e ópticos (-31,4%) e outros equipamentos de transporte
(-17,6%), no qual se destaca muito a produção motocicleta;
e para a indústria gaúcha, veículos automotores,
reboques e carrocerias (-33,9%) e máquinas e equipamentos
(-26,3%).
Já
a contração da indústria paulista tem um
significado todo especial, dada a sua complexidade. O seu desempenho
-11%, como assinalado anteriormente, indica que as dificuldades
foram transversais, atingindo todos os setores. Não é
por acaso que em São Paulo nenhum ramo se salvou; todas
as 18 atividades pesquisadas caíram. As principais contribuições
vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias
(-22,6%), máquinas e equipamentos (-13,8%) e produtos alimentícios
(-6,2%).
Contudo, no
segundo semestre do ano o ritmo de queda da produção
em São Paulo parece ter se estabilizado, como mostram as
variações trimestrais: -5,9%, -11,5%, -13,0% e -12,9%,
sempre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Apesar do patamar elevado, o fato de o quadro ter parado de piorar
em São Paulo pode servir de algum alento para o desempenho
da indústria nacional em 2016.
A constatação
também cabe a outros poucos estados, como para Santa Catarina
(-9,8% e -9,3% no terceiro e quarto trimestres, respectivamente),
Pernambuco (-4,9% e -4,6%), Ceará (-12,1% e -10,5%) e Rio
Grande do Sul (-12,5% e -14,1%). As demais localidades infelizmente
continuam em uma trajetória de crescente deterioração,
a exemplo do Nordeste (-0,8% e -5,1% nos dois últimos trimestres).
Em suma, as
perspectivas para 2016 parecem contar, por hora, com uma boa notícia
que é um possível fundo de poço para a produção
industrial de São Paulo, cujo peso na produção
nacional é importante. Entretanto, ainda não há
motivos de comemoração pelo menos por duas razões.
A primeira delas é que a produção da indústria
paulista ainda cai muito. A segunda é que esse comportamento
é verificado em poucas localidades, sendo que a situação
nas demais ainda é de piora.
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Resultados Gerais. Na passagem de novembro a dezembro
de 2015, a redução da produção industrial
nacional (-0,7%), na série com ajuste sazonal, foi acompanhada
por 9 dos 14 locais pesquisados. Os recuos mais acentuados ocorreram em
Pernambuco (-11,9%), Amazonas (-7,1%) e Santa Catarina (-5,4%). São
Paulo (-2,3%), Pará (-1,8%) e Espírito Santo (-1,7%) também
assinalaram quedas mais intensas que a média nacional, enquanto
Paraná (-0,7%), Goiás (-0,6%) e Região Nordeste (-0,4%)
foram os demais resultados negativos. Em contraste, Rio Grande do Sul
(1,8%), Bahia (1,4%), Rio de Janeiro (1,3%), Minas Gerais (+1,1%) e Ceará
(+0,6%) registraram as variações positivas do mês.
Frente a dezembro
de 2014, a queda foi de 11,9% para o indicador nacional, com destaque
negativo para os estados do Amazonas (-30,0%), Espírito Santo (-19,1%)
e Paraná (-16,1%), seguidos por Ceará (-13,4%) e São
Paulo (-12,4%). Mato Grosso (+18,7%) e Pará (+3,7%) foram os únicos
resultados positivos.
No acumulado no ano
de 2015, houve redução na produção industrial
nacional em 12 dos 15 locais pesquisados: Amazonas (-16,8%), Rio Grande
do Sul (-11,8%), São Paulo (-11,0%), Ceará (-9,7%), Paraná
(-9,6%), Santa Catarina (-7,9%), Minas Gerais (-7,9%), Bahia (-7,0%),
Rio de Janeiro (-6,5%), Pernambuco (-3,5%), Região Nordeste (-3,0%)
e Goiás (-2,5%). Por outro lado, Pará (5,7%), Mato Grosso
(4,7%) e Espírito Santo (4,4%) assinalaram os avanços no
ano.
Rio Grande
do Sul. Na
comparação com novembro de 2015, a indústria gaúcha
assinalou alta de 1,8%, segunda taxa positiva consecutiva nesta comparação.
No confronto com dezembro de 2014, constatou-se recuo de 11,5%, devido,
em grande parte, ao desempenho dos setores produtores de veículos
automotores, reboques e carrocerias (-35,2%) e de máquinas e equipamentos
(-24,4%). Outras contribuições negativas relevantes vieram
das atividades de metalurgia (-56,1%), de produtos de metal (-15,6%),
de móveis (-21,2%), de produtos de borracha e de material plástico
(-16,6%), de produtos de fumo (-34,3%) e de bebidas (-9,2%). No acumulado
de 2015, a produção industrial do estado decresceu 11,8%,
sob influência, principalmente, dos setores de veículos automotores,
reboques e carrocerias (-33,9%) e de máquinas e equipamentos (-26,3%),
enquanto celulose, papel e produtos de papel (37,8%) e de outros produtos
químicos (2,6%), registraram os dois únicos avanços
de 2015.
São
Paulo. Na comparação com mês imediatamente
anterior, a indústria de São Paulo recuou 2,3%. Frente a
dezembro de 2014, a indústria paulista apresentou contração
de 12,4%; essa taxa foi condicionada pelos setores de: veículos
automotores, reboques e carrocerias (-19,3%), coque, produtos derivados
de petróleo e biocombustíveis (-15,6%), máquinas
e equipamentos (-25,2%), equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos (-47,6%), produtos de metal (-25,4%),
outros produtos químicos (-12,2%), máquinas, aparelhos e
materiais elétricos (-20,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos
(-18,0%), produtos de borracha e de material plástico (-13,2%),
produtos de minerais não-metálicos (-15,5%) e metalurgia
(-15,7%). Produtos alimentícios (22,8%), por sua vez, foi o resultado
positivo mais relevante. No acumulado do ano, o estado apresentou contração
de 11,0% de sua produção industrial, condicionada por todos
os 18 setores analisados no estado. Os destaques ficaram para: veículos
automotores, reboques e carrocerias (-22,6%), máquinas e equipamentos
(-13,8%), produtos alimentícios (-6,2%), equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos
(-27,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis
(-5,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-14,4%),
produtos de borracha e de material plástico (-9,3%), outros produtos
químicos (-6,6%) e metalurgia (-13,0%).
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