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A pesquisa do IBGE divulgada hoje traz mais um episódio
da crise do emprego industrial. Em novembro, houve contração
de 0,4% frente a outubro de 2015 (sem efeitos sazonais) e de 7,2%
em relação a novembro de 2014. Já são
50 meses de variações negativas consecutivas frente
ao mesmo mês do ano anterior.
O fechamento
de postos de trabalho na indústria é justamente
um dos sintomas mais evidentes da desindustrialização,
como muitos autores defendem. A comparação do nível
atual de pessoas ocupadas com o último pico histórico
sugere o tamanho do problema em que nos encontramos.
Em novembro
de 2015 frente a agosto de 2011, a queda do emprego industrial
foi da ordem de 15%, o que em nenhuma hipótese é
pouca coisa. O mesmo patamar é obtido se considerarmos
o pico de julho de 2008. Para essas mesmas comparações,
a produção industrial caiu 21% e 19%, respectivamente.
Trata-se, portanto, de um processo pós crise global, cujas
raízes encontram-se tanto no baixo crescimento das economias
e do comercio internacional como em fatores domésticos.
Ao menos três
etapas caracterizam esse período no Brasil, passado o choque
inicial da crise externa. Na primeira metade de 2011 encontra-se
o auge do emprego, seguido de um lento declínio entre setembro
deste ano e fevereiro de 2014. Desde então, o emprego industrial
entra em queda livre.
E existe ainda
um agravante: este processo está em pleno progresso. Assim,
se no início de 2015 o patamar da involução
do desemprego na indústria era de 4%, em março sobe
para 5% e evolui para 6% em setembro, até ultrapassar 7%
em novembro.
A trajetória
das horas pagas é igualmente preocupante, dado que sua
contração de 7,7% é superior à do
pessoal ocupado, indicando que o enxugamento dos quadros da indústria
deve continuar.
Nesse contexto,
alguns setores sofrem mais do que outros. Alguns deles tiveram
contração brutal em novembro: máquinas e
aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(-15,8% frente a nov/14), meios de transporte (-14,1%), borracha
e plástico (-12,5%), produtos de metal (-11,7%) e máquinas
e equipamentos (-10,0%). Destaca-se, dessa forma, a destruição
do emprego dos setores de bens de capital, que lideram também
o declínio da produção industrial e refletem
a crise do investimento.
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Resultados Gerais. Em novembro, o emprego industrial
assinalou queda de 0,4% em comparação ao mês imediatamente
anterior na série livre de efeitos sazonais. Na comparação
mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o contingente de
trabalhadores no setor industrial assinalou decréscimo de 7,2%,
50ª taxa negativa consecutiva nesta comparação. No
acumulado entre janeiro e novembro de 2015 frente a igual período
de 2014, o emprego fabril registrou queda de 6,0%. No acumulado nos últimos
doze meses em relação a período imediatamente anterior,
o emprego obteve decréscimo de 5,9%, comparativamente a -5,6% obtido
em outubro.
Setores. Na
comparação com mesmo mês do ano anterior, houve queda
do emprego em 17 dos 18 ramos pesquisados. Os segmentos que representaram
as maiores contribuições negativas foram: meios de transporte
(-14,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(-15,8%), máquinas e equipamentos (-10,0%), borracha e plástico
(-12,5%), produtos de metal (-11,7%), vestuário (-9,0%), minerais
não-metálicos (-9,4%), outros produtos da indústria
de transformação (-11,0%), produtos têxteis (-9,2%),
metalurgia básica (-9,1%), calçados e couro (-5,1%), papel
e gráfica (-3,6%), indústrias extrativas (-5,1%) e madeira
(-5,6%). O único resultado positivo foi assinalado por refino de
petróleo e produção de álcool (0,7%).
No acumulado do ano,
todos os setores registraram queda no emprego industrial. As contribuições
negativas mais significativas vieram dos setores produtores de meios de
transporte (-11,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (-13,7%), produtos de metal (-10,7%),
máquinas e equipamentos (-8,0%), alimentos e bebidas (-2,2%), outros
produtos da indústria de transformação (-9,6%), vestuário
(-6,0%), calçados e couro (-6,9%), borracha e plástico (-5,0%),
metalurgia básica (-7,3%), minerais não-metálicos
(-4,3%), produtos têxteis (-5,3%), papel e gráfica (-3,5%)
e indústrias extrativas (-4,7%).
Número de Horas Pagas. O número de horas pagas
obteve redução de 0,2% na passagem entre outubro e novembro
na série livre dos efeitos sazonais. No confronto com o mesmo mês
do ano anterior, a quantidade de horas pagas aos trabalhadores assinalou
decréscimo de 7,7%. Setorialmente, os maiores impactos negativos
vieram de meios de transporte (-15,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (-15,7%), borracha e plástico (-13,6%),
produtos de metal (-12,0%), máquinas e equipamentos (-9,5%), vestuário
(-9,4%), outros produtos da indústria de transformação
(-12,0%), minerais não-metálicos (-9,9%), produtos têxteis
(-9,2%), metalurgia básica (-11,5%), papel e gráfica (-5,0%),
calçados e couro (-4,9%), indústrias extrativas (-5,7%)
e alimentos e bebidas (-0,6%). Na comparação acumulada no
ano, houve recuo no número de horas pagas de 6,6%, enquanto nos
últimos doze meses, a variação foi de -6,5%.
Folha de Pagamento
Real. No mês de novembro, a folha de pagamento real na
indústria apresentou queda de 2,2% em relação ao
mês anterior, na série livre dos efeitos sazonais. Frente
a novembro de 2014 o resultado registrou recuo de 10,6%. Esse desempenho
deveu-se ao decréscimo da folha de pagamento real em todos os setores
pesquisados, com destaque para os setores produtores de meios de transporte
(-20,9%), máquinas e equipamentos (-11,6%), produtos de metal (-16,6%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(-14,8%) e metalurgia básica (-12,9%). Na comparação
anual, essa variável decresceu 7,5% contra igual período
de 2014, enquanto nos últimos 12 meses, a variação
foi de -7,1%.
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