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Um dos mais importantes indicadores do nível de atividade
econômica e industrial é o faturamento em termos
reais das empresas fornecedoras de serviços. O volume de
serviços em novembro teve queda de 6,3% em relação
ao mesmo mês do ano anterior, segundo pesquisa divulgada
hoje pelo IBGE. À exceção de março,
todos os meses de 2015 foram marcados por variações
negativas.
No acumulado
de janeiro a novembro, a queda real chega a 3,4%. Mas se olharmos
a trajetória dos últimos três meses fica claro
de que este patamar de queda já não espelha fielmente
a realidade do setor. As variações dos meses de
setembro, outubro e novembro, frente aos mesmos meses de 2014,
foram -4,8%, -5,8% e, agora, -6,3%, sinalizando um quadro cada
vez pior.
Até
o momento, o ônus tem sido maior para o ramo de outros serviços
(-8,9%), em que pesam os serviços financeiros e aqueles
associados ao setor imobiliário, que, como sabemos, passa
por dificuldades diante da degradação das condições
do crédito habitacional e da menor demanda.
A dependência
brasileira do transporte rodoviário de mercadorias e a
estreita relação deste com o nível de atividade
econômica explicam o tombo de 10,2% no ano do transporte
terrestre, conferindo ao ramo de transportes e correio a segunda
maior queda (-6,0%).
Outro ramo
bastante atingido foi o de serviços prestados às
famílias, com declínio de 5,1% até novembro.
A maior contribuição para essa evolução
veio de serviços de alojamento e alimentação
(-5,5%), composto por itens mais facilmente cortados do orçamento
das famílias, como viagens e restaurantes, em períodos
de ajustamento do seu consumo a um maior nível de inflação,
queda da renda e incerteza sobre a preservação do
emprego.
O quarto ramo
que mais sofreu com a crise foi o de serviços profissionais,
administrativos e complementares (-3,8%), também bastante
relacionado com o dinamismo da economia. O nível de queda
do segmento como um todo esconde uma retração acumulada
de nada menos de 9,3% no volume de serviços técnicos-profissionais.
Em função
de seguidas inovações na oferta de seus serviços,
o único ramo pesquisado pelo IBGE que ainda resistia à
crise era o de serviços de informação e comunicação
(+0,1% no acumulado do ano). Não resiste mais, porque desde
junho vem apresentando variações negativas, chegando
a -4,4% em novembro.
Este foi o
último bastião em serviços, já que
os demais ramos caíram em recessão desde o início
de 2015 ou mesmo desde meados de 2014, como no caso dos serviços
prestados às famílias. A crise econômica que
se iniciou na indústria e se espalhou para o comércio,
parece finalmente ter se instalado no setor de serviços.
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Resultados Gerais. De acordo com dados divulgados hoje
pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE para o mês de novembro,
o volume de serviços prestados no Brasil apresentou aceleração
da queda e registrou uma variação negativa de -6,3% frente
ao mesmo mês de 2014. No acumulado do ano, ou seja, comparando os
períodos de janeiro a novembro de 2015 e 2014, a retração
foi de -3,4%.
Segmentos.
Analisando novembro frente ao mesmo mês do ano anterior, todos os
grupos pesquisados apresentaram variação negativa do volume
dos serviços prestados. A maior contribuição à
queda originou-se do segmento de transportes, serviços auxiliares
dos transportes e correio (-8,2%), seguido por serviços profissionais,
outros serviços (-7,9%), administrativos e complementares (-6,6%),
serviços prestados às famílias (-6,6%) e serviços
da informação e comunicação (-4,4%).
No acumulado do ano,
que compreende o período entre janeiro e novembro, frente ao mesmo
período do ano passado, o único segmento a apresentar variação
positiva foi o de serviços de informação e comunicação,
que registrou elevação de 0,1%. Enquanto isso, todos os
outros tiveram desempenho negativo, sendo que a maior variação
negativa ficou por conta do segmento de outros serviços (-8,9%),
seguido por transportes, serviços auxiliares dos transportes e
correio (-6,0%), serviços prestados às famílias (-5,1%),
serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,8%).
Regiões.
A análise do desempenho regional mostra que apenas 2 das
27 unidades federativas pesquisadas registraram crescimento do volume
de serviços na comparação do acumulado de janeiro
a novembro de 2015 e o mesmo período de 2014. Os desempenhos positivos
foram registrados pelos estados de Rondônia (5,5%) e Mato Grosso
do Sul (0,4%). Todos os demais apresentaram desempenho inferior ao registrado
no acumulado do ano de 2014, e os destaques negativos foram: Amapá
(-11,3%), Maranhão (-11,0%), Amazonas (-9,7%), e Paraíba
(-6,3%).
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