14 de janeiro de 2016

Serviços
2015 termina pior do que começou


  

 
Um dos mais importantes indicadores do nível de atividade econômica e industrial é o faturamento em termos reais das empresas fornecedoras de serviços. O volume de serviços em novembro teve queda de 6,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo pesquisa divulgada hoje pelo IBGE. À exceção de março, todos os meses de 2015 foram marcados por variações negativas.

No acumulado de janeiro a novembro, a queda real chega a 3,4%. Mas se olharmos a trajetória dos últimos três meses fica claro de que este patamar de queda já não espelha fielmente a realidade do setor. As variações dos meses de setembro, outubro e novembro, frente aos mesmos meses de 2014, foram -4,8%, -5,8% e, agora, -6,3%, sinalizando um quadro cada vez pior.

Até o momento, o ônus tem sido maior para o ramo de outros serviços (-8,9%), em que pesam os serviços financeiros e aqueles associados ao setor imobiliário, que, como sabemos, passa por dificuldades diante da degradação das condições do crédito habitacional e da menor demanda.

A dependência brasileira do transporte rodoviário de mercadorias e a estreita relação deste com o nível de atividade econômica explicam o tombo de 10,2% no ano do transporte terrestre, conferindo ao ramo de transportes e correio a segunda maior queda (-6,0%).

Outro ramo bastante atingido foi o de serviços prestados às famílias, com declínio de 5,1% até novembro. A maior contribuição para essa evolução veio de serviços de alojamento e alimentação (-5,5%), composto por itens mais facilmente cortados do orçamento das famílias, como viagens e restaurantes, em períodos de ajustamento do seu consumo a um maior nível de inflação, queda da renda e incerteza sobre a preservação do emprego.

O quarto ramo que mais sofreu com a crise foi o de serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,8%), também bastante relacionado com o dinamismo da economia. O nível de queda do segmento como um todo esconde uma retração acumulada de nada menos de 9,3% no volume de serviços técnicos-profissionais.

Em função de seguidas inovações na oferta de seus serviços, o único ramo pesquisado pelo IBGE que ainda resistia à crise era o de serviços de informação e comunicação (+0,1% no acumulado do ano). Não resiste mais, porque desde junho vem apresentando variações negativas, chegando a -4,4% em novembro.

Este foi o último bastião em serviços, já que os demais ramos caíram em recessão desde o início de 2015 ou mesmo desde meados de 2014, como no caso dos serviços prestados às famílias. A crise econômica que se iniciou na indústria e se espalhou para o comércio, parece finalmente ter se instalado no setor de serviços.

 

 
Resultados Gerais. De acordo com dados divulgados hoje pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE para o mês de novembro, o volume de serviços prestados no Brasil apresentou aceleração da queda e registrou uma variação negativa de -6,3% frente ao mesmo mês de 2014. No acumulado do ano, ou seja, comparando os períodos de janeiro a novembro de 2015 e 2014, a retração foi de -3,4%.

Segmentos. Analisando novembro frente ao mesmo mês do ano anterior, todos os grupos pesquisados apresentaram variação negativa do volume dos serviços prestados. A maior contribuição à queda originou-se do segmento de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-8,2%), seguido por serviços profissionais, outros serviços (-7,9%), administrativos e complementares (-6,6%), serviços prestados às famílias (-6,6%) e serviços da informação e comunicação (-4,4%).

 
 

No acumulado do ano, que compreende o período entre janeiro e novembro, frente ao mesmo período do ano passado, o único segmento a apresentar variação positiva foi o de serviços de informação e comunicação, que registrou elevação de 0,1%. Enquanto isso, todos os outros tiveram desempenho negativo, sendo que a maior variação negativa ficou por conta do segmento de outros serviços (-8,9%), seguido por transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-6,0%), serviços prestados às famílias (-5,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,8%).

Regiões. A análise do desempenho regional mostra que apenas 2 das 27 unidades federativas pesquisadas registraram crescimento do volume de serviços na comparação do acumulado de janeiro a novembro de 2015 e o mesmo período de 2014. Os desempenhos positivos foram registrados pelos estados de Rondônia (5,5%) e Mato Grosso do Sul (0,4%). Todos os demais apresentaram desempenho inferior ao registrado no acumulado do ano de 2014, e os destaques negativos foram: Amapá (-11,3%), Maranhão (-11,0%), Amazonas (-9,7%), e Paraíba (-6,3%).

 
 

 

 

 

 

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