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Segundo a pesquisa do IBGE divulgada hoje, o volume de vendas
do comércio varejista cresceu, em novembro, 1,5% em relação
a outubro, já descontados os efeitos sazonais. Para o varejo
ampliado (inclui automóveis e materiais de construção),
a variação foi um pouco menor, mas ainda assim positiva
(0,5%). Mas essa não foi a tônica do ano, em que
prevaleceram seguidas perdas. Frente a novembro de 2014, o desempenho
continuou negativo: -7,8% no conceito restrito e -13,2% no conceito
ampliado.
A ocorrência
de taxas positivas nos dados de ponta tanto em outubro (0,5%)
como agora em novembro poderia sugerir algum início de
recuperação, mas é preciso um pouco mais
de tempo para vermos se este é efetivamente o caso. Isso
porque novembro foi um mês de promoções no
comércio que podem ter afetado significativamente o resultado
do mês.
Seja como
for, o quadro de 2015 já está dado. As variações
do volume de comércio no acumulado janeiro a novembro permitem
a identificação de 4 grandes grupos de setores.
O primeiro
compreende os setores gravemente afetados pela crise, com quedas
de dois dígitos. São eles: veículos e motos,
partes e peças (-17,6%) e móveis e eletrodomésticos
(-13,5%), cujas vendas vêm sendo fortemente afetadas pela
elevação dos juros e pela restrição
ao crédito impostas pelos credores e também pelo
receio dos consumidores em assumir novos compromissos futuros.
Livros, jornais,
revistas e papelaria também pertencem a esse grupo, com
queda de 10,4% das vendas, refletindo não apenas a crise
econômica, mas também a concorrência de conteúdos
eletrônicos, vendidos pela internet.
No grupo seguinte,
o dos setores muito afetados, estão tecidos, vestuário
e calçados (-8,4%), material de construção
(-8,0%) e combustíveis e lubrificantes (-5,8%). Neste último
caso, a razão para a queda das vendas foi certamente a
forte elevação dos preços dos combustíveis.
Nos dois primeiros setores, as vendas foram prejudicadas por um
misto de piora das condições de crédito e
queda da massa de rendimento das famílias.
O grupo dos
moderadamente afetados, por sua vez, inclui hipermercados, supermercados,
produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,4%) e outros
artigos de uso pessoal e doméstico (-0,3%). Esses setores,
de grande peso no comércio varejista, também sofreram
com a trajetória da massa de rendimento, mas seu mix diversificado
de produtos e a essencialidade de alguns deles amenizaram suas
perdas.
Por fim, temos
o pequeno grupo daqueles que conseguiram manter algum crescimento:
artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos,
de perfumaria e cosméticos (+3,0%) e equipamentos e materiais
para escritório, informática e comunicação
(+0,1%). A má notícia é que os dados mais
de ponta mostram que ambos caminham para o campo negativo.
Em suma, 2015
foi um ano ruim para praticamente todos os setores do comércio,
ainda que alguns deles venham fraquejando penas nos últimos
meses do ano, já perto de taxas negativas.
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Resultados Gerais. Segundo dados divulgados pelo IBGE,
o volume de vendas do comércio varejista em novembro, com dados
já ajustados sazonalmente, cresceu 1,5%. No confronto com o mesmo
mês de 2014, o volume de vendas apresentou recuo de 7,8%. No acumulado
nos onze primeiros meses do ano, frente mesmo período de 2014,
verificou-se queda de 4,0% do volume de vendas. Já a variação
acumulada nos últimos 12 meses foi de -3,5%.
Setores.
Na série ajustada sazonalmente, cinco atividades tiveram variações
positivas: móveis e eletrodomésticos (6,9%), outros artigos
de uso pessoal e doméstico (4,1%), artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
(1,2%) e tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e equipamentos
de escritório, informática e comunicação (17,4%).
Por outro lado, entre as atividades com redução no volume
de vendas, ficaram hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo (-1,5%), livros, jornais, revistas e papelarias (-0,7%)
e combustíveis e lubrificantes (-0,3%). No varejo ampliado, a veículos
e motos, partes e peças (1,2%) e material de construção
(0,6%) assinalaram taxas positivas.
Na comparação
mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), quase todas as atividades
do comércio varejista apresentaram recuo de vendas: hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,7%), móveis
e eletrodomésticos (-14,7%), tecidos, vestuário e calçados
(-15,6%), combustíveis e lubrificantes (-12,0%), outros artigos
de uso pessoal e doméstico (-4,8%), livros, jornais, revistas e
papelaria (-18,6%) e equipamentos e material para escritório, informática
e comunicação (-5,6%). Por outro lado, artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos
avançou 2,0%.
No acumulado entre
janeiro e novembro de 2015, em comparação ao mesmo período
de 2014, apenas dois setores apresentaram resultados positivos: artigos
farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria
(3,0%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,1%). As principais influências
negativas, por sua vez, ficaram por conta dos setores de móveis
e eletrodomésticos (-13,5%), equipamentos e material para escritório,
informática e comunicação (-10,4%), tecidos, vestuário
e calçados (-8,4%) e combustíveis e lubrificantes (-5,8%).
Regiões.
A partir dos dados de volume de vendas dessazonalizados, na comparação
de novembro/outubro de 2015, verificou-se que das 27 regiões contempladas
pela pesquisa, 19 tiveram alta, com as maiores variações
ocorrendo em: Pará (3,0%) e Roraima (2,9%), enquanto Amapá
(-2,9%) e Paraná (-1,6%) formaram os estados com recuos mais acentuados
nessa comparação.
No confronto com mesmo
mês do ano anterior, 26 das 27 unidades da federação
tiveram variações negativas, com Roraima (4,0%) sendo o
único aumento do volume das vendas. A queda mais significativa
foi o Amapá (-27,4%). Quanto à participação
na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se,
pela ordem: São Paulo (-6,0%); Rio Grande do Sul (-10,9%), seguido
por Paraná (-10,0%) e Santa Catarina (-11,3%).
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