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O saldo
da Balança Comercial de dezembro, segundo o MDIC, foi positivo
em US$ 6,2 bilhões, devido a exportações
de US$ 16,8 bilhões e importações de US$
10,6 bilhões. Com isso, o superávit acumulado no
ano chegou a US$ 19,7 bilhões, devendo se ampliar em 2016.
A inversão de sinal do comércio exterior em 2015
foi importante, mas não foi obtida da forma mais saudável,
uma vez que as exportações apresentaram queda de
15,1% no ano. Foram, então, as importações,
cuja contração chegou a 25,1%, que mais contribuíram
para o resultado de 2015. Teria sido melhor se as importações
tivessem caído menos e se as exportações
tivessem crescido alguma coisa.
Do lado das importações, a desvalorização
das commodities nos mercados internacionais, com destaque para
o petróleo e seus derivados, contribuiu para a queda do
valor das compras externas de matérias-primas e intermediários
(-21,1%) e, principalmente, de combustíveis e lubrificantes
(-44,9%).
Já as importações de produtos industrializados
estiveram sob o efeito tanto do quadro recessivo da economia brasileira
como da desvalorização da taxa de câmbio.
A crise, como temos mostrado em nossas análises, tem atingido
mais duramente o investimento e o consumo de bens duráveis,
o que pode ser visto na forte contração, em 2015,
das importações dessas categorias de uso (-21,1%
e -26,7%, respectivamente).
O segundo efeito, a desvalorização cambial, tem
encarecido as compras externas em geral, promovendo alguma substituição
de importação em produtos onde isso é mais
fácil, isto é, quando existe produtor nacional capaz
de atender a demanda adicional sem incorrer em novos investimentos
e quando não há diferença significativa de
qualidade entre o produto nacional e o importado.
Do lado das exportações, a contração
anual das vendas externas de produtos básicos (-20,4%)
também refletiu a queda dos preços internacionais
das commodities. Mas a situação poderia ter sido
pior se o Brasil não exportasse um conjunto bastante diversificado
de produtos primários, fazendo com que o desempenho de
alguns amorteça, em alguma medida, a queda de outros. A
desvalorização do câmbio também tem
ajudado a preservar parcialmente a rentabilidade em reais dessas
exportações.
Em contrapartida, ainda estamos por ver uma reação
mais vigorosa das exportações de manufaturados ao
novo patamar da taxa de câmbio. Em 2015, as vendas externas
de manufaturados acumularam queda de 9,3%. É importante
frisar que nos últimos anos o Brasil esteve fora do mercado
internacional de muitos produtos, exigindo, assim, mais tempo
para reatar laços, conquistar clientes e gerar contratos.
Isso em um ambiente em que o comércio internacional cresce
pouco, acirrando a concorrência.
Mas a evolução do último trimestre do ano
dá alguma esperança para 2016. Frente ao mesmo período
do ano anterior, a queda da média por dia útil das
exportações de manufaturados foi de apenas 0,5%
no trimestre findo em dezembro, bastante inferior àquela
de 15,6% do trimestre de julho a setembro. Em suma, mantido este
ritmo, é possível que tenhamos dentre em breve taxas
positivas de crescimento das vendas externas de manufaturados,
que colaborará ainda mais para o resultado comercial e
também para expansão da atividade doméstica
industrial.
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Em dezembro, de acordo com dados divulgados pelo MDIC, a balança
comercial brasileira atingiu saldo de US$ 6,240 bilhões, frente
a 0,298 bilhão em dezembro de 2014. Enquanto as exportações
alcançaram US$ 16,783 bilhões, valor 4,0% inferior ao do
mesmo mês do ano passado (US$ 17,491 bilhões), as importações
foram de US$ 10,543 bilhões, valor 38,7% menor que dezembro último
(US$ 17,193 bilhões).
O saldo comercial acumulado de 2015 foi de US$ 19,679 bilhões,
frente um déficit de US$ 3,990 bilhões em 2014. O acumulado
das exportações de 2015 foi de US$ 191,133 bilhões
(US$ 225,107 bilhões em 2014) e das importações,
de US$ 171,454 bilhões (US$ 229,097 bilhões no ano passado).
Em dezembro, a média diária (medida por dia útil)
das exportações foi de US$ 762,9 milhões, 4,0% inferior
ao mesmo mês do ano passado, quando atingiu US$ 795,0 milhões.
A média diária das importações apresentou
variação negativa maior, de 38,7%, ao atingir US$ 479,2
milhões, frente a US$ 781,5 milhões do mesmo mês do
ano passado. A média diária do saldo comercial no mês
foi de US$ 283,6 milhões enquanto em dezembro passado, foi registrado
saldo médio diário de US$ 13,5 milhões.
Exportações por fator agregado. As exportações
em dezembro atingiram US$ 16,783 bilhões. Deste valor, US$ 5,864
bilhões (38,6%) dizem respeito a exportação de produtos
básicos, US$ 2,016 bilhões (14,7%) a produtos semimanufaturados
e US$ 5,572 bilhões (44,6%) a produtos manufaturados.
Em relação ao mês de dezembro de 2014, as exportações
registraram queda de 4,0%. As maiores variações negativas
vieram de operações especiais (-21,4%), produtos básicos
(-15,2%), manufaturados (-8,6%), industrializados (-5,8%) e semimanufaturados
(-1,8%).
Importações por categoria de uso. As importações
totais em dezembro somaram US$ 10,543 bilhões, dos quais US$ 2,554
bilhões (24,2%) referentes ao grupo de bens de capital, US$ 4,945
bilhões (46,9%) a matérias-primas e intermediários,
US$ 1,013 bilhão (9,6%) a bens de consumo não-duráveis,
US$ 705 milhões (6,7%) a bens de consumo duráveis e US$
1,326 bilhão (13,0%) a combustíveis.
Frente ao mesmo mês do ano anterior, as importações
caíram 38,6%, puxadas por bens de capital (-29,3%), matérias-primas
e intermediários (-31,6%), bens de consumo não duráveis
(-39,9%), bens de consumo duráveis (-49,2,6%) e combustíveis
(-61,9%).
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