A Carta IEDI a ser divulgada
hoje analisa os dados da UNIDO (United Nations Industrial Development
Organization) sobre a produção da indústria
de transformação mundial. Ao colocar em evidência
a perspectiva internacional, sobressai a enorme defasagem do desempenho
da indústria brasileira em 2015, com relação
a outros países.
O relatório
da UNIDO mostrou uma queda de 0,7% da produção da
indústria mundial de transformação no terceiro
trimestre de 2015, em relação ao trimestre imediatamente
anterior, e um aumento de 2,7% frente ao mesmo período
de 2014. O crescimento da indústria de transformação
dos países desenvolvidos foi de 1,2% e a dos países
emergentes e em desenvolvimento, de 5,0%.
Nos países
emergentes e em desenvolvimento o ritmo de expansão vem
diminuindo progressivamente, sobretudo por conta da desaceleração
chinesa. A China teve em julho-setembro de 2015 o menor incremento
da produção desde 2005, mas ainda assim alcançou
a significativa marca de 7,0%.
A indústria
de transformação da América Latina, por sua
vez, manteve tendência declinante, com queda de 3,2% no
mesmo período. Quase todos os países assinalaram
variação negativa, mas o destaque ficou a cargo
do Brasil, com -11%. A retração brasileira se fez
valer em todos os setores, mas especialmente em veículos
automotivos e equipamentos de informática. Colômbia
e Peru tiveram quedas de 0,3% e 3,2%, respectivamente, e a Argentina
registrou variação nula. Somente Chile (0,3%) e
México (2,9%) tiveram aumento da produção.
Ainda na comparação
com igual trimestre do ano anterior, o crescimento da produção
manufatureira dos países desenvolvidos teve aceleração,
revertendo tendência descendente. Esse avanço deveu-se
essencialmente a uma situação cambial mais favorável
às exportações e ao menor preço do
petróleo.
Em especial,
deveu-se também ao crescimento da indústria dos
Estados Unidos, liderada pela demanda interna. No terceiro trimestre
de 2015 em relação ao mesmo período de 2014,
a indústria manufatureira estadunidense assinalou expansão
de 2,0% na produção. Já na Europa, a recuperação
da indústria de transformação também
tem se firmado, com expansão de 2,0%.