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Os dados de crédito para o mês de novembro, divulgados
hoje pelo Banco Central, dão mais uma mostra do arrocho
creditício pelo qual passa o país. Assistiu-se a
um grande recuo real nas concessões totais, -11,7%, em
termos reais, frente a novembro de 2014. No acumulado do ano,
a redução real também se revela expressiva:
10,8%.
Quem mais
contribuiu para essa evolução foi o crédito
às empresas, cujas concessões sofreram redução
de 12,7% no acumulado dos onze meses do ano, em termos reais.
Já no crédito às famílias, onde os
spreads bancários são muito maiores, as concessões
caíram 9,1%. Além de mais escasso, o crédito
também ficou mais caro, o que ao lado da baixa confiança
dos empresários e dos consumidores derrubou a demanda de
crédito. Os juros médios cobrados das empresas chegaram
a 21,1% a.a. em novembro e aqueles pagos pelas famílias,
a nada menos de 38,7% a.a.
A indústria
não tem sido o setor que mais sofre com a restrição
do crédito, mas não deixou de ter sido expressivamente
afetada por este processo. Desde dezembro de 2014, o saldo de
crédito à indústria de transformação
apresenta, em termos reais, quedas sucessivas na comparação
com o mesmo mês do ano anterior. Em relação
a novembro de 2014, a queda foi de 5,5% e, no acumulado de 2015,
de 6,3%. Uma parte disso se deve à menor demanda de financiamento
em função do ambiente recessivo que, como sabemos,
atinge duramente a indústria. Mas outra parte também
decorre do encarecimento do crédito e de maiores exigências
das avaliações de risco dos bancos que excluem muitas
empresas do mercado de crédito.
Dois outros
setores estão em situação ainda pior que
a indústria de transformação. O menor volume
de negócios fez com que o saldo de crédito às
empresas do comércio, retraísse 9,7% em novembro,
frente ao mesmo mês do ano anterior, e acumulasse queda
de 10,5% em 2015, em termos reais.
O saldo de
crédito à construção teve contração
real ainda mais expressiva, de 12,1% em novembro frente ao mesmo
mês de 2014 e de 11,1% no acumulado do ano. O setor sofre
com o encarecimento das linhas de financiamento habitacional e
com a perda de confiança das famílias, que relutam
em realizar seus projetos da casa própria.
Faltando apenas
um mês para o fechamento do ano, fica clara a tônica
do mercado de crédito em 2015: volume de recursos em queda
e taxas de juros em alta, atingindo especialmente as empresas
da construção, do comércio e da indústria
de transformação.
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Os dados de crédito do Brasil divulgados hoje pelo Banco Central
indicaram que a participação do crédito no PIB alcançou
53,8% em novembro, uma retração de 0,1 p.p. frente a outubro
e aumento de 1,6 p.p. sobre novembro 2014. Do saldo total, 28,4% referem-se
às operações realizadas junto a pessoas jurídicas
e 25,4% a pessoas físicas.
O saldo de crédito
concedido por instituições financeiras públicas chegou
a 30,0% do PIB, aumentando sua participação em aproximadamente
6,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já
as instituições financeiras privadas atingiram 23,8% do
PIB, sendo 16,0% de instituições nacionais e 7,8% de instituições
estrangeiras.
No mês de novembro
foram concedidos R$ 299,9 milhões em novas operações
de crédito, frente a R$ 339,6 milhões no mesmo mês
do ano passado, o que representa uma variação real negativa
de 11,7%. Em relação ao mês de outubro, a variação
real foi de 0,9%. Na comparação entre 2014 e 2015 do desempenho
acumulado (entre janeiro e novembro) das novas concessões apresentou
declínio real de 10,8%.
A participação
das operações junto a pessoas jurídicas representou
46,1% das novas operações de crédito (redução
de 0,3 p.p. em relação a novembro de 2014 e queda de 0,8
p.p. em relação a outubro de 2015), ao passo que participação
das operações junto a pessoas físicas atingiu 53,9%
(aumento de 0,3 p.p. frente a novembro de 2014 e elevação
de 0,8 p.p. frente a outubro de 2105).
A inadimplência
total de novembro manteve-se estável, registrando pequena variação
de 0,1 p.p., alcançando 3,3%. Nas operações ligadas
a pessoas físicas, as taxas de inadimplência mantiveram-se
estáveis a 4,1%; 2,2% para operações de recursos
direcionados e 5,8% de recursos livres (2,10% e 5,80%, respectivamente,
em outubro de 2015). Para operações junto a pessoas jurídicas,
a taxa apresentou leve variação atingindo 2,6%, 0,1 p.p.
maior que o mês anterior; 0,9% nos contratos feitos com recursos
direcionados e 4,5% para recursos livres (0,8% e 4,3% em outubro, respectivamente).
As taxas médias
anuais dos contratos, em juros nominais, atingiram 21,2% e 38,7% para
pessoas jurídicas e físicas, respectivamente. Em outubro,
estas mesmas taxas alcançaram 21,5% a.a. e 38,7% a.a. Para pessoas
jurídicas, as taxas médias de juros praticadas nas operações
com recursos livres e recursos direcionados foram de 32,2% a.a. e 10,6%
a.a. respectivamente. Para as pessoas físicas as taxas médias
foram de 64,8% a.a. para operações recursos livres e 10,0%
para operações com recursos direcionados.
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