A Carta
IEDI que será divulgada hoje é dedicada ao documento
que o IEDI acaba de divulgar intitulado “Para
Vencer a Crise”. O Instituto considera que
o momento de dificuldades que o País atravessa não
deve interromper os esforços de toda a Nação
para que rapidamente seja recuperado o crescimento econômico
e social de longo prazo. Pelo contrário, é o momento
de redobrarmos tais esforços.
Sendo assim,
o IEDI não abre mão de seu papel e propõe
a presente plataforma voltada ao fortalecimento da produção,
contemplando uma trilha a ser percorrida pela economia, envolvendo:
a estabilização fiscal e a reorganização
do setor público; um plano geral de reformas e de modernização
da economia da qual faz parte uma maior aproximação
externa; e, como a indústria será decisiva para
a superação da crise, são apresentadas as
linhas gerais de uma política industrial que não
pede favores, mas, sim, parte de uma visão moderna de política
industrial com prioridades bem definidas e instrumentos corretos.
Estabilização
e Consolidação Fiscal - É imprescindível
a elaboração de um plano articulado de curto, médio
e longo prazo para a reversão do quadro fiscal. O plano
deve ser sólido o bastante para convencer os agentes econômicos
de que o cenário fiscal mudará, afastando sem margem
de dúvida a aguda incerteza que vem prevalecendo sobre
a capacidade de o governo cumprir as metas estabelecidas.
Sem isso,
a confiança na economia não será restaurada.
O esforço fiscal é urgente e deve ser concentrado
nos gastos públicos, evitando-se a redução
dos investimentos com significativo impacto sobre o próprio
desempenho econômico. Além disso, os cortes de gastos
não devem recair sobre as áreas que dizem respeito
ao futuro do país, como a inovação.
Estabilizar
o orçamento fiscal é também a condição
para que seja dado um passo adicional, ainda mais decisivo, que
consiste na consolidação fiscal, ou seja, o processo
mediante o qual o setor público irá alcançar
no médio e longo prazos resultados fiscais cada vez mais
robustos. Os principais objetivos da consolidação
fiscal devem ser:
Expansão
e Modernização da Economia - O ajuste fiscal
é instrumento para recompor a confiança de empresários
e consumidores, mas não basta como promotor da recuperação.
Outras condições devem ser atendidas. Precisam ser
desobstruídos canais de expansão da economia e superados
os entraves à sua modernização e produtividade.
Serão
indutores da volta do crescimento:
Para que venhamos
a ter um potencial maior de crescimento a longo prazo não
devemos deixar sem solução vários outros
impedimentos à atualização tecnológica
e à eficiência do sistema econômico brasileiro.
Servirão para modernizar e elevar a produtividade da economia,
fatores indispensáveis para a qualidade do nosso crescimento
futuro:
Indústria
e Crescimento - No Brasil as políticas industriais
encontram obstáculos à sua execução
na desfavorável configuração macroeconômica,
aí incluída a taxa de câmbio e a taxa de juros,
na má qualidade regulatória e em deficiências
na tributação e na infraestrutura. Para que tenham
o efeito desejado, as políticas industriais devem ter como
precondição o equacionamento dessas questões.
Por serem
fundamentais para o desenvolvimento econômico do país,
os seguintes pontos devem presidir os esforços em promover
a reorientação industrial brasileira:
-
As políticas devem ser preferencialmente horizontais,
envolvendo o conjunto da indústria, sendo admitidas medidas
setoriais;
-
Nas políticas setoriais a indústria de base deve
ter prioridade para que toda a economia se beneficie de seus
resultados;
-
Atividades relacionadas à novas tecnologias, à
sustentabilidade ambiental ou à fronteira industrial
devem também ser prioritárias;
-
Salvo na atividade de inovação, que pode ser fomentada
através de subvenções como ocorre em outros
países, a política industrial deve evitar subsídios
fiscais;
-
A execução de um programa de modernização
da indústria, cuja idade média dos equipamentos
é elevada para padrões internacionais, deveria
ser prioridade da política industrial;
-
Em todos os casos de políticas setoriais se faz necessário
estabelecer prazos para início e término dos incentivos
e as políticas devem ser periodicamente avaliadas quanto
aos seus resultados.