|
|
A pesquisa do IBGE sobre o emprego industrial divulgada hoje mostra
mais um mês de contração do pessoal ocupado.
Para a indústria geral, em outubro, houve queda de 0,7%
frente a setembro, já descontados os efeitos sazonais,
e de 7,2% em relação ao mesmo mês de 2014.
A folha de pagamento real da indústria também seguiu
na mesma direção, caindo 0,8% frente a setembro
e 10,3% frente a outubro de 2014.
Dois fatos
são dignos de registro. O primeiro deles é que em
outubro foram completados quatro anos de quedas mensais consecutivas
do emprego industrial. O prejuízo que a crise da indústria
é capaz de provocar no mercado de trabalho brasileiro é
de grande monta, uma vez que o emprego no setor industrial é
de melhor qualidade, geralmente com carteira assinada e maior
rendimento médio.
O segundo
fato é que não há sinal de que esse declínio
esteja perdendo força. Pelo contrário. É
o que sugere a redução do emprego de 7,2% em outubro
de 2015 frente a outubro de 2014 muito mais intensa do que aquela
acumulada no ano, de 5,9%. Um outro sintoma dessa trajetória
de agravamento é o nível de contração
do número de horas pagas, que em outubro chegou a 8,1%
em relação ao mesmo mês do ano anterior, superior
àquele do emprego. Isso indica que a redução
do emprego tende a se ampliar.
Setorialmente,
existem duas trajetórias bastante preocupantes. De um lado,
encontram-se aqueles setores que há tempos vêm apresentando
taxas muito elevadas de queda do emprego, como são os casos
de máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos,
de precisão e de comunicações (-15,2% em
out15/out14 e -13,5% no acumulado do ano), fabricação
de meios de transporte (-13,4% e -10,9%) e produtos de metal (-11,2%
e -10,6%). Foi nesses setores que a crise mais destruiu empregos.
De outro lado,
estão os setores onde a evolução do emprego
piorou de forma mais aguda nos últimos meses. São
os casos de têxteis, em que o emprego no acumulado do ano
caiu 5% e nada menos de 10,2% em outubro frente ao mesmo mês
de 2014; borracha e plástico, com quedas de 4,1% e 11%
nas mesmas comparações; e de minerais não
metálicos, cujo emprego sofreu retração de
3,8% no ano, mas de 8% em outubro. Nesses setores, o emprego segue
ladeira a baixo.
|
Resultados Gerais. Em outubro de 2015, o total do pessoal
ocupado assalariado na indústria mostrou variação
negativa de 0,7% frente ao patamar de setembro, na série livre
de influências sazonais, décima taxa negativa consecutiva.
Na comparação com outubro de 2014, o emprego industrial
mostrou queda de 7,2% (49º resultado negativo consecutivo nesse tipo
de confronto e o mais intenso de toda a série histórica).
Com isso, o total do pessoal ocupado assalariado também recuou
no índice acumulado dos dez meses do ano (-5,9%) e no acumulado
dos últimos 12 meses (-5,6%).
Setores. Na
comparação com outubro de 2014, o total do pessoal ocupado
assalariado recuou em todos os 18 ramos pesquisados, com destaque para
as pressões negativas vindas de meios de transporte (-13,4%), máquinas
e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-15,2%),
máquinas e equipamentos (-10,1%), produtos de metal (-11,2%), borracha
e plástico (-11,0%), alimentos e bebidas (-2,2%), outros produtos
da indústria de transformação (-10,6%), vestuário
(-7,2%), produtos têxteis (-10,2%), minerais não-metálicos
(-8,0%), metalurgia básica (-8,3%), calçados e couro (-5,7%),
papel e gráfica (-3,3%), indústrias extrativas (-4,9%) e
madeira (-5,0%).
No acumulado dos dez meses de 2015, também houve queda nos 18 setores
investigados, sendo as contribuições negativas mais relevantes
verificadas em meios de transporte (-10,9%), máquinas e aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (-13,5%), produtos
de metal (-10,6%), máquinas e equipamentos (-7,8%), alimentos e
bebidas (-2,4%), outros produtos da indústria de transformação
(-9,4%), vestuário (-5,7%), calçados e couro (-7,0%), metalurgia
básica (-7,1%), borracha e plástico (-4,1%), produtos têxteis
(-5,0%), minerais não-metálicos (-3,8%), papel e gráfica
(-3,4%) e indústrias extrativas (-4,6%).
Folha de Pagamento
Real. Em outubro de 2015, o valor da folha de pagamento real
dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente recuou 0,8%
frente ao mês imediatamente anterior, a quarta variação
negativa consecutiva. Na comparação com outubro de 2014,
o valor da folha de pagamento real recuou 10,3%, 17ª taxa negativa
consecutiva neste tipo de confronto. Com isso, o valor da folha de pagamento
real assinalou variações negativas de 7,1% no índice
acumulado dos dez meses do ano e de -6,6% no acumulado em 12 meses.
Número
de Horas Pagas. Em outubro de 2015, o número de horas
pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as
influências sazonais, recuou 0,9% frente ao mês imediatamente
anterior (sexta taxa negativa consecutiva). Na comparação
com outubro de 2014, o número de horas pagas aos trabalhadores
da indústria recuou 8,1%, a queda mais intensa da série
histórica. No índice acumulado dos dez meses do ano, houve
redução de 6,5% frente a igual período do ano anterior.
A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses,
ao passar de -5,4% em setembro para -5,6% em outubro de 2015, manteve
a trajetória descendente iniciada em setembro de 2014.
|
|