17 de dezembro de 2015

Serviços
A queda se aprofunda


  

 
A crise continua instalada no setor de serviços. Segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE, o volume de serviços teve contração de 5,8% em outubro, frente ao mesmo mês de 2014. Com isso, o ano de 2015 continua sem nenhuma variação positiva. Nos dez primeiros meses do ano, a queda acumulada chegou a 3,1%.

Engana-se quem acha que esta variação reflete o atual estado do setor de serviços. Os dados de ponta indicam um processo de aprofundamento da crise, que caminha para uma retração em torno de 6%. O volume de serviços caiu 3,5% e 4,8%, em agosto e setembro, em relação aos mesmos meses de 2014, para chegar à queda de 5,8%, em outubro. Portanto, há uma clara tendência de aceleração da queda do setor.

Alguns segmentos refletem bem esse movimento. É o caso de Serviços de Informação e Comunicação, cuja redução de vendas em termos reais passa de 0,7% em setembro para 3,2% em outubro, em relação ao mesmo período do ano anterior. É o caso também de Serviços Administrativos e Complementares, que além de atividades associadas ao aluguel de máquinas e equipamentos, também inclui os serviços geralmente terceirizados pelas empresas, como segurança, limpeza, atendimento ao consumidor e transporte de valores e documentos. O desempenho deste setor torna-se negativo apenas no segundo semestre, mas desde então entra em franca deterioração: -2,7%, -5%, -5,3% e -6,6% em cada um dos meses entre julho e outubro.

Os segmentos mais influenciados pelo nível de atividade industrial e econômica tiveram, em outubro, quedas muito superiores às variações acumuladas no ano, sugerindo que o fundo do poço ainda não foi atingido. Serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram contração de 7,3% em outubro frente ao mesmo mês de 2014, e de 3,5%, no acumulado do ano. Transportes e seus serviços auxiliares e correios, por sua vez, caíram 6,7% em outubro e 5,8% no acumulado do ano. Neste último caso, o resultado decorre da retração de 12,5% em outubro e de 9,9% no ano do Transporte Terrestre, vinculado ao dinamismo econômico como poucos segmentos.

Também em clara aceleração está a queda do volume de Outros Serviços, que incluem serviços financeiros, de gestão de patrimônio imobiliário, serviços de reparos, entre outros. Enquanto no acumulado do ano esse segmento cai 9%, sua contração em outubro chegou a 13,8%.

Se existe sinal de que a crise perde fôlego em algum segmento de serviços, encontra-se nos Serviços prestados às Famílias. O patamar de queda foi arrefecido de 8,2% em agosto para 6,7% em setembro e 4,8%, em outubro, convergindo para o nível de -4,9% no acumulado nos dez meses de 2015. Traria algum alívio se essa tendência continuasse nos próximos meses.
   

 
Em outubro, a queda do volume de serviços prestados no Brasil apresentou aceleração, registrando variação de -5,8% frente ao mesmo mês de 2014, de acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE. No acumulado do ano, ou seja, comparando os períodos de janeiro a outubro de 2015 e 2014, a retração foi de 3,1%.

Assim como em setembro, frente ao mesmo mês do ano anterior, todos os grupos pesquisados apresentaram variação negativa do volume dos serviços prestados em outubro. A maior contribuição à queda originou-se do segmento de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-6,7%), seguido por serviços profissionais, administrativos e complementares (-7,3%), serviços da informação e comunicação (-3,2%), outros serviços (-13,8%) e serviços prestados às famílias (-4,8%).

No acumulado do ano, que compreende o período entre janeiro e outubro, frente ao mesmo período do ano passado, o único segmento a apresentar variação positiva foi o de serviços de informação e comunicação, que registrou expansão de 0,5%. Enquanto isso, todos os outros tiveram desempenho negativo, sendo que a maior oscilação negativa ficou por conta do segmento de outros serviços (-9,0%), seguido por transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-5,8%), serviços prestados às famílias (-5,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,5%).

 

 
Na análise por unidade federativa, apenas 2 das 27 pesquisadas registraram crescimento do volume de serviços na comparação do acumulado do ano de 2015 e o mesmo período de 2014. O desempenho positivo foi registrado por Rondônia, com 5,6% e Mato Grosso do Sul, que teve pequena expansão, de 0,2%. Todos os demais apresentaram desempenho inferior ao registrado no acumulado do ano passado, e os destaques negativos foram: Amapá (-11,0%), Maranhão (-10,8%), Amazonas (-9,8%), Paraíba (-5,9%), Mato Grosso (-5,5%), Espírito Santo (-5,5%), Sergipe (-5,1%), Piauí (-5,0%), Acre (-5,0%) e Pernambuco (-4,9%).

A queda acumulada no ano do estado de São Paulo chegou a 2,3%, em outubro, mostrando trajetória de aceleração no segundo semestre do ano. Em relação a outubro de 2014, a contração do volume de serviços prestados no estado foi 7,1%, bastante superior ao acumulado no ano e também superior às quedas verificadas nos meses de agosto (-3,9%) e setembro (-6,1%), em relação aos mesmos meses do ano anterior.

 

 

 

 

 

 

 

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