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O IEDI publica na edição de hoje de sua Carta
IEDI uma síntese da política de desenvolvimento
industrial que o governo indiano adotou em 2011, a National
Manufacturing Policy, com o objetivo de acelerar o crescimento
da indústria manufatureira, de maneira a elevar a participação
da indústria no PIB dos então 16% para 25% até
2022, aumentar o valor adicionado nacional, incentivar o desenvolvimento
tecnológico e tornar a indústria mais competitiva.
Procura, ainda, gerar empregos diretos e indiretos e dar qualificação
profissional aos migrantes rurais e à população
urbana pobre, de forma a tornar o crescimento econômico
inclusivo, e garantir a sustentabilidade do crescimento, por meio
da eficiência energética, otimização
do uso de recursos naturais e a recuperação de ecossistemas
degradados.
A National
Manufacturing Policy consistiu no reconhecimento da relevância
da indústria para o desenvolvimento econômico do
país e para a geração de empregos formais
e de qualidade, sendo resultado de prolongadas consultas e debates
entre diferentes esferas do governo, empresários e especialistas
em indústria e tecnologia.
Em 2014, o
Programa Make in India (Faça na Índia,
ou ainda, Produza na Índia) buscou reforçar o compromisso
nacional com o desenvolvimento industrial, bem como adotar medidas
complementares à National Manufacturing Policy.
As medidas tomadas no âmbito do programa podem ser reunidas
em quatro blocos de ações:
-
Simplificação
de processos e regulamentações para a melhora
do ambiente de negócios, como a criação
de uma interface online (E-Biz) que centralizasse todos
os procedimentos e processos regulamentares necessários
para a realização de investimentos, ou, então,
a melhoria das regras associadas aos direitos de propriedade
intelectual.
-
Abertura de determinados setores ao capital estrangeiro, com
a elevação de limites impostos à participação
estrangeira ou a extinção deles, com a intenção
de atrair investimentos em setores como os de defesa, construção
e rodovias.
-
Criação de nova infraestrutura que facilite o
investimento, com o estabelecimento de clusters industriais
e de smart cities interligados por vias de transporte
de alta velocidade, formando corredores onde a infraestrutura
de qualidade suportará o desenvolvimento industrial.
-
Desenvolvimento de uma nova mentalidade em que governo e setor
privado se vejam e se comportem como parceiros.
O IEDI considera
acertado o reconhecimento pelo governo indiano da indústria
como um dos indutores do desenvolvimento econômico e acredita
que o esforço a ser executado por meio da National
Manufacturing Policy e do Programa Make in India
é um exemplo para o Brasil. Daí o título
da nossa Carta que será publicada hoje: "Faça
como a Índia".
A despeito
disso, não cabe negligenciar as dificuldades e desafios
a serem suplantados ao longo do processo de desenvolvimento industrial,
sobretudo, quando ocorre em uma conjuntura internacional pouco
favorável, como aquela que se tem visto nos últimos
anos. É com isso em mente que devem ser lidos os indicadores
industriais da Índia aqui reunidos.
Desde 2007,
o dinamismo da economia indiana tem sido relevante para a economia
mundial, ficando, inclusive, acima do crescimento do PIB do agregado
das economias emergentes (exceto em 2012, por uma pequena diferença).
Entre 2013 e 2015, a produção industrial tem se
acelerado, passando de 0,9% para 3,4% no acumulado dos sete primeiros
meses de cada ano. E os Investimentos Diretos Externos acumulam
alta de 73,4% entre janeiro e julho de 2015 em comparação
com o mesmo período de 2014. Apesar disso, a participação
da indústria manufatureira no PIB nacional tem caído
(de 16,3% no ano fiscal de 2011-2012 para 14,9% em 2013-2014).
É esse processo que o governo indiano se propõe
reverter.
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