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O saldo da Balança Comercial em novembro foi positivo em
US$ 1,2 bilhão, segundo os dados do Mdic divulgados hoje,
resultado de exportações de US$ 13,8 bilhões
e importações de US$ 12,6 bilhões. Com isso,
no acumulado do ano, o superávit externo chegou a US$ 13,4
bilhões, revertendo o quadro deficitário verificado
no ano passado e contribuindo para um resultado menos negativo
das Transações Correntes. O desempenho de 2015,
entretanto, como já enfatizamos em outras ocasiões,
é produto mais da contração das importações
(-24% no acumulado de janeiro a novembro) do que da evolução
das exportações (-16% no ano).
Vejamos algumas
tendências que marcaram o comportamento das vendas e compras
externas, a partir das médias móveis trimestrais.
As exportações por dia útil apresentaram,
em novembro, uma queda de 10% contra o mesmo período de
2014. Ainda que elevada, essa taxa representa uma situação
menos ruim do que aquela de alguns meses atrás; por exemplo,
na comparação com -19,4% em setembro. Importante
para esse desempenho foi a contração menos intensa
das exportações por dia útil de manufaturados
(-5%) nos últimos três meses findos em novembro,
a despeito da queda de 7% na comparação de novembro
de 2015 com mesmo mês de 2014. Lembrando que em setembro
as exportações de manufaturados caíam 15,6%.
Pode ser, então, que alguma melhora da situação
exportadora esteja sendo ensaiada, diante de um patamar de taxa
de câmbio mais favorável.
Em semimanufaturados,
em que a indústria nacional tem competitividade internacional,
as exportações por dia útil também
caíram menos na média dos meses de setembro a novembro
frente ao mesmo período do ano anterior, -11,2% (set/15:
-14,4%). O mesmo pode ser dito das exportações de
produtos básicos, com redução de 12,3% (set/15:
-22,6%).
Do lado das
importações, cuja evolução consiste
em um termômetro da atividade econômica, a queda da
média diária foi de 28,1% nos últimos três
meses; muito mais intensa, portanto, que aquela das exportações.
A importação por dia útil de bens de capital
nos dá uma amostra da crise que afeta o investimento nacional:
a redução de 29,2% em novembro se insere numa trajetória
de persistente de deterioração (ago/15: -17,9%).
A variação de -31,3% na comparação
de novembro de 2015 com o mesmo mês do ano anterior é
outro indicativo desse quadro cada vez mais negro, o que denota
que o colapso do investimento no Brasil continua em processo.
Já
as importações de bens intermediários, que
refletem a crise industrial, também apresentam um cenário
bastante negativo, com queda de 23,6% na média por dia
útil dos três últimos meses. A melhora em
relação à contração de 26,5%
do trimestre findo em outubro é quase insignificante diante
do patamar da queda.
Por fim, as
importações por dia útil de bens de consumo
continuam a apresentar variações negativas cada
vez mais expressivas. Foi de 27,4% na média dos últimos
três meses (ago/15: 16,2%). Isso é indicativo de
expectativas de consumo muito desfavoráveis e do encarecimento
dos produtos decorrentes do câmbio mais desvalorizado –
o que, por sinal, também afeta as importações
das demais categorias de uso.
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Em novembro, de acordo com o MDIC, a balança comercial brasileira
atingiu saldo de US$ 1,197 bilhão, frente a um déficit
de US$ 2,426 bilhões em novembro passado. Enquanto as exportações
alcançaram US$ 13,806 bilhões, valor 11,8% inferior ao do
mesmo mês do ano passado (US$ 15,646 bilhões), as importações
foram de US$ 12,609 bilhões, valor 30,2% menor que novembro último
(US$ 18,072 bilhões).
O saldo comercial
acumulado de janeiro a novembro alcançou 13,439 bilhões,
contra um déficit de US$ 4,288 bilhões no mesmo período
de 2015. O somatório das exportações de 2015 foi
de US$ 174,350 bilhões (contra US$ 207,616 bilhões em 2014)
e das importações, de US$ 160,911 bilhões (contra
US$ 211,904 bilhões no ano passado).
Em novembro, a média
diária (medida por dia útil) das exportações
foi de US$ 690,3 milhões, 11,8% inferior ao mesmo mês do
ano passado, quando atingiu US$ 782,0 milhões. A média diária
das importações apresentou variação negativa
maior, de 30,2%, ao atingir US$ 630 milhões, frente a US$ 903,6
milhões do mesmo mês do ano passado. A média diária
do saldo comercial no mês foi de US$ 59,8 milhões enquanto
em novembro passado, foi registrado déficit médio diário
de US$ 121,3 milhões.
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