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Segundo os dados da PNAD Contínua, divulgados hoje pelo
IBGE, a taxa de desocupação no país chegou
a 8,9% no terceiro trimestre de 2015, o maior patamar da série
iniciada em janeiro de 2012. Essa taxa resultou, principalmente,
do maior número de pessoas procurando empregos. Foram 2,1
milhões de indivíduos adicionais a entrar na força
de trabalho que, frente ao mesmo trimestre de 2014, registrou
crescimento de 2,1%.
Em menor medida,
contribuiu a queda de 0,2% da população ocupada,
nesta mesma comparação, ou seja, 179 mil pessoas
que perderam seus empregos. Essa evolução geral
esconde, entretanto, quedas mais intensas em algumas posições,
como no trabalho privado com e sem carteira, que apresentaram
variações de -3,4% e -0,8% frente ao terceiro trimestre
de 2014. É, então, no trabalho assalariado que a
crise está instalada, atingindo sobretudo sua parcela formal.
Por isso, a contração da população
ocupada seria muito maior não fosse a expansão verificada
no trabalho por conta própria (3,5%) e em empregadores
(7,9%). É bom ressaltar que parte desse aumento de empregadores
deve refletir mais estratégias de fuga do desemprego do
que o avanço do empreendedorismo no país.
Esse processo
de absorção da população ocupada por
posições possivelmente mais precárias vem
geralmente acompanhado de renda menor e mais volátil. Efeito
disso é que indivíduos até então fora
da força de trabalho são chamados a contribuir para
o rendimento familiar e, consequentemente, a engrossar o contingente
à procura de emprego no mercado de trabalho.
Setor líderes
da crise do trabalho assalariado são a Construção,
com queda de 4% da população ocupada, frente ao
terceiro trimestre de 2014, e a Indústria, onde predomina
o trabalho com carteira assinada, com queda de 3,9% na mesma comparação.
Em seguida estão os Serviços prestados principalmente
às empresas (-1,2%) e a Agropecuária (1,4%). Por
sua vez, funcionaram como um colchão amortecedor aqueles
setores onde costuma haver maior participação de
trabalho informal, tal como Comércio, reparação
de veículos automotores e motocicletas (2,1%), Alojamento
e alimentação (3,2%) e Transporte, armazenagem e
correios (3,4%). Em menor medida, também houve alta em
Administração pública, defesa, educação
saúde e serviços sociais (2%).
Outro aspecto
a ser ressaltado é a trajetória do rendimento real
médio habitualmente recebido, cujo crescimento frente ao
mesmo trimestre do ano anterior vem sendo cada vez menor e, no
terceiro trimestre de 2015, chegou à estagnação
(-0,2%). O mesmo ocorreu com a massa desses rendimentos, que apresentou
variação de -0,1% na mesma comparação.
Assim, enquanto a PME mostrou forte declínio do rendimento
e da massa salarial, os dados da PNAD indicam que esse movimento
atinge sobretudo as regiões metropolitanas, sendo que no
Brasil o cenário ainda é de estagnação.
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De acordo com dados da PNAD Contínua divulgados hoje pelo IBGE,
a taxa de desocupação atingiu 8,9% no terceiro trimestre
de 2015, a mais alta registrada pela pesquisa, que teve início
no primeiro trimestre de 2012.
A população
em idade de trabalho cresceu 1,3% em relação ao 3º
trimestre de 2014, movimento no mesmo sentido da população
na força de trabalho, que se elevou em 2,1% na mesma comparação.
O número de desocupados, por sua vez, aumentou 33,9%, enquanto
que o de ocupados apresentou retração de 0,2%, ambos em
relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Dentre as posições
de ocupação, quatro registraram variações
positivas em relação terceiro trimestre de 2014: empregador
(7,9%), trabalhador por conta própria (3,5%), trabalhador familiar
auxiliar (2,3%) e trabalhador doméstico (0,6%). As demais apresentaram
diminuição do número de pessoas ocupadas na mesma
base de comparação: setor público (-0,1%), trabalhador
privado com carteira (-0,8%) e sem carteira (-3,4%).
Dentre os setores da
economia que apresentaram maior aumento da ocupação entre
os 3º trimestres de 2015 e 2014, destacam-se transporte, armazenagem
e correios (3,4%), alojamento e alimentação (3,2%) e comércio,
reparação de veículos automotores e motocicletas
(2,1%). Por outro lado, os setores com as maiores reduções
na população ocupada no período foram agricultura,
pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura
(-1,4%), indústria (-3,9%) e construção (-4,0%).
O rendimento real
médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos foi de R$ 1.889,
praticamente estável (-0,2%) em relação ao terceiro
trimestre do ano passado. A massa de rendimentos reais de todos os trabalhos
habitualmente recebidos por mês alcançou R$ 168,6 milhões,
também próxima da estabilidade (-0,1%) quando confrontada
com o mesmo período de 2014.
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