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O setor de serviços no Brasil tem peso preponderante no
PIB e no emprego, razão pela qual se este setor se depara
com uma fase adversa, não deve restar dúvida que
a adversidade não ficará restrita ao setor, mas
tomará conta da economia como um todo. O PIB brasileiro
sofrerá e o emprego e a renda da população
também declinarão. Neste contexto, comércio
e indústria sofrerão e serão irremediavelmente
prejudicados.
Segundo os
dados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, este setor,
juntamente com o varejo, entrou em recessão posteriormente
à indústria – que, de uma fase de franca desaceleração
entre 2011 e 2013, passa a ter retrocesso já em 2014. A
crise industrial, e possivelmente a recessão do comércio
varejista, precedem o revés que o ano de 2015 viria a registrar
para serviços; mas agora passam a refletir também
os resultados negativos deste que é o macro setor de maior
peso no país.
Os dados divulgados
hoje pelo IBGE referente a setembro registram queda em volume
da receita de serviços de 2,8% no acumulado dos nove primeiros
meses do ano. Cabe ressaltar que no ano passado o faturamento
do setor ainda ostentava variação positiva de 2,5%.
Do ano passado para o corrente ano, portanto, os serviços
entram em recessão. A pior notícia não é
essa. E, sim, que os últimos resultados, vale dizer, referentes
ao mês de setembro, dão indicação de
que está em curso um processo de aceleração
da queda. Naquele mês, frente a setembro de 2014, o declínio
real de receitas de serviços foi de 4,8%.
A indicação
de que o agravamento da queda ainda está em curso é
dado por todos os principais setores em que se desdobra a atividade
de serviços. Em Serviços prestados às famílias,
onde se destacam alojamento e alimentação fora de
casa, o mês de setembro registrou recuo de 6,7%, um índice
inferior aos 5% de redução no acumulado no ano.
Em Serviços de informação e comunicação
– onde a intensidade de mudanças tecnológicas
é muito grande e, por isso mesmo, é o único
ramo que ainda acusa variação positiva no acumulado
do ano, de 1% - o mês de setembro indica que também
aí há mudança de sinal, com diminuição
de receita de 0,7%.
Em Serviços
profissionais, administrativos e complementares, um segmento que
vinha resistindo à queda e que no ano passado teve aumento
simbólico de 0,2%, no corrente ano já acumula redução
de 3,1%, tendo registrado em setembro, com relação
a setembro de 2014, uma queda tão expressiva quanto 8%.
Transportes,
serviços auxiliares aos transportes e correio declinou
a uma taxa mais elevada no acumulado do ano, -5,7%, indicando
ainda estar em progressiva piora, já que a taxa de setembro
foi negativa em 6,4%. Finalmente, o item Outros serviços
acusou o maior revés dentre todos os segmentos, -8,4% no
acumulado do ano e -9,9% no mês de setembro.
É possível
que entremos em 2016 com o setor de serviços ainda em um
processo de aprofundamento da piora em seu desempenho.
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Os dados de setembro da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados
hoje pelo IBGE apontaram retração do volume de serviços
prestados no Brasil em 4,8% em relação ao mesmo mês
de 2014. O desempenho do setor entre os meses de janeiro e setembro de
2015 frente ao mesmo período de 2014 foi 2,8% inferior.
Em comparação
ao mesmo mês do ano anterior, todos os grupos pesquisados apresentaram
retração no volume dos serviços prestados. O segmento
de serviços profissionais, administrativos e complementares registrou
retração de 8,1%, enquanto no grupo dos serviços
prestados às famílias a queda foi de 6,7% e em transportes,
serviços auxiliares dos transportes, de 6,4%. O volume de outros
serviços, por sua vez, retraiu 9,9% na mesma comparação
e aqueles relacionados a informação e comunicação,
0,7%.
No acumulado do ano,
de janeiro a setembro, frente ao mesmo período de 2014, o setor
de outros serviços apresentou a maior queda (-8,4%), seguido por
transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-5,7%),
serviços prestados às famílias (-5,0%) e serviços
profissionais, administrativos e complementares (-3,1%). Apenas o grupo
de serviços de informação e comunicação
oscilou positivamente, com expansão de 1,0% no período.
Na análise
por estado, apenas 3 das 27 unidades federativas pesquisadas registraram
crescimento do volume de serviços na comparação do
acumulado do ano de 2015 e o mesmo período de 2014. O desempenho
positivo foi registrado por Rondônia (6,1%), Mato Grosso (0,2%)
e Tocantins (0,1%). Em direção oposta, os estados de Maranhão
(-10,6%), Amapá (-10,4%), Amazonas (-8,4%), Mato Grosso (-6,6%),
Paraíba (-5,3%), Espírito Santo (-5,0%), Acre (-4,9%) e
Sergipe (-4,8%) foram responsáveis pelas maiores oscilações
negativas.
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