Como tem ocorrido nos meses anteriores, o desempenho da indústria
tem sido ruim na maioria das localidades pesquisadas pelo IBGE.
Segundo os dados divulgados hoje, para o mês de setembro,
houve queda da produção em 10 das 14 localidades
na comparação com o mês de agosto, desconsiderados
os efeitos sazonais. Em relação ao mesmo mês
do ano anterior, o recuo da indústria nacional foi impulsionado
por um movimento de contração ainda mais disseminado,
atingindo doze dos quinze locais pesquisados. Em vista desse quadro
geral, selecionamos dois aspectos que podem indicar tendências
futuras.
Para quem,
como nós, está à procura de dados que possam
nos dar alguma expectativa de melhora do quadro da indústria,
chama atenção o desempenho de setembro de São
Paulo e Amazonas, dois estados que amargam forte contração
no acumulado de 2015 (-10,2% e -14,5%, respectivamente). Em setembro,
frente a agosto com ajuste sazonal, a produção industrial
de São Paulo teve queda de apenas 0,2%, depois das contrações
de 1,8% e 1,5%, em julho e agosto, respectivamente. O desempenho
de Amazonas chegou a ser positivo nesta comparação,
0,1%, revertendo as quedas sucessivas de 1,8%, 1,5% e 2,3% em
junho, julho e agosto de 2015, respectivamente.
Nosso segundo
comentário, entretanto, é pessimista. A pesquisa
recente do IBGE também traz evidências que suportam
a tese do aprofundamento da crise da indústria em algumas
localidades importantes. Se tomarmos as variações
trimestrais, em relação ao mesmo período
do ano anterior, verifica-se que a produção industrial
nessas localidades selecionadas sofre declínio crescente
desde o terceiro trimestre de 2013. Os dados do terceiro de trimestre
de 2015 confirmam o prosseguimento dessa tendência de piora
progressiva. Esta é a situação dos três
maiores estados do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais), mas também inclui o Rio Grande do Sul e
a Região Nordeste.
O último
comentário aponta para a conclusão de que ainda
não chegamos ao fundo do poço da crise industrial,
mas que poderá ser atingido em breve se os indícios
contidos no nosso primeiro comentário vierem a se confirmar.
A ver.
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