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Os dados do IBGE para a produção industrial de setembro
mostram que a deterioração do quadro da indústria
nacional continua em andamento. No mês, com ajuste sazonal,
a queda foi de 1,3% frente a agosto. Na comparação
com setembro de 2014, a queda ultrapassou a fronteira dos dois
dígitos, chegando a 10,9% para a indústria geral,
algo que não ocorria desde 2009, e a 12,5% para a indústria
de transformação. A extração mineral
continua apresentando taxas positivas, mas cada vez menores (2,5%).
A indústria
continua sendo puxada para baixo pelos setores de bens de consumo
duráveis e de bens de capital. No caso do primeiro, o quadro
se agravou em setembro, cuja queda de 27,8%, frente ao mesmo mês
de 2014, foi bastante superior ao mês anterior (-14,3%).
Já no caso de bens de capital, a queda apesar de continuar
expressiva (31,7%) ficou um pouco abaixo do patamar de -32,9%
de agosto. Inclusive, bens de capital foi o único setor
da indústria de transformação a ter variação
positiva em setembro (1,0%), frente a agosto com ajuste sazonal.
É a primeira vez que isso ocorre em 2015 e dá alguma
esperança de que a deterioração desse setor,
que reflete o nível de investimentos em máquinas
e equipamentos da economia, possa estar perdendo intensidade.
O setor de
bens intermediários, que responde por parcela relevante
da indústria nacional, também está piorando
na comparação com mesmo mês de 2014; passou
de uma queda de 5,4%, em agosto, para uma de 7,2%, em setembro.
Apenas o setor de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis
manteve seu patamar de queda nesta comparação (-7,4%).
O desempenho
da indústria no terceiro trimestre de 2015, frente ao trimestre
anterior, com ajuste sazonal, foi de -3,2%, demonstrando deterioração
frente ao primeiro e segundo trimestres do ano. Nesta comparação,
a piora do quadro veio do desempenho de bens intermediários
(-2,7%), enquanto a produção de bens de consumo
semiduráveis e não duráveis manteve-se no
mesmo patamar (-1,7%). Apesar da intensidade da queda, o terceiro
trimestre mostra alguma desaceleração desse movimento
para a produção de bens de capital (-9,8% contra
-10,6% no segundo trimestre) e de bens de consumo duráveis
(-3,3% contra -8,5% no segundo trimestre).
Se levarmos
em conta a evolução dos 24 setores considerados
pelo IBGE fica evidente o quão preocupante é cenário
atual. Destes, 10 setores estão piorando seu desempenho,
como veículos (-4,8%), móveis (-3,0%), produtos
alimentícios (-1,2%), artigos de couro (-1,2%). Outros
5 setores continuam apresentando queda, mas a um ritmo menor,
como produtos de metal (-2,1%) e metalurgia (-1,2%), e 7 patinam
com variações próximas de zero, como produtos
farmacêuticos e farmoquímicos (0,1%), sabões,
detergentes e produtos de limpeza (0%), bebidas (-0,1) e papel
e celulose (-0,6%). Apenas 2 setores parecem estar melhorando:
máquinas e equipamentos (0,9%) e equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos (2,8%).
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Segundo dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial
apontou variação de -1,3% frente ao mês imediatamente
anterior, na série livre de influências sazonais, a quarta
queda consecutiva. No confronto com igual mês do ano anterior, o
total da indústria mostrou queda de 10,9%, em setembro de 2015
(décima nona taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação).
No trimestre de jul-set de 2015 frente ao mesmo período de 2014,
o índice de produção industrial caiu 9,5%. Para o
acumulado dos nove meses do ano a variação foi de -7,4%.
O indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 6,5%,
em setembro de 2015, manteve a trajetória descendente iniciada
em abril de 2014, assinalando o resultado negativo mais intenso desde
dezembro de 2009 (-7,1%).
Categorias
de Uso. Entre as categorias de uso na comparação
com o mês imediatamente anterior, os bens de capital (1,0%) e os
bens de consumo semi e não-duráveis (0,5%) assinalaram as
variações positivas de setembro de 2015. O resultado global
negativo, por sua vez, foi influenciado pelo resultado de bens de consumo
duráveis (-5,3%) e bens intermediários (-1,3%).
No confronto com igual
mês do ano anterior, todas as categorias de uso registraram queda,
com destaque para bens de capital (-31,7%) e bens de consumo duráveis
(-27,8%). Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis
(-7,4%) e de bens intermediários (-7,2%) também registraram
resultados negativos, porém abaixo da média nacional (-10,9%).
No índice acumulado
nos nove primeiros meses de 2015, as categorias produtoras de bens de
capital (-23,6%) e bens de consumo duráveis (-15,7%) apresentaram
menor dinamismo, seguidos pelos bens de consumo semi e não-duráveis
(-7,1%) e de bens intermediários (-4,1%).
Setores.
A variação negativa da atividade industrial (-1,3%)
na passagem de agosto para setembro deveu-se a queda de 15 dos 24 ramos
pesquisados, com destaque para os setores: veículos automotores,
reboques e carrocerias (-6,7%), máquinas e equipamentos (-4,5%),
metalurgia (-3,1%), confecção de artigos do vestuário
e acessórios (-4,2%), produtos alimentícios (-0,5%), celulose,
papel e produtos de papel (-1,9%), produtos de borracha e de material
plástico (-1,6%) e produtos de metal (-1,7%). Entre os segmentos
que tiveram aumento de produção em setembro de 2015, o desempenho
de maior importância foi assinalado por coque, produtos derivados
do petróleo e biocombustíveis (3,5%), seguido pela indústria
extrativa (1,0%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos
e ópticos (4,0%).
Na comparação
com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda
de 10,9% em setembro de 2015, com perfil disseminado de resultados negativos,
já que 24 dos 26 ramos apontaram redução na produção.
Entre as atividades, a de a de veículos automotores, reboques e
carrocerias (-39,3%) exerceu a maior influência negativa, seguida
pelas atividades produtoras de máquinas e equipamentos (-20,2%),
metalurgia (-14,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos
e ópticos (-27,9%), produtos de metal (-17,3%), produtos de borracha
e de material plástico (-15,0%), máquinas, aparelhos e materiais
elétricos (-19,5%), produtos de minerais não-metálicos
(-12,1%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis
(-3,4%), produtos têxteis (-22,5%), produtos alimentícios
(-2,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios
(-13,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-11,8%),
outros produtos químicos (-5,0%) e móveis (-22,4%). Por
outro lado, as duas atividades que aumentaram a produção
foram a indústria extrativa (2,6%) e bebidas (1,0%).
No índice acumulado
para os nove meses de 2015, frente a igual período do ano anterior,
o setor industrial mostrou queda de 7,4%, com recuo na produção
de 25 ramos. O principal impacto negativo foi observado em veículos
automotores, reboques e carrocerias (-23,3%). Outras contribuições
negativas relevantes vieram equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos (-28,4%), coque, produtos derivados
do petróleo e biocombustíveis (-6,0%), de máquinas
e equipamentos (-13,1%), produtos alimentícios (-3,4%), metalurgia
(-8,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-14,3%),
produtos de metal (-10,6%), produtos de borracha e de material plástico
(-7,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,8%),
produtos de minerais não-metálicos (-6,5%), confecção
de artigos do vestuário e acessórios (-10,3%), outros produtos
químicos (-4,1%), produtos têxteis (-12,8%) e bebidas (-5,8%).
Por outro lado, a única influência positiva foi observada
na indústria extrativa (7,3%).
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