3 de novembro de 2015

Balança Comercial
Primeiros sinais de uma
reação das exportações


   

 
O saldo da Balança Comercial de outubro foi US$ 1,996 bilhão, segundo as informações divulgadas hoje pelo MDIC, resultado de exportações no valor de US$ 16,048 bilhões e de importações de US$ 14,053 bilhões; sugerindo que o saldo para o acumulado do ano deve superar US$ 15 bilhões ao final de dezembro.

Este resultado da Balança Comercial, entretanto, foi o menor desde maio de 2015, inclusive pelo indicador por dia útil (US$ 95 milhões). Isso se deveu à significativa desaceleração da queda das importações, que é quem tem garantido a melhora do saldo nos últimos meses. Para se ter ideia, a contração das importações por dia útil se desacelerou de 32,7% em setembro de 2015 frente ao mesmo mês de 2014 para 21,1% em outubro na mesma comparação. Dentre as causas de comportamento, encontra-se, destacadamente, a importação de petróleo, que, na média por dia útil, aumentou 55,6% em outubro deste ano frente ao mesmo mês do ano anterior.

Além do petróleo, outubro também assistiu a um menor ritmo de queda das importações de matérias primas e intermediários. Ainda que não tenha sido expressiva, a desaceleração neste caso é visível e reincidente. As compras por dia útil dessa categoria, sempre em relação ao mesmo mês do ano anterior, passou de uma contração de 32,7%, em agosto, para 26% em setembro, chegando a 20,2% em outubro. A ser visto se esse comportamento terá sequência. No caso afirmativo, poderá indicar que o nível de atividade econômica interno está transitando para um quadro “menos ruim” do que vem prevalecendo no ano. As demais categorias de uso não apresentaram nenhuma mudança significativa. As importações por dia útil de bens de capital caíram 28,6% e as de bens de consumo, 25,5% em relação a outubro de 2014.

Esse quadro das importações foi contrarrestado por uma relativa melhora do desempenho das exportações, que continuaram em contração, mas a uma taxa menor. Assim, neste último mês de outubro as exportações por dia útil caíram 4,1% em comparação com outubro de 2014, patamar bastante inferior ao verificado em setembro (-13,8%) e agosto (-24,3%), na mesma comparação. O dado de outubro influenciou, por sua vez, a evolução da média móvel trimestral, que também passou a apresentar uma queda menos proeminente da exportação total.

Essa evolução das exportações é decorrente de quedas menos acentuadas em todos os seus componentes, com destaque para a exportação de produtos básicos que, em outubro, foi de apenas 1,7% (na média por dia útil), em contraste a variações da ordem de -20% nos meses de julho a setembro.

A contração das exportações de produtos manufaturados também apresentou desaceleração, pelo segundo mês consecutivo, em outubro, ficando em 3,5%, no indicador da média por dia útil, depois de ter atingido 4,6%, em setembro, e 24,9%, em agosto. Esse desempenho dos produtos manufaturados pode refletir os efeitos iniciais da desvalorização da taxa de câmbio sobre as exportações. Dessa maneira, o indicador da média móvel trimestral das exportações de manufaturados que vinha indicando quedas cada vez maiores desde o início do segundo semestre ensaia, em outubro, uma primeira recuperação.

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