O saldo da Balança Comercial de outubro foi US$ 1,996 bilhão,
segundo as informações divulgadas hoje pelo MDIC,
resultado de exportações no valor de US$ 16,048
bilhões e de importações de US$ 14,053 bilhões;
sugerindo que o saldo para o acumulado do ano deve superar US$
15 bilhões ao final de dezembro.
Este resultado
da Balança Comercial, entretanto, foi o menor desde maio
de 2015, inclusive pelo indicador por dia útil (US$ 95
milhões). Isso se deveu à significativa desaceleração
da queda das importações, que é quem tem
garantido a melhora do saldo nos últimos meses. Para se
ter ideia, a contração das importações
por dia útil se desacelerou de 32,7% em setembro de 2015
frente ao mesmo mês de 2014 para 21,1% em outubro na mesma
comparação. Dentre as causas de comportamento, encontra-se,
destacadamente, a importação de petróleo,
que, na média por dia útil, aumentou 55,6% em outubro
deste ano frente ao mesmo mês do ano anterior.
Além
do petróleo, outubro também assistiu a um menor
ritmo de queda das importações de matérias
primas e intermediários. Ainda que não tenha sido
expressiva, a desaceleração neste caso é
visível e reincidente. As compras por dia útil dessa
categoria, sempre em relação ao mesmo mês
do ano anterior, passou de uma contração de 32,7%,
em agosto, para 26% em setembro, chegando a 20,2% em outubro.
A ser visto se esse comportamento terá sequência.
No caso afirmativo, poderá indicar que o nível de
atividade econômica interno está transitando para
um quadro “menos ruim” do que vem prevalecendo no
ano. As demais categorias de uso não apresentaram nenhuma
mudança significativa. As importações por
dia útil de bens de capital caíram 28,6% e as de
bens de consumo, 25,5% em relação a outubro de 2014.
Esse quadro
das importações foi contrarrestado por uma relativa
melhora do desempenho das exportações, que continuaram
em contração, mas a uma taxa menor. Assim, neste
último mês de outubro as exportações
por dia útil caíram 4,1% em comparação
com outubro de 2014, patamar bastante inferior ao verificado em
setembro (-13,8%) e agosto (-24,3%), na mesma comparação.
O dado de outubro influenciou, por sua vez, a evolução
da média móvel trimestral, que também passou
a apresentar uma queda menos proeminente da exportação
total.
Essa evolução
das exportações é decorrente de quedas menos
acentuadas em todos os seus componentes, com destaque para a exportação
de produtos básicos que, em outubro, foi de apenas 1,7%
(na média por dia útil), em contraste a variações
da ordem de -20% nos meses de julho a setembro.
A contração
das exportações de produtos manufaturados também
apresentou desaceleração, pelo segundo mês
consecutivo, em outubro, ficando em 3,5%, no indicador da média
por dia útil, depois de ter atingido 4,6%, em setembro,
e 24,9%, em agosto. Esse desempenho dos produtos manufaturados
pode refletir os efeitos iniciais da desvalorização
da taxa de câmbio sobre as exportações. Dessa
maneira, o indicador da média móvel trimestral das
exportações de manufaturados que vinha indicando
quedas cada vez maiores desde o início do segundo semestre
ensaia, em outubro, uma primeira recuperação.
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