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Os últimos dados das vendas do comércio varejista
são reveladores de como será notabilizado o ano
de 2015 para esse setor. A pesquisa do IBGE divulgada hoje para
agosto apurou no conceito de varejo restrito queda de 0,9% em
relação a julho com ajuste sazonal e recuo de 2%
no conceito de varejo ampliado, o qual inclui, além dos
ramos tradicionais do varejo (alimentos, vestuário, calçados,
móveis e eletrodomésticos, etc.), os segmentos de
veículos e autopeças e material de construção.
A mesma pesquisa registrou
declínio na comparação com agosto do ano
passado de 6,9% e de 9,6%, respectivamente no primeiro e no segundo
conceito. A esses resultados globais devemos agregar dois outros
comentários que se destacam no presente ano.
O primeiro é
que a atual fase de declínio do setor, além de ser
a primeira desde 2003, tem caráter generalizado. Ilustrando
com números do resultado de agosto relativamente a julho,
com ajuste sazonal, houve redução em 22 dos 27 estados
e em 8 dos 10 grupos de setores (equipamentos e materiais para
escritórios e artigos farmacêuticos registraram avanço
de 1,0% e 0,6%, respectivamente).
É digno de registro
também que ocorreram quedas muito expressivas, tais como
em livros, jornais e papelaria (-2,6%), móveis e eletrodomésticos
(-2,0%) e tecidos, vestuário e calçados (-1,7%).
No varejo ampliado, a queda mensal observada em veículos
foi de 5,2% e de 2,3% para os materiais de construção,
descontando a sazonalidade.
O segundo comentário
diz respeito a um ponto ainda mais grave: a crise do varejo parece
estar ainda em processo. Em outras palavras, o varejo cai e a
queda tende a se aprofundar. Se o “fundo do poço”
ainda não foi alcançado, é provável
que a redução de vendas reais em 2015 ultrapasse
4% no conceito restrito e 8% no conceito ampliado (-3% e -6,9%
no acumulado jan-ago/15, respectivamente).
Os resultados e tendências
acima resumidos sugerem que a indústria brasileira de bens
de consumo poderá assistir nos meses finais de 2015 a momentos
ainda mais difíceis do que vem atravessando até
agora, incluindo tanto os ramos de bens de consumo duráveis
(neste caso, mais intensamente), como os ramos de produção
de bens de consumo não-duráveis. Não custa
observar que no corrente ano até agosto a produção
industrial de duráveis caiu 14,3% e a de bens não-duráveis
recuou 7,2%.
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De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio para o mês
de agosto divulgadas hoje pelo IBGE, o índice de volume de vendas
do comércio varejista apresentou um recuo de 0,9% comparado a julho
(tomando-se os dados livres de efeitos sazonais). Confrontada com agosto
de 2014, a atividade registrou queda de 6,9%. Em 2015, o indicador acumula
uma retração de 3,0% em relação ao mesmo período
do ano passado.
O indicador para o
comércio varejista ampliado decresceu 2,0% frente a julho, eliminados
os efeitos sazonais. Sobre o mesmo mês do ano passado, o indicador
se contraiu em 6,9% e no acumulado do ano (janeiro a agosto), em relação
ao mesmo intervalo em 2014, foi 5,2% inferior.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, apenas
os grupos de artigos farmacêuticos, medicinais, ortopédicos
e de perfumaria (1,1%) registrou variação positiva. As maiores
quedas foram notadas nos grupos de móveis e eletrodomésticos
(-18,6%), tecidos, vestuário e calçados (-13,7%) e combustíveis
e lubrificantes (-7,2%). No varejo ampliado, tanto a venda de material
de construção quanto a de veículos e motos, partes
e peças tiveram variações negativas: -9,1% e -15,7%,
respectivamente.
O diagnóstico
dos resultados estaduais mostra um panorama de retração
generalizada por todo o país, uma vez que o único estado
a registrar crescimento na atividade varejista foi Roraima (5,7%), na
comparação com agosto de 2014. Responderam pelas quedas
mais expressivas os estados de Amapá (-17,6%), Alagoas (-14,8%),
e Paraíba (-12,8%). As retrações menos acentuadas
ocorreram no Mato Grosso do Sul (-1,7%), Minas Gerais (-2,8%) e Tocantins
(-3,3%).
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