7 de outubro de 2015

Indústria Regional
A indústria brasileira vai mal;
a de São Paulo, pior


   

 
Os dados da produção industrial regional, divulgados hoje pelo IBGE, reforçam dois aspectos da crise atual: ela é generalizada, isto é, afeta a maioria dos estados, e mostra-se mais intensa no principal parque industrial do país.

Em agosto, a relação de estados com queda da produção industrial ganhou mais integrantes. Agora, são 10 localidades (em um total de 15) com produção industrial em queda na comparação com o mês anterior. Nesta comparação, a situação foi mais grave do que a média nacional (-1,2%) nos estados do Pará (-4,0%), Goiás (-3,2%) e Rio Grande do Sul (-2,8%), além de outros cinco estados.

Na comparação com agosto de 2014, a produção industrial caiu em 12 localidades, com destaque para os estados do Amazonas (-13,8%), São Paulo (-12,9%), Rio Grande do Sul (-12,6%), Paraná (-11,4%) e Ceará (-10,8%), onde a contração foi maior que a do total Brasil (-9,0%).

As variações negativas de dois dígitos nesses estados embutem, contudo, evoluções distintas: o desempenho do Amazonas é influenciado pelos eletroeletrônicos, o do Ceará por bens de consumo não duráveis e os do Paraná e Rio Grande do Sul sofrem os efeitos da contração do setor automobilístico. A queda de São Paulo, a seu turno, atinge uma gama maior de setores, e pode ser considerada generalizado, como poderá ser visto a seguir.

No acumulado do ano, esses cinco estados voltam a figurar entre os piores desempenhos. O Amazonas apresenta a maior queda (-14,7%), seguido por Rio Grande do Sul (-10,0%), São Paulo (-9,7%), Ceará (-9,2%) e Paraná (-7,7). Em todos eles, a crise industrial mostra-se mais aguda do que no nível nacional (-6,9%).

O fato mais preocupante é São Paulo ocupar um lugar de destaque nesse ranking, pois, como é sabido, a indústria paulista é a mais diversificada e sofisticada do país, apresentando condições superiores de adaptação à conjuntura econômica relativamente aos parques industriais mais especializados em um ou poucos ramos industriais.

Demonstrando a ampla generalização da retração da indústria paulista, no acumulado do ano a atividade caiu em dezessete dos dezoito ramos industriais pesquisados pelo IBGE, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (–19,2%), produtos alimentícios (–10,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (–23,7%), máquinas e equipamentos (–9,2%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (–14,3%), metalurgia (–12,7%), e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–9,7%).

Nesses oito primeiros meses do ano, o único estado que ainda tem sido poupado pela crise é o Espírito Santo, onde a produção industrial cresceu 13%, devido, sobretudo, ao desempenho das atividades extrativas (minérios de ferro) e de metalurgia. Pará (5,4%) e Mato Grosso (1,2) também apresentaram variações positivas, sob a influência da produção de minérios e de celulose e papel, no primeiro, e de produtos alimentícios e produção de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis no segundo caso.
  

 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na comparação de agosto contra julho (com ajuste sazonal) a produção industrial recuou em dez dos catorze locais pesquisados. As variações negativas mais intensas foram registradas no Pará (-4,0%), Goiás (-3,2%) e Rio Grande do Sul (-2,8%). Os demais estados com desempenho negativo foram Amazonas (-2,2%), Pernambuco (-2,2%), Espírito Santo (-1,9%), São Paulo (-1,7%), Paraná (-1,3%), Bahia (-1,0%) e Região Nordeste (-0,6%). Por sua vez, os quatro estados com variações positivas foram: Ceará (3,5%), Santa Catarina (1,1), Minas Gerais (0,9%) e Rio de Janeiro (0,2%). O dado para Mato Grosso, nessa comparação, não foi divulgado. O desempenho do agregado Brasil, nesta comparação, foi de -1,2%.

Na base de comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, 12 dos 15 locais mostraram redução na produção em agosto de 2015. As maiores quedas ficaram a cargo de Amazonas (-13,8%), São Paulo (-12,9%), Rio Grande do Sul (-12,6%), Paraná (-11,4%) e Ceará (-10,8%). Completam a lista de locais em contração Goiás (-8,5%), Santa Catarina (-7,4%), Pernambuco (-6,7%), Minas Gerais (-4,7%), Rio de Janeiro (-4,0%), Pará (-2,8%) e Região Nordeste (-1,8%). As três variações positivas foram verificadas em Mato Grosso (6,4%), Bahia (2,7%) e Espírito Santo (0,8%). O desempenho do agregado Brasil, nesta comparação, foi de -9,0%.
A produção industrial acumulada entre janeiro e agosto de 2015 também apresentou queda em 12 das 15 localidades, com cinco recuando em intensidade superior à média nacional (-6,9%): Amazonas (-14,7%), Rio Grande do Sul (-10,0%), São Paulo (-9,7%), Ceará (-9,2%) e Paraná (-7,7%). Santa Catarina (-6,8%), Minas Gerais (-6,6%), Bahia (-5,9%), Rio de Janeiro (-5,1%), região Nordeste (-4,3%), Goiás (-3,6%) e Pernambuco (-2,7%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos no fechamento dos oito meses do ano. Em contraste, Espírito Santo (13,0%), Pará (5,4%) e Mato Grosso (1,2%) apresentaram variações positivas;

 

 
Mato Grosso. No confronto de agosto de 2015 com o mesmo mês de 2014, constatou-se crescimento da produção industrial do estado de 6,4%, a maior variação positiva nesta comparação. Esse desempenho foi influenciado positivamente pelos setores de produtos alimentícios (7,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (9,7%), produtos de madeira (12,0%) e bebidas (11,3%), apesar da contração verificada em produtos de minerais não-metálicos (-31,6%). No acumulado no ano de 2015 a produção industrial subiu 1,2%, sob influência de produtos alimentícios (2,8%) e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (5,9%). Nesta comparação a inflência negativa veio, sobretudo, de produtos de minerais não-metálicos (-16,2%), produtos de madeira (-5,3%) e outros produtos químicos (-10,6%).

São Paulo. Em agosto, a indústria paulista apresentou recuou de 1,7% na comparação com julho (dados livres de efeitos sazonais). Na comparação mensal (mês/ mesmo mês do ano anterior), o estado registrou queda de 12,9%, sob influência de: veículos automotores, reboques e carrocerias (-36,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-11,4%), produtos alimentícios (-5,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-36,2%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-18,8%), produtos de borracha e de material plástico (-13,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-12,4%), produtos de metal (-10,4%), outros produtos químicos (-5,6%) e produtos têxteis (-20,8%). Influências positivas importantes foram vistas apenas em perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (1,7%) e bebidas (0,7%). No acumulado no ano de 2015, por sua vez, a produção industrial recuou 9,7%, com destaque negativo para os setores de: veículos automotores, reboques e carrocerias (-19,2%), produtos alimentícios (-10,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,7%), máquinas e equipamentos (-9,2%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-14,3%), metalurgia (-12,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,7%) e produtos de borracha e de material plástico (-6,6%). O único setor a apresentar contribuição positiva importante foi o de produtos de metal (0,4%).

 

 

 

 

 

 

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