Os investimentos estão caindo a taxas crescentes e muito
expressivas no Brasil. Por um lado, a importação
de bens de capital vem diminuindo desde o ano passado. Por outro,
a produção de bens de capital, que encolheu 9,2%
em 2014, acumula retração de 22,4% nos oito primeiros
meses deste ano, de acordo com números do IBGE.
A aceleração
da queda dos investimentos é geral, ou seja, ela ocorre
nos diferentes ramos produtores de bens de capital. Ainda segundo
o IBGE, neste ano, a produção de bens de capital
para agricultura recuou 20,5%, 19,8% e 29,3%, respectivamente,
no primeiro, segundo trimestres e acumulado julho-agosto ¬–
com relação a igual período do ano anterior.
A atividade
produtiva caiu também expressivamente nos segmentos de
bens de capital para transporte (–24,7%, –26,8% e
–35,5%), construção (–24,2%, –41,4%
e –56,9%), energia (–7,9%, –22,1% e –19,9%),
para uso misto (–16,6%, –20,5% e –33,4%) –
sempre na mesma ordem: primeiro e segundo trimestres e acumulado
julho-agosto. A produção de bens de capital para
indústria, que recuou mais fortemente no ano passado, continua
caindo: –0,6, –6,5% e –0,9%.
É o
resultado dos menores índices de expectativas de empresários
brasileiros nos últimos anos, do aumento das taxas de juros
pelo Banco Central e do ajustamento fiscal, que recai sobremaneira
sobre os investimentos. O problema aqui é que esse recuo
dos investimentos sinaliza para um prolongamento da crise brasileira.
Por falar
em crise, a crise da indústria não está circunscrita
ao setor de bens de capital. No acumulado janeiro-agosto deste
ano, a produção recuou 14,2% em bens de consumo
duráveis, em grande medida devido às quedas nas
produções de automóveis (–12,9%) e
de eletrodomésticos (–22,2%). Recuos significativos
também foram vistos nos segmentos de bens de consumo semi
e não–duráveis (–7,2%) e de bens intermediários
(–3,7%) no mesmo período. Como já se disse,
2015 será um dos piores anos da história da indústria
nacional. Muito pior e mais grave do que o de 2009.
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