2 de outubro de 2015

Indústria
Colapso total iminente dos investimentos


  

 
Os investimentos estão caindo a taxas crescentes e muito expressivas no Brasil. Por um lado, a importação de bens de capital vem diminuindo desde o ano passado. Por outro, a produção de bens de capital, que encolheu 9,2% em 2014, acumula retração de 22,4% nos oito primeiros meses deste ano, de acordo com números do IBGE.

A aceleração da queda dos investimentos é geral, ou seja, ela ocorre nos diferentes ramos produtores de bens de capital. Ainda segundo o IBGE, neste ano, a produção de bens de capital para agricultura recuou 20,5%, 19,8% e 29,3%, respectivamente, no primeiro, segundo trimestres e acumulado julho-agosto ¬– com relação a igual período do ano anterior.

A atividade produtiva caiu também expressivamente nos segmentos de bens de capital para transporte (–24,7%, –26,8% e –35,5%), construção (–24,2%, –41,4% e –56,9%), energia (–7,9%, –22,1% e –19,9%), para uso misto (–16,6%, –20,5% e –33,4%) – sempre na mesma ordem: primeiro e segundo trimestres e acumulado julho-agosto. A produção de bens de capital para indústria, que recuou mais fortemente no ano passado, continua caindo: –0,6, –6,5% e –0,9%.

É o resultado dos menores índices de expectativas de empresários brasileiros nos últimos anos, do aumento das taxas de juros pelo Banco Central e do ajustamento fiscal, que recai sobremaneira sobre os investimentos. O problema aqui é que esse recuo dos investimentos sinaliza para um prolongamento da crise brasileira.

Por falar em crise, a crise da indústria não está circunscrita ao setor de bens de capital. No acumulado janeiro-agosto deste ano, a produção recuou 14,2% em bens de consumo duráveis, em grande medida devido às quedas nas produções de automóveis (–12,9%) e de eletrodomésticos (–22,2%). Recuos significativos também foram vistos nos segmentos de bens de consumo semi e não–duráveis (–7,2%) e de bens intermediários (–3,7%) no mesmo período. Como já se disse, 2015 será um dos piores anos da história da indústria nacional. Muito pior e mais grave do que o de 2009.

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