18 de setembro de 2015

Serviços
Sinais de estabilização da queda


  

 
Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados hoje pelo IBGE, indicam uma estabilização do ritmo de queda do setor. Cabe observar que esse não é o desempenho de dois outros segmentos relevantes para a economia brasileira, indústria e comércio varejista, cujos resultados para julho ainda denotam um quadro de agravamento de suas recessões.

A receita nominal expandiu 2,1% em comparação a julho de 2014. Enquanto que no ano de 2013 a receita do setor de serviços apresentou expansão nominal de 8,5% e de 6,0% em 2014, o desempenho do setor entre janeiro e julho de 2015 foi apenas 2,2% superior ao do ano passado. A novidade a ser destacada é que o ritmo de decrescimento do índice estabilizou-se em patamares nominalmente positivos e desde maio a variação do acumulado do ano cristalizou-se em torno dos 2,2%. A notícia, ainda assim, não é boa: no cenário em que a inflação do acumulado do ano é 7,8% superior ao mesmo período do ano passado, este pode ser considerado um forte declínio real do setor.

Enquanto que em alguns segmentos essa acomodação do crescimento nominal se confirma, em outros, ainda há tendência de queda. Entre os setores que apresentam sinais de acomodação, poderíamos citar serviços de informação e comunicação, que há três meses registra variação acumulada no ano próxima a zero, o que implica numa queda real considerável. Para se ter uma ideia, em 2013 o setor cresceu 6,9% e em 2014, 3,3%.

Os serviços profissionais, administrativos e complementares, um setor que é notório por registrar maior resistência aos ciclos econômicos, também mostrou estabilidade em sua taxa acumulada no ano desde março de 2015, estando atualmente em 5,6%. Em 2013, o segmentou atingiu crescimento de 8,2% e em 2014, de 8,5%, sendo o que mais tarde sentiu o impacto da crise, declinando patamares inferiores e possivelmente negativos em termos reais em 2015.

Outro setor com crescimento nominal aparentemente acomodado após sucessivas quedas é transporte, serviços auxiliares ao transporte e correio. A taxa acumulada no ano desde abril oscila entre 2,2% e 2,6%, mostrando dificuldade em repetir o bom desempenho dos anos anteriores (10,8% em 2013 e 6,4% em 2014).

Os demais segmentos, outros serviços e serviços prestados às famílias, ainda mostram tendência de piora de receita de vendas e aparentemente ainda não encontraram seu ponto máximo de queda no período recente.
   

 
Dados divulgados hoje pela Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE indicaram a expansão da receita nominal de serviços em 2,1% na comparação com junho de 2014. No acumulado do ano, entre janeiro e julho de 2015, frente ao mesmo período do ano passado, a variação foi de 2,3%.

Dentre os grupos pesquisados, em comparação com julho de 2014, a receita nominal dos serviços prestados às famílias aumentou 2,5% e a dos serviços de informação e comunicação, 0,8%. Os grupos de serviços profissionais, administrativos e complementares, transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio tiveram variação de 3,5% e 2,8%. O grupo de outros serviços apresentou retração nominal de 0,8% na mesma comparação.

 

 
No período compreendido entre janeiro e julho, em relação ao mesmo período do ano passado, os cinco grupos registraram expansão ou estabilidade da receita nominal: serviços prestados às famílias (3,0%), serviços de informação e comunicação (0,0%), serviços profissionais administrativos e complementares (5,6%), serviços de transporte, auxiliares e correio (2,6%) e outros serviços (0,3%).

Na análise por estado, 17 das 27 unidades federativas pesquisadas registraram crescimento da receita nominal sobre julho de 2014. Positivamente, destacaram-se Rondônia (30,7%), Tocantins (12,7%), Pará (8,3%), Ceará (7,6%), Mato Grosso (7,6%), Rio Grande do Norte (7,5%), Roraima (6,2%), Mato Grosso (5,4%), Alagoas (4,0%). Por outro lado, os estados do Amapá (-12,4%), Maranhão (-4,9%), Bahia (-4,8%), Amazonas (-3,7%) e Espírito Santo (-2,9%) registraram significativas reduções do índice de receita nominal percebido pelo setor de serviços.

 

 

 

 

 

 

 

 

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