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Às vezes, em determinadas situações econômicas
recessivas, muito complicadas, busca-se identificar se o pior
já passou ou se já se chegou ao fundo do poço,
na expectativa de vislumbrar o início da recuperação
e de melhores dias.
Ao se voltar
para o mercado de trabalho da indústria brasileira, mais
especificamente, para o emprego industrial, tem-se a sensação
de que a crise que o assola já o levou para o fundo do
poço. Em parte, isso é verdade: o emprego na indústria
nacional vive o pior momento da sua história recente. O
problema surge quando, infelizmente, se descobre que esse fundo
de poço é móvel e se move para... baixo.
De acordo
com números do IBGE divulgados hoje, pela 46ª vez
consecutiva o emprego industrial recuou na série que compara
mês com o mesmo mês do ano anterior. Ou seja, nessa
comparação, o emprego industrial vem apresentando
resultados negativos desde outubro de 2011. E a queda se intensificou:
em julho último, foi de 6,4% – mesma intensidade
registrada nos meses mais severos do ano da crise global, em 2009.
Além
da dramaticidade gerada pelo caráter generalizado da crise
no mercado de trabalho da indústria nacional, o que mais
fustiga é a magnitude da retração do emprego
nos mais diferentes ramos industriais. Ainda ficando na comparação
julho de 2015 com julho de 2014, dos dezessete de dezoito ramos
pesquisados que apresentaram queda no emprego, destacam-se: meios
de transporte (–11,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos
e de comunicações (–15,1%), máquinas
e equipamentos (–9,1%), produtos de metal (–10,7%),
alimentos e bebidas (–2,8%), outros produtos da indústria
de transformação (–10,1%), borracha e plástico
(–6,0%), calçados e couro (–7,5%), vestuário
(–5,1%), metalurgia básica (–7,2%), minerais
não–metálicos (–4,6%), produtos têxteis
(–5,4%), papel e gráfica (–4,4%), indústrias
extrativas (–4,7%) e madeira (–6,0%).
Este ano será
um ano péssimo para o emprego industrial. Pior do que o
de 2009. Nos sete primeiros meses de 2015 a retração
do número de ocupados já é de 5,4% com viés
de alta. Os ramos que mais influenciaram esse resultado são:
meios de transporte (–10,2%), máquinas e aparelhos
eletroeletrônicos e de comunicações (–12,9%),
produtos de metal (–10,5%), máquinas e equipamentos
(–6,8%), alimentos e bebidas (–2,3%), outros produtos
da indústria de transformação (–8,9%),
vestuário (–5,3%), calçados e couro (–7,5%),
metalurgia básica (–6,6%), papel e gráfica
(–3,5%), produtos têxteis (–3,2%), indústrias
extrativas (–4,6%), minerais não–metálicos
(–2,3%), refino de petróleo e produção
de álcool (–5,8%) e borracha e plástico (–2,1%).
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Na passagem de junho para julho, com dados dessazonalizados, o emprego
industrial apresentou variação negativa de 0,7%, o sétimo
resultado negativo consecutivo. No confronto com o mesmo mês de
2014 verifica–se recuo de 6,4%, 46º resultado negativo consecutivo
nesse tipo de confronto. No acumulado entre janeiro e julho, em relação
ao mesmo período do ano anterior, também se verificou decréscimo
(–5,4%). Nos últimos 12 meses, o emprego apresentou variação
acumulada de –4,9%, o pior resultado desde dezembro de 2009.
Setorialmente, o emprego
industrial de julho confrontado com mesmo mês de 2014, 17 dos 18
ramos pesquisados registraram queda, com destaque para meios de transporte
(–11,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e
de comunicações (–15,1%), máquinas e equipamentos
(–9,1%), produtos de metal (–10,7%), alimentos e bebidas (–2,8%),
outros produtos da indústria de transformação (–10,1%),
borracha e plástico (–6,0%), calçados e couro (–7,5%),
vestuário (–5,1%), metalurgia básica (–7,2%),
minerais não–metálicos (–4,6%), produtos têxteis
(–5,4%), papel e gráfica (–4,4%), indústrias
extrativas (–4,7%) e madeira (–6,0%). Por outro lado, o setor
de produtos químicos (0,0%) foi o único que não mostrou
resultado negativo nesse mês.
No ano, as contribuições
negativas mais significativas vieram de meios de transporte (–10,2%),
máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações
(–12,9%), produtos de metal (–10,5%), máquinas e equipamentos
(–6,8%), alimentos e bebidas (–2,3%), outros produtos da indústria
de transformação (–8,9%), vestuário (–5,3%),
calçados e couro (–7,5%), metalurgia básica (–6,6%),
papel e gráfica (–3,5%), produtos têxteis (–3,2%),
indústrias extrativas (–4,6%), minerais não–metálicos
(–2,3%), refino de petróleo e produção de álcool
(–5,8%) e borracha e plástico (–2,1%).
Folha de Pagamento Real. Em julho, a folha de pagamento
real do setor industrial apresentou queda de 1,8% frente ao mês
anterior, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação
com o mesmo mês do ano passado, a folha de pagamento real apresentou
recuo de 7,0%, apoiada pelos resultados negativos em todos os setores
pesquisados. No ano, a variação acumulada foi negativa de
6,3%.
Número
de Horas Pagas. O número de horas pagas, indicador de
futuras contratações de mão–de–obra na
indústria, assinalou recuo de 1,8% na passagem de junho de 2015
para julho, já descontados os efeitos sazonais. Contra julho de
2014, o número de horas pagas decresceu 7,2%. No acumulado de 2015
até julho, a queda das horas pagas na indústria chegou a
–6,0%.
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