18 de setembro de 2015

Emprego Industrial
Fundo de poço móvel


   

 
Às vezes, em determinadas situações econômicas recessivas, muito complicadas, busca-se identificar se o pior já passou ou se já se chegou ao fundo do poço, na expectativa de vislumbrar o início da recuperação e de melhores dias.

Ao se voltar para o mercado de trabalho da indústria brasileira, mais especificamente, para o emprego industrial, tem-se a sensação de que a crise que o assola já o levou para o fundo do poço. Em parte, isso é verdade: o emprego na indústria nacional vive o pior momento da sua história recente. O problema surge quando, infelizmente, se descobre que esse fundo de poço é móvel e se move para... baixo.

De acordo com números do IBGE divulgados hoje, pela 46ª vez consecutiva o emprego industrial recuou na série que compara mês com o mesmo mês do ano anterior. Ou seja, nessa comparação, o emprego industrial vem apresentando resultados negativos desde outubro de 2011. E a queda se intensificou: em julho último, foi de 6,4% – mesma intensidade registrada nos meses mais severos do ano da crise global, em 2009.

Além da dramaticidade gerada pelo caráter generalizado da crise no mercado de trabalho da indústria nacional, o que mais fustiga é a magnitude da retração do emprego nos mais diferentes ramos industriais. Ainda ficando na comparação julho de 2015 com julho de 2014, dos dezessete de dezoito ramos pesquisados que apresentaram queda no emprego, destacam-se: meios de transporte (–11,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–15,1%), máquinas e equipamentos (–9,1%), produtos de metal (–10,7%), alimentos e bebidas (–2,8%), outros produtos da indústria de transformação (–10,1%), borracha e plástico (–6,0%), calçados e couro (–7,5%), vestuário (–5,1%), metalurgia básica (–7,2%), minerais não–metálicos (–4,6%), produtos têxteis (–5,4%), papel e gráfica (–4,4%), indústrias extrativas (–4,7%) e madeira (–6,0%).

Este ano será um ano péssimo para o emprego industrial. Pior do que o de 2009. Nos sete primeiros meses de 2015 a retração do número de ocupados já é de 5,4% com viés de alta. Os ramos que mais influenciaram esse resultado são: meios de transporte (–10,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–12,9%), produtos de metal (–10,5%), máquinas e equipamentos (–6,8%), alimentos e bebidas (–2,3%), outros produtos da indústria de transformação (–8,9%), vestuário (–5,3%), calçados e couro (–7,5%), metalurgia básica (–6,6%), papel e gráfica (–3,5%), produtos têxteis (–3,2%), indústrias extrativas (–4,6%), minerais não–metálicos (–2,3%), refino de petróleo e produção de álcool (–5,8%) e borracha e plástico (–2,1%).
  

 
Na passagem de junho para julho, com dados dessazonalizados, o emprego industrial apresentou variação negativa de 0,7%, o sétimo resultado negativo consecutivo. No confronto com o mesmo mês de 2014 verifica–se recuo de 6,4%, 46º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. No acumulado entre janeiro e julho, em relação ao mesmo período do ano anterior, também se verificou decréscimo (–5,4%). Nos últimos 12 meses, o emprego apresentou variação acumulada de –4,9%, o pior resultado desde dezembro de 2009.

Setorialmente, o emprego industrial de julho confrontado com mesmo mês de 2014, 17 dos 18 ramos pesquisados registraram queda, com destaque para meios de transporte (–11,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–15,1%), máquinas e equipamentos (–9,1%), produtos de metal (–10,7%), alimentos e bebidas (–2,8%), outros produtos da indústria de transformação (–10,1%), borracha e plástico (–6,0%), calçados e couro (–7,5%), vestuário (–5,1%), metalurgia básica (–7,2%), minerais não–metálicos (–4,6%), produtos têxteis (–5,4%), papel e gráfica (–4,4%), indústrias extrativas (–4,7%) e madeira (–6,0%). Por outro lado, o setor de produtos químicos (0,0%) foi o único que não mostrou resultado negativo nesse mês.

No ano, as contribuições negativas mais significativas vieram de meios de transporte (–10,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–12,9%), produtos de metal (–10,5%), máquinas e equipamentos (–6,8%), alimentos e bebidas (–2,3%), outros produtos da indústria de transformação (–8,9%), vestuário (–5,3%), calçados e couro (–7,5%), metalurgia básica (–6,6%), papel e gráfica (–3,5%), produtos têxteis (–3,2%), indústrias extrativas (–4,6%), minerais não–metálicos (–2,3%), refino de petróleo e produção de álcool (–5,8%) e borracha e plástico (–2,1%).

 

 
Folha de Pagamento Real. Em julho, a folha de pagamento real do setor industrial apresentou queda de 1,8% frente ao mês anterior, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a folha de pagamento real apresentou recuo de 7,0%, apoiada pelos resultados negativos em todos os setores pesquisados. No ano, a variação acumulada foi negativa de 6,3%.

Número de Horas Pagas. O número de horas pagas, indicador de futuras contratações de mão–de–obra na indústria, assinalou recuo de 1,8% na passagem de junho de 2015 para julho, já descontados os efeitos sazonais. Contra julho de 2014, o número de horas pagas decresceu 7,2%. No acumulado de 2015 até julho, a queda das horas pagas na indústria chegou a –6,0%.

 

 

 

 

 

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